Riscos em opera

1. Riscos em opera��es de solda Dr. Jos� Tarc�sio P. Buschinelli Professor Adjunto de Medicina do Trabalho da Faculdade de Ci�ncias M�dicas da Santa Casa de S�o Paulo e Pesquisador da FUNDACENTRO Principais tipos de solda: Arco el�trico Ma�arico Brasagem

3. Ma�arico = chama Oxiacetil�nica (? temp. - acetileno+O2 ou ar ) : Solda (adi��o de metal com fus�o) Oxicorte (corte de chapa por oxida��o) GLP (? temp. - butano/propano +O2 ou ar ) : Solda Brasagem: Fus�o de metal ou ligas com baixo PF: �Solda� de componentes eletr�nicos com liga de Pb-Sn

4. Fumos met�licos: 1 � Proveniente do metal que est� sendo soldado: A composi��o dos fumos dependem do metal Se o metal � a�o h� grande quantidade de ferro e menor dos outros componentes da liga. Este dependem do tipo de a�o: mangan�s, cromo, n�quel, zinco ( em altas concentra��es em chapas galvanizadas) Ma�aricos (oxiacetileno por exemplo) geram fumos basicamente da chapa que est� sendo trabalhada.

5. 2 � Proveniente do eletrodo: Mais comum em solda a arco el�trico Maior quantidade de fumos se h� consumo do eletrodo (MAG, MIG e comum) Menor se n�o h� consumo do eletrodo (TIG) Eletrodos tem composi��o vari�vel: Os mais comuns tem o interior (alma) de ferro e revestidos de um fundente. Os usados em solda MAG e MIG s�o um arame cont�nuo com alma de ferro e fundente de cobre

6. H� ainda os tipos: Celul�sicos: alto teor de material org�nico Rut�lico: alto teor de TiO2 Ilmen�tico: ferro, tit�nio e mangan�s B�sico: cal e fluorita Cal-tit�nio P� de ferro: ferro e silicatos Em eletrodos podem ainda existir: carbono, n�quel, sil�cio, molibd�nio, zirc�nio, alum�nio, c�lcio, s�dio, pot�ssio, magn�sio, cobre, c�dmio, fluoretos

7. A maior ou menor exposi��o a fumos varia com: Voltagem e amperagem da corrente el�trica Composi��o das pe�as soldadas Composi��o dos eletrodos Consumo do eletrodos Pr�tica do soldador (velocidade da soldagem) Ventila��o do local Processo de soldagem Exist�ncia de �leos (ou outras subst�ncias) protetoras nas chapas

8. Os tamanhos da part�culas de fumos met�licos das soldas por arco el�trico variam entre 0,001 a 2 ?m A reten��o alveolar � maior nas part�culas de 1 a 5 ?m, em geral < que 10% do total. Em soldas MAG com CO2 aumenta a % de maiores que 1 ?m

9. Exemplo de avalia��o ambiental (Colacioppo. Avalia��o da Exposi��o Profissional a Fumos Met�licos em Opera��es de Solda. Revista Brasileira de Sa�de Ocupacional, N.49- Vol. 13 Jan/Fev/Mar de 1985 pp. 50-77 46 ref.) Amostra 200 soldadores de uma metal�rgica no ABC, separados em 4 subgrupos ( A,B,C e D) e 1 controle (D) n�o exposto (prensistas) Condi��es: Solda MAG: eletrodo consum�vel e arco el�trico Voltagem:20 a 33 V - amperagem de 150 a 250 A. Eletrodos arame cobreado AWS A.5 18.69 E.70 e AWS A.5 18.79 ER.70S-6

10. Composi��o do eletrodo Carbono: 0,07-0,15% Mangan�s 1,40% a 1,85% Sil�cio 0,80 �1,15% F�sforo 0,025% max. Enxofre 0,035% max

13. TLV de fumos de solda = 5000 ?m/m3 dos fumos totais (vale para eletrodos mais comuns e n�o para os que altos teores de metais muito t�xicos como Cd e Cr por exemplo) BORRAS e LOPES 1981, estimaram a probabilidade de exceder-se o TLV de fumos de solda por consumo semanal de eletrodos. Por exemplo, com 30 Kg/semana = 65% 50 Kg/semana = 85% 75 Kg/semana = 93%

14. EFEITOS e CONTROLE M�DICO 

15. Fumos de solda 1 � Fluoretos: Se o eletrodo � o B�sico (cal e fluorita) deve-se pensar em risco de Fluorose Ocupacional Fluorose = Doen�a grave e incapacitante que leva a uma calcifica��o dos ligamentos. Monitoramento = fluoreto urin�rio no peri�dico (pr� e p�s 4? dia de jornada a semana). Vigil�ncia � sa�de = raio X de bacia para verificar se h� desaparecimento das trab�culas �sseas no admissional, no peri�dico e no demissional. O fluoreto em indiv�duos afastados do trabalho tamb�m pode estar elevado (> 4 mg/g/ creat.), mostrando elevado dep�sito de fluoreto no corpo.

16. 2 - Cobre Risco s� para para quem tem a �Doen�a de Wilson� N�o se faz monitoramento e nem vigil�ncia � sa�de. 3 - Cromo Se houver alto teor de cromo no material (a�o inox por exemplo chega a 20 a 25%) h� alto risco de haver exposi��o excessiva ao Cromo hexavalente (cancer�geno Grupo 1 da IARC). N�o h� ulcera de septo nasal, pois n�o se trata de �cido cr�mico (galvanoplastia). Monitoramento biol�gico = Pode-se fazer monitoramento atrav�s de Cromo urin�rio no peri�dico Vigil�ncia � Sa�de = Raio X de t�rax ????

17. OBS. �Pelos riscos que envolvem os soldadores, o controle ambiental dos locais de solda � de suma import�ncia. Para algumas exposi��es ( de agentes carcinog�nicos, por exemplo) n�o deveria ser permitido exceder os limites de toler�ncia mesmo quando este limite seja zero. N�o � pol�tica correta, nem �ticamente compreens�vel, manter os trabalhadores em ambientes com concentra��es perigosas de agentes cancer�genos e ficar passivamente procurando sinais precoces da doen�a.� Prof. Jorge da Rocha Gomes - 1985 (GOMES, Jorge da Rocha. Sa�de do Trabalhador em opera��es de soldagem . Revista Brasileira de Sa�de Ocupacional, N 49 - Vol. 13 Jan/Fev/Mar de 1985 pp. 7-49 107 ref.)

18. 4 - Alum�nio = De pouco significado toxicol�gico. Poderia haver fibrose pulmonar em casos raros N�o existe monitoramento biol�gico 5 - Ferro = siderose. N�o h� import�ncia como t�xico sist�mico 6 - Magn�sio = Febre dos fumos met�licos N�o tem import�ncia como t�xico sist�mico e n�o tem monitoramento biol�gico.

19. 7 - C�dmio = Em materiais que tenham altos teores deste metal deve-se tomar cuidado extremo. Extremamente lesivo para pulm�o (enfisema do c�dmio) e para os rins com protein�ria e IRC. Tamb�m causa descolora��o do colo dos dentes e anosmia. Monitoramento = Cd urin�rio no admissional, peri�dico e demissional (Cd-U > 5 ?g/g. cret.) = intoxica��o Vigil�ncia � sa�de = Cd-U, fun��o pulmonar e urina I com microalbunin�ria. C�dmio � ainda carcinog�nico (Pulm�o-Pr�stata?)

20. 8 - N�quel = O a�o inox tamb�m tem tamb�m elevados teores deste metal ( at� 15%). Provoca febre dos fumos met�licos e sensibiliza��o cut�nea (alergia) � cancer�geno na refina��o de n�quel, pulm�o e cav. nasal (grupo 1 da IARC), mas na solda ?? N�o h� monitoramento biol�gico previsto na NR-7 9 - Mangan�s = Provoca Manganismo, que � uma doen�a grave incapacitante e irrevers�vel(Parkinson Mang�nico) N�o h� monitoramento biol�gico previsto na NR-7. O Mn-U � um indicador ruim pois varia muito entre as pessoas. � aconselhado fazer monitoramento ambiental Vigil�ncia � sa�de = procurar sinais precoces de Manganismo???

21. 10 � Zinco = as chapas galvanizadas emitem grande quantidade de fumos de zinco, mesmo em solda a ponto. O zinco em forma de fumos de zinco irritantes e potentes causadores de febre dos fumos met�licos. N�o h� indicadores biol�gico no Brasil, e � um indicador de dif�cil execu��o. 11- Tit�nio = considerado praticamente at�xico. H� descri��es n�o confirmadas claramente de alguns casos de fibrose pulmonar.

22. 12 - Chumbo = � raro de ser encontrado em solda por arco el�trico. Pode ser usado com ma�arico e seu risco � proporcional a temperatura de aquecimento. Na solda de placas de acumuladores el�tricos com ma�arico h� grande emiss�o de fumos de Pb, enquanto que na mesma ind�stria a solda dos polos da bateria provoca pouca contamina��o ambiental. Na brasagem (�solda eletr�nica�) com liga de estanho/chumbo a libera��o de fumos de Pb � muito pequena tendo em vista a baixa temperatura envolvida no processo Em casos da exposi��o existir, deve-se realizar o monitoramento biol�gico atrav�s do Pb-S e ALA-U no admissional, peri�dico e demissional.