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Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula. Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS. Bibliografia Recomendada. Marques, Maria Silvia Bastos (1987), RBE Lopes & Rosetti (2005, cap. 6) Helmut Frisch (1983) Mishkin (2000, cap.24, 26 a 28) Simonsen, Mário Henrique

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Teoria Macroeconômica II (A) Teoria da Inflação Notas de Aula

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Presentation Transcript


  1. Teoria Macroeconômica II (A)Teoria da InflaçãoNotas de Aula Prof. Giácomo Balbinotto Neto UFRGS

  2. Bibliografia Recomendada Marques, Maria Silvia Bastos (1987), RBE Lopes & Rosetti (2005, cap. 6) Helmut Frisch (1983) Mishkin (2000, cap.24, 26 a 28) Simonsen, Mário Henrique (1983, cap. 7, 8 e 11)

  3. Inflação: Definição e Caracterização A inflação pode ser definida como um aumento sustentado no nível de preços; ao contrário de um aumento de uma vez por todas nos preços. A inflação lida com o aumento nos preços médios e não apenas com o aumento de alguns poucos preços na economia.

  4. O Conceito de Inflação A inflação é definida com sendo uma elevação do nível geral de preços de uma economia. A taxa de inflação é medida pelo percentual de incremento do índice de preços durante certo período de tempo, isto é:  = [(P1-Po)/Po]

  5. Inflação e Nível de Preços Inflação é um processo no qual o nível de preços está aumentando e a moeda perdendo valor. A inflação não é ou não se refere ao aumento no preço de um ítem isolado. Inflação é o aumento no preço de todos os itens em percentagem similar.

  6. Índices de Preços Usados no Brasil Índice Geral de Preços Índice de Preços ao Consumidor Índice Nacional de Preços ao Consumidor IPCA - Abrangência geográfica: Regiões metropolitanas de Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, Curitiba e Porto Alegre, Brasília e município de Goiânia

  7. IGP-DI

  8. IPCA

  9. Índices de Preços Usados no Brasil Deflator do PIB - é a razão entre o PIB Nominal e o PIB Real, ou seja, é o preço de determinada mercadoria ou serviço em um determinado ano relativamente ao preço desta no ano-base. Resumindo: O PIB nominal mede o valor da produção da economia. O PIB real mede a quantidade de produto, ou seja, a produção avaliada em preços constantes (do ano-base). O deflator do PIB mede o preço da unidade típica de produto em comparação com seu preço no ano-base.

  10. Índices de Preços Usados no Brasil IPEA - Instituto Brasileiro de Pesquisa Econômica Aplicada - Uma incrível base de dados de vários indicadores da economia Brasileira e com os números índices dos indicadores. BC - Banco Central do Brasil - É possível pesquisar vários índices econômicos, também com uma enorme base de dados disponível. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística - Onde é possível colher todas as informações sobre os índices de preços por ela elaborados, inclusive séries históricas. FGV - Fundação Getúlio Vargas - Você pode, gratuitamente, fazer diversas pesquisas das séries históricas dos índices de preços. Séries completas são cobradas. FIPE - Página da Fundação e Instituto de Pesquisas Econômicas - onde se disponibiliza gratuitamente todas as informações e séries históricas dos índices por ela elaborados e pesquisas de preços de veículos, etc. DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos - Conheça informações detalhadas sobre o ICV, entre outras várias informações do site. CNI - Página da Confederação Nacional das Indústrias - com uma enorme quantidade de índices de preços do país divididos em categorias. A consulta às séries  mais recentes é gratuita, mas se você quiser efetuar download, será cobrado.

  11. Taxa de Inflação e Planos de Estabilização Econômicos – Brasil (1976 - 2004) Inflação (% a.m.)

  12. A Natureza da Inflação A inflação é um fenômeno de natureza monetária. Segundo Milton Friedman (1992,p. 179): A inflação na faixa à qual ficamos acostumados, sem falar na faixa hiperinflacionária, só se tornou possível depois que o papel moeda passou a ser multiplicado indefinidamente, a um custo insignificante; é necessário apenas imprimir números mais altos nos mesmos pedaços de papel.

  13. Quando há inflação? A Visão de Friedman A inflação ocorre quando a quantidade de moeda aumenta muito mais rapidamente do que a produção, e quanto mais rápido o aumento da quantidade de moeda por unidade de produção, mais alta a taxa de inflação. Talvez não exista nenhuma outra proposição, em economia, que seja tão bem confirmada quanto esta.

  14. Qual a causa da inflação? Nenhum governo aceita de bom grado a responsabilidade por provocar inflação,mesmo que num grau moderado, e muito menos a taxas hiperinflacionárias. Autoridades do governo sempre acham alguma desculpa - empresários gananciosos, sindicatos vorazes, consumidores perdulários, xeques árabes, mau tempo ou qualquer outra coisa que pareça remotamente plausível. Não há dúvida de que os empresários são gananciosos, os sindicatos são vorazes, os consumidores são perdulários, os xeques árabes têm aumentado o preço do petróleo e o tempo muitas vezes é ruim. Qualquer um deles pode provocar preços altos para itens isolados; não podem provocar preços em alta para bens em geral. Podem causar altos e baixos temporários na taxa de inflação. Mas não podem provocar uma inflação contínua, por uma razão muito simples: nenhum dos supostos culpados possui uma impressora na qual possa produzir legalmente aqueles pedaços de papel que levamos em nossas carteiras e chamamos de dinheiro; nenhum deles tem poderes legais de autorizar um guarda-livros que faça lançamentos em livros-razão que sejam equivalentes a esses pedaços de papéis.

  15. Índices de Preços[Henri Guitton (1955)] ...um índice é uma maneira de designar um fenômeno oculto ou complexo. È antes uma seta que indica um caminho desconhecido. De uma maneira menos figurada, é um elemento que exprime um outro elemento difícil de ser apreendido diretamente... No mundo econômico, não se conhecem índices perfeitos, exatos. Existem muitos índices e, a priori, não se conhece o melhor. E é porque um único elemento não pode sozinho, indicar um fenômeno complexo, que a técnica estatística procura contornar através de um estratagema. É aquele do número índice. Trata-se de um número abstrato que exprime, em principio um conjunto de fenômenos que se desejaria entender como um todo.

  16. Índices de Preços Índice de preço de Laspeyres: O índice de Laspeyres pondera preços (p) de insumos (i) em duas épocas, inicial (0) e atual (t), tomando como pesos quantidades (q) arbitradas para estes insumos na época inicial. Como essas quantidades são consideradas adequadas à época inicial e não à época atual, admite-se que o numerador possa se apresentar super dimensionado e assim o índice de Laspeyres apresentar tendência de elevação.

  17. Índice de Preços de Laspeyres I(L) = (Σ pnqo/ Σpoqo)

  18. Índices de Preços Índice de preço de Paasche: O índice de Paasche pondera preços (p) de insumos (i) em duas épocas, inicial (0) e atual (t), tomando como pesos quantidades (q) arbitradas para estes insumos na época atual. Como essas quantidades são consideradas adequadas à época atual e não à época inicial, admite-se que o denominador possa se apresentar, eventualmente, super dimensionado e assim o índice de Paasche apresentar tendência a rebaixamento.

  19. Índice de Preços de Paasche I(P) = (Σ pnqn/ Σpoqn)

  20. Índices de Preços Diante das características dos índices de Laspeyres e de Paasche vários autores sugeriram índices que apresentassem valores intermediários entre eles, considerando que ambos atendem à formula geral: Dentre eles, destaca-se Fisher que adotou a média geométrica dos índices de Laspeyres e Paasche.

  21. A magnitude da taxa de elevação dos preços Alguns autores consideram que há ou se manifesta um processo inflacionário quando há uma elevação apreciável (considerável ou suficientemente grande) nos níveis de preços. Contudo, devemos reconhecer que o caráter desta definição é arbitrário.

  22. Hiperinflação Hiperinflação – e a taxa de inflação que excede a taxa de 50% ao mês. [Philip Cagan (1958)] A hiperinflação em alguns países foi causada porque o governo emite moeda de modo excessivo para financiar seu déficit.

  23. Trabalhos Clássicos sobre Hiperinflação Bresciani-Turroni, C. (1937). The economics of inflation, a study of currency depreciation in post-war Germany.

  24. Oferta monetária e preços durante quatro hiperinflações (a) Austria (b) Hungria índice (Jan. 1921 = 100) índice (Jan. 1921 = 100) Nível de preços 100,000 100,000 Nível de preços 10,000 10,000 Oferta monetária 1,000 1,000 Oferta de moeda 100 100 1922 1923 1924 1925 1922 1923 1924 1925 1921 1921

  25. Oferta monetária e preços durante quatro hiperinflações c) Alemanha d) Polônia índice (Jan. 1921 = 100) índice (Jan. 1921 = 100) 10 million 100 trilhões Nível de preços Nível de preços 1 trilhão 1 million 10 bilhões Oferta de moeda 100,000 100 milhões Oferta de moeda 1 milhão 10,000 10,000 1,000 100 1 100 1921 1922 1923 1924 1925 1921 1922 1923 1924 1925

  26. Hiperinflações

  27. Exemplos de Hiperinflações Recentes

  28. Inflação Alta

  29. A dimensão do fator tempo Persistência – o que caracteriza um processo inflacionário é a hipótese de sua tendência altista. Continuada – a alta nos preços deve ser continuada; ela deve persistir por um período considerável de tempo. Prolongada – um processo inflacionário é diferente de um processo de alta temporária nos preços.

  30. O caráter dinâmico do processo inflacionário Laidler e Parkin (1977) destacam que a inflação não se refere a uma situação estática de preços altos, mas a um processo dinâmico de preços crescentes.

  31. Abrangência do Fenômeno A inflação é caracterizada como sendo um fenômeno macroeconômico, na medida em que se refere a uma considerável e persistente elevação geral dos preços. Devemos ter claro que a elevação inflacionária de preços não se limita a um só produto ou a uma dada fração dos bens e serviços que resultam do esforço social de produção, mas a uma alta generalizada, abrangente, que envolve praticamente os preços de todos os fatores e produtos.

  32. Principais Custos da Inflação (i) Shoeleather costs; (ii) Menu Costs; (iii) Aumento na variabilidade dos preços relativos; (iv) Imposto inflacionário; (v) Confusão e inconveniências; (vi) redistribuição arbitrária da riqueza.

  33. Principais Custos da Inflação: Shoeleather Costs A inflação reduz o valor real da moeda, de modo que as pessoas tem um incentivo a minimizar seus saldos reais. Com menores saldos as pessoas tem que ir mais frequentemente aos bancos para realizar transações e sacar seus depósitos. Idas freqüentes aos bancos tomam tempo das atividades produtivas.

  34. Principais Custos da Inflação: Shoeleather Costs • Definição: custos e inconveniências de reduzir os saldos monetários para evitar o imposto inflacionário. •   i   saldos monetários reais Obs: no longo prazo, a inflação não afeta a rend areal ou os gastos reais. Assim, com os mesmos gastos, mas menores saldos monetários nominais, há mais saques nos bancos ou trasnferências para a conta corrente.

  35. Principais Custos da Inflação Menu Costs Definição: custos de se modificar os preços. Exemplos: Custos de imprimir novos menus e catálogos; Quanto mais alta a inflação, mais frequente as firmas devem mudar seus preços e incorrer em tais custos.

  36. Principais Custos da Inflação Menu Costs One reason that prices do not adjust immediately to clear markets is that adjusting prices is costly. To change its prices, a firm may need to send out a new catalog to customers, distribute new price lists to its sales staff, or in the case of a restaurant, print new menus. These costs of price adjustment, called "menu costs," cause firms to adjust prices intermittently rather than continuously. N. G. Mankiw http://www.econlib.org/Library/Enc/NewKeynesianEconomics.html

  37. Principais Custos da Inflação Menu Costs Durante o período inflacionário, é necessário reajustar e remarcar listas de preços. Este é um recurso que consome tempo que poderia ser utilizado em outras atividades produtivas.

  38. Principais Custos da InflaçãoMá Alocação de Recursos Durante o processo inflacionário, há uma defasagem entre os aumentos de preços. Enquanto alguns estão constantes, outros estão crescendo. Assim, torna-se difícil saber-se os preços relativos a medica em que ocorrem mudanças irregulares nos preços. Isto implica numa má alocação de recursos.

  39. Principais Custos da Inflação:Tratamento Fiscal Injusto Com a inflação, rendas não indexadas ou não ajustadas são tratadas como ganhos reais. Consequentemente, com um imposto progressivo, aumento nas rendas nominais são tratados como ganhos reais e assim taxados. Isto reduz a renda real e aumenta as distorções redistributivas causadas pela inflação.

  40. Principais Custos da Inflação:Tratamento Fiscal Injusto Efeitos Fiscais - aumento na taxa nominal de juros - os impostos são baseados em retornos nominais; - os retornos sobre os investimentos resultam em alta impostos mais elevados; - a taxa efetiva de impostos aumenta, e depois depois do imposto a renda real declina.

  41. Principais Custos da Inflação:Tratamento Fiscal Injusto Quando alguns impostos não são ajustados para levar em conta a inflação, tais como os ganhos de capital, temos que, por exemplo: Jan 1: você compra $10,000 em ações. • Dec 31: você venda as ações por $11,000, assim, seu ganho monimal é de $1000 (10%). • Suponha que  = 10% durante o ano. Seu ganho real foi $0. • Mas o governo pode requer que você pague impostos sobre o seu ganho nominal de $1000!!

  42. Principais Custos da Inflação:Confusão e Inconveniências Com aumento nos preços, é necessário fazer-se correções constantes a fim de comparar rendas reais, custos e lucros ao longo do tempo. O tempo gasto para realizar tais ajustamentos poderiam ter sido empregados para produzir mais bens e serviços.

  43. Principais Custos da Inflação:Redistribuição da Renda Com uma inflação não antecipada ou não corretamente antecipada, a riqueza é redistribuída entre credores e tomadores de empréstimos de modo arbitrário, e algumas vezes de modo inaceitável.

  44. Principais Custos da Inflação:Redistribuição da Renda Redistribuição da renda: - se a inflação aumenta inesperadamente, os salários não serão reajustados imediatamente; - os lucros das empresas serão mais altos do que o esperado; - Haverá uma redistribuição da renda dos trabalhadores para os empresários

  45. Principais Custos da Inflação:Redistribuição da Renda Quando os contratos não são indexados, mas baseados na inflação esperada (e). Se  for diferente de e, então alguns ganham as expensas de outros. Exemplo: Se  > e, então (i ) < (ie) e o poder de compra é transferido dos emprestadores para os tomadores de empréstimos. Se  < e, então o pode de compra é transferido dos tomadores de empréstimo para os emprestadores.

  46. Os custos da inflação: distribuição arbitrária da riqueza Quando um país enfrenta uma inflação como a existente no Brasil (na década de 1960), o principal determinante das taxas nominais de juros passa a ser o ritmo esperado da taxa da alta geral de preços. As previsões quanto a taxa de inflação, todavia, são inevitavelmente precárias e arriscadas, sobretudo quando se estendem a prazos não muito curtos. Esse problema conduz à redução dos prazos de operação do mercado de crédito, criando impasse de difícil solução para as operações de longo prazo. [cf. Simonsen (1970, p.135-136)]

  47. Os custos da inflação: a instabilidade e a desordem salarial Segundo Simonsen (1970) a inflação provoca uma instabilidade nos salários reais, visto que eles se tornam oscilantes pela conjugação de altas de preços contínuas com revisões intermitentes das remunerações nominais. Some-se a isto o fato de que as hierarquias de remuneração são distorcidas pelo processo inflacionário.

  48. Principais Custos da Inflação:Redistribuição da Renda A subestimação da inflação leva a: Menor renda real para os trabalhadores: Os empregadores não encontram os trabalhadores adequados; Os empregados começam a se demitir; As firmas incorrem em custos de rotatividade (turnover costs). A produção esta abaixo do que poderia ser se a taxa de inflação fosse corretamente antecipada.

  49. Principais Custos da Inflação:Redistribuição da Renda Superestimando a taxa de inflação temos que: Mais renda real fluiu para os trabalhadores Os empregadores dispensam os trabalhadores A taxa de desemprego cresce A produção fica abaixo do que teria sido se a taxa de inflação tivesse sido corretamente antecipada.

  50. Principais Custos da Inflação:Redistribuição da Renda Inflação antecipada Os salários monetários são assumidos serem rígidos enquanto a economia esteja experimentando uma inflação de demanda (demand-pull) ou de custos (cost-push). A antecipação correta da inflação aumenta o nível de preços e as pessoas ajustam seus salários monetários para compensar as perdas que teriam.

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