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Curso de Pensamento Crítico para Jovens

Curso de Pensamento Crítico para Jovens. Apresentação, métodos e resultados Tomás Magalhães Carneiro. O que é o Pensamento Crítico - algumas definições históricas -.

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Curso de Pensamento Crítico para Jovens

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  1. Curso de Pensamento Crítico para Jovens Apresentação, métodos e resultados Tomás Magalhães Carneiro

  2. O que é o Pensamento Crítico- algumas definições históricas - John Dewey – O Pensamento Crítico é o estudo activo, persistente e cuidado de uma crença ou de uma suposta forma de conhecimento através da análise dos fundamentos que a apoiam e das conclusões para que apontam. Robert Ennis – O Pensamento Crítico é um pensamento razoável e reflectido, preocupado em ajudar-nos a decidir em que acreditar ou o que fazer. Richard Paul – O Pensamento Crítico é uma forma de pensamento – acerca de qualquer assunto ou problema – no qual o pensador melhora a qualidade dos seus raciocínios recorrendo a técnicas que lhe permitem captar as estruturas inerentes ao pensamento e impondo-lhes uma exigência intelectual elevada. Michael Scriven – O Pensamento Crítico é uma interpretação e avaliação activa e competente de observações, comunicações, informações e argumentações.

  3. Índice 1)Apresentação 2) Estratégias e Métodos do Curso 3) Apresentação do Módulo I – Análise de Argumentos Objectivos e Resumo de algumas aulas 4) Apresentação do Módulo II – Avaliação de Argumentos Objectivos e Resumo de algumas aulas 5) Resultados 6) Nota Final 7) Bibliografia

  4. Apresentação do Curso de Pensamento Crítico para Jovens 1) Apresentação Curso leccionado na Academia Studiosus no Porto, a doze alunos entre os 12 e os 14 anos (6º, 7º, 8º e 9º anos). Clube do Raciocíno (6º e 7º anos) e Curso de PensamentoCrítico (8º e 9 anos) As inscrições dos alunos foram feitas após apresentação do curso aos pais no início do ano lectivo: • O Pensamento Crítico é uma disciplina que pretendedesenvolver a capacidade para compreender, avaliar e apresentar raciocínios e argumentos, ou seja, pretendeensinar os alunos a pensar por si próprios. • Relevância do Pensamento Crítico para qualquer área do conhecimento i) pensar correctamente, i.e., analisar as nossas fontes, razões, pressupostos e argumentos de forma clara e precisa são, objectivamente, mais valias. • Aprendizagem directa (e não transversal ou indirecta) das técnica de Pensamento Crítico. • Saber pensar é fundamental – todos sabemos pensar, mas nem todos o fazemos da melhor forma. i) um pressuposto do Pensamento Crítico é que ninguém deve procurar pensar pelo aluno e que só pensando por si mesmo é que este pode chegar a desenvolver boas formas de pensamento. É o aluno que deve procurar por si mesmo melhorar activamente as formas como raciocina e se expressa, cabendo ao professor um papel sobretudo orientador.

  5. 2) Estratégias e Métodos do Curso - Os alunos foram, desde o início, incentivados a pensar sobre temas e problemas concretos, a desenvolver raciocínios e a criar argumentos próprios. - Foram aconselhados a ter consigo um “Caderno de Pensamento Crítico” (auto-avaliação, identificação das dificuldades encontradas, melhor assimilação das técnicas) - Perseverança, prática e “feedback”. - Foi dado aos alunos um esquema de raciocínio a que chamamos “Os Cinco Primeiros Passos do Pensador Crítico” : 1) qual a conclusão principal deste argumento?; 2) quais as razões apresentadas?; 3) qual a estrutura do argumento (razões independentes ou conjuntas, conclusões intermédias, etc)?; 4) o que é pressuposto pelo argumento?; 5) desenha o mapa do argumento.) - Análise, avaliação e formulação de argumentos sobre temas actuais retirados de artigos de jornais, revistas, telejornais, artigos de opinião,editoriais,mitos urbanos, opiniões do senso comum, etc - As aulas devem ter um número reduzido de alunos interessados e motivados (6 a 8 é o ideal). É necessária uma certa maturidade e uma motivação pessoal extra para frequentar um curso extra- curricular sem resultados imediatos (como notas no final de um período ou ano lectivos e eventual reprovação).

  6. Competências e Técnicas do Pensador Crítico Competências reconhecer os problemas; encontrar os meios adequados para lidar com esses problemas; reunir informação pertinente; reconhecer pressuposições e valores não explícitos; compreender e usar a linguagem com clareza e exactidão; interpretar informações; avaliar provas e afirmações; reconhecer a existência de relações lógicas entre proposições; retirar conclusões e generalizações seguras e fidedignas; testar essas mesmas conclusões e generalizações; compreender avaliar e modificar (se necessário) o seu padrão de crenças;

  7. Competências e Técnicas do Pensador Crítico Técnicas identificação e avaliação dos diferentes elementos presentes num raciocínio/argumento (razões, conclusões, pressupostos, valores, informações, explicações, etc.); clarificação e interpretação de expressões e ideias; avaliação da credibilidade de afirmações; analisar, avaliar e formular explicações; analisar, avaliar e tomar decisões; concluir correctamente a partir das razões apresentadas; produzir argumentos claros e precisos. Fonte: Ficher, Alec, 2001

  8. Estruturação do Curso: objectivos gerais de cada um dos módulos Módulo I (12 aulas/12 horas) – Análise de argumentos. No fim deste módulo os alunos deverão conseguir dominar as técnicas mais básicas de PC que lhes permitirão, com alguma facilidade, compreender o significado dos argumentos, identificar e analisar a estrutura dos raciocínios, assim como começar a produzir os seus próprios raciocínios e argumentos de forma mais clara e precisa. MóduloII (12 aulas/12 horas) – Avaliação de argumentos. Neste módulo espera-se que os alunos já saibam quando estão diante de um raciocínio e que saibam identificar as diferentes partes de um argumento (Módulo I). Agora procurar-se-á iniciar os alunos na área do Pensamento Crítico propriamente dito, ou seja, ensinaremos os alunos a avaliar criticamente os argumentos que têm pela frente. Módulo III (12 aulas/12 horas) – Formulação de argumentos. (ainda não leccionado) Neste módulo procuraremos pôr em prática os ensinamentos dos dois módulos anteriores. Os alunos serão incentivados a escrever os seus próprios argumentos sobre os mais variados temas, a apresentá-los nas aulas e a discuti-los com os seus colegas. Espera-se que os alunos aprendam a exprimir e defender bem as suas ideias.

  9. 3) Módulo I: Análise de argumentos Objectivos específicos do Módulo I: 1) Identificar algumas técnicas e competências fundamentais para pensar criticamente. 2) Confrontar os alunos com algumas fraquezas e erros de raciocínio comuns. não identificar correctamente o tema em questão; não avaliar correctamente as razões, não identificar a conclusão principal do argumento; não compreender a importância dos pressupostos do argumento; avaliar o argumento de uma forma muito geral e intuitiva – do género, concordo, não concordo – sem saber especificamente quais as partes do argumento que falham, ou quais as mais fortes. 3) Entrar em contacto com algumas formas correctas de pensar criticamente. identificar o tema e a conclusão principal do argumento; compreender a necessidade de avaliar e apresentar as razões de um argumento; aprender a formular argumentos correctamente; tomar decisões com base em boas razões; compreender de que forma as razões de um argumento se relacionam umas com as outras (de forma independente ou conjunta,existem conclusões intermédias?); identificar pressupostos; construir mapas de argumentos de forma a tornar mais concreto um raciocínio que é, por natureza, abstracto. 4) Treinar o Pensamento Crítico em argumentos curtos de forma a assimilar correctamente as técnicas pretendidas. 5) Começar aos poucos a lidar com argumentos um pouco maiscomplexos

  10. Aula 2_Argumentos, Razões e Conclusões – Nesta aula ensinou-se os alunos a identificar argumentos, a aprender a distinguir argumentos de não argumentos. De seguida ensinou-se os alunos a identificar as razões e as conclusões dos argumentos. “Estamos diante de um argumento quando estamos a raciocinar para atingir uma conclusão. Sem conclusão não há argumento.” Módulo I: Análise de argumentos

  11. Aula 2_Argumentos, Razões e Conclusões Exercício 1: Na alínea 1) Indica quais dos exemplos apresentados são argumentos e quais não são. Não te esqueças que um argumento tem de ter uma ou mais razões a apoiar uma conclusão qualquer. Sem conclusão não há argumento. Em 2) quero que me digas qual a conclusão de cada um desses argumentos. No caso dos não argumentos não escrevas nada em 2). - Adoro rugby. Os jogos da selecção portuguesa de rugby só passaram na SportTv. Nem toda a gente pode pagar para ter SportTv. Alguns cafés têm SportTv. 1) Argumento ou Nãoargumento 2) Conclusão: - Os jogos da selecção portuguesa de rugby só passaram na SportTv. Nem toda a gente pode pagar para ter SportTv e acho que toda a gente devia poder ver a selecção de rugby a jogar. Como tal, os jogos da selecção deviam passar na RTP1. 1) Argumento ou Nãoargumento 2) Conclusão:

  12. Aula 2_Argumentos, Razões e Conclusões Exercício 2: Para cada uma das conclusões apresentadas escolhe aquela que achas que é a melhor razão. Conclusão: Os dadores de sangue deviam ser pagos. 1) A recolha de sangue é um processo muito caro. 2) As pessoas que dão sangue normalmente fazem-no porque querem ajudar os outros. 3) Existem muito poucos dadores de sangue e o pagamento iria incentivar mais pessoas a “darem” sangue.

  13. Aula 3_A linguagem do raciocínio Nesta aula pretendeu-se ensinar aos alunos a forma correcta de apresentar as razões e as conclusões num raciocínio/argumento Procurou-se demonstrar que o uso das palavras adequadas nos sítios da frase adequados poderá ajudá-los a: 1)     compreender melhor a estrutura de um raciocínio que queremos avaliar 2)     re-escrever (se necessário) um argumento correctamente. 3)     apresentar correctamente um raciocínio de forma a que os outros o percebam claramente. Algumaspalavras indicadoras de razões e de conclusões: “Porque...”; “Como tal”; “Portanto...”; “Dessa forma...”; “Consequentemente...”; “Daí concluo que...”; “Sou forçado a admitir que...”; “Temos de aceitar que...”; “Dado que...”; “Se aceitarmos estas razões temos de concluir que...” Com o uso destas palavras pretendeu-se também demonstrar aos alunos uma característica essencial do Pensamento Crítico, a ideia que um Pensador Crítico quer perceber e ser bem percebido pelos outros, pois só assim pode discutir claramente as suas ideias.

  14. Aula 3_A linguagem do raciocínio Exercício Foram apresentados dois exemplos de argumentos (um que recorria às palavras adequadas, outro que não fazia uso delas) e pediu-se aos alunos que indicassem qual dos argumentos entendiam mais facilmente. Comprei o meu bilhete de avião há mais de dois meses. A TAP tem de me pagar uma indemnização pelos prejuízos que me causou. O hotel que reservei no Brasil para passar as férias já está pago. Não tenho culpa da greve de pilotos que me fez perder o avião. ou Comprei o meu bilhete há mais de dois meses e já paguei o hotel que reservei no Brasil para passar as férias. Além disso não tenho culpa da greve dos pilotos que me fez perder o avião, por todos esses motivos acho que a TAP deve pagar-me uma indemnização pelos prejuízos que me causou.

  15. Aula 4_Pressupostos Nestas aulas procurou-se ensinar os alunos a identificar pressupostos (os elementos invisíveis de um argumento) e a perceber a sua importância enquanto aquilo em que o autor do argumento tem de acreditar (sem o escrever ou dizer) para que a conclusão do seu argumento seja possível. Procurou-se mostrar que, descoberto o pressuposto de um argumento, podemos não concordar com ele e, nesse caso, temos um bom motivo para não aceitar a conclusão que ele apoia.

  16. Aula 4_Pressupostos Exercício 1 Encontra as razões e a conclusão deste argumentos e, pelo menos, um pressuposto. Se a temperatura do planeta estivesse a aumentar, poderíamos verificar que o gelo dos Pólos estaria a derreter mais depressa do que seria de esperar. Se o gelo estivesse a derreter, veríamos o seu efeito na subida do nível da água dos mares. Existem provas que este nível está a subir, como tal, a temperatura do planeta deve estar a aumentar. Razão 1 - Se a temperatura do planeta estivesse a aumentar, poderíamos verificar que o gelo dos Pólos estaria a derreter mais depressa do que seria de esperar. Razão 2 - Se o gelo estivesse a derreter, veríamos o seu efeito na subida do nível da água dos mares Pressuposto – Não existe outra explicação para a subida das águas do mar que não o aumento da temperatura do planeta.

  17. Aula 4_Pressupostos Exercício 2 Encontra os pressupostos em que autor dos seguintes argumentos tem de acreditar para que as suas conclusões sejam verdadeiras: 1) O cérebro das mulheres é em média mais pequeno que o dos homens, daí podemos concluir que as mulheres são menos inteligentes que os homens. Pressuposto: o tamanho do cérebro de uma pessoa indica o seu grau de inteligência. 2) O ladrão deve ter fugido pela escada de incêndio. Já não está no edifício, mas ninguém o viu sair e todas as portas têm um guarda. Pressuposto: vários

  18. Aula 5 a 10_A estrutura dos argumentos Nestas aulas procurou-se mostrar aos alunos que as razões de um argumento podem apoiar a conclusão de diferentes maneiras. Algumas razões apoiam sozinhas a conclusão (razões independentes) outras razões precisam do apoio de outras razões para apoiarem a conclusão (razões conjuntas), outras razões, ainda, funcionam como conclusões intermédias. Também se iniciou os alunos na técnica dos mapas de argumentos (argument mapping) – o desenho da estrutura de um argumento.

  19. Aula 5 a 10_A estrutura dos argumentos Exercício Faz o mapa da estrutura dos seguinte argumentos: a) As pessoas deviam poder fumar em todo o lado. Fumar não é ilegal e, além disso, milhões de pessoas têm muito prazer em fumar. . R1 R2   C Este é um exemplo de um mapa de argumento com razões independentes em que cada uma das (duas) razões é capaz de, por si só, apoiar a conclusão.

  20. Aula 5 a 10_A estrutura dos argumentos Exercício b) A poluição nos nossos rios está a aumentar a cada ano que passa. Quanto mais poluído for um rio, mais danos são causados aos animais que nele vivem. Como tal, a menos que se faça algo em relação à poluição dos rios o número de animais que vivem nos rios irá diminuir drasticamente. Contudo, não existem planos para diminuir a poluição dos nossos rios. Por isso muitos dos animais que vivem nos nossos rios irão morrer. R1 + R2  CI + R3  C Este é um exemplo de um mapa de argumento com duas Razões Conjuntas (1 e 2) e uma Conclusão Intermédia, aliada a uma terceira Razão (3) de forma também conjunta.

  21. Aula 5 a 10_A estrutura dos argumentos Mapas de Argumentos – para que servem Ao encaixarmos as várias Razões e ConclusõesIntermédias do raciocínio na estrutura do argumento estamos, literalmente, a ver como é que o autor constrói o seu argumento, ou seja estamos a ver como é que ele nos tenta convencer da sua Conclusão. Dessa forma é muito mais fácil ver o que é que corre mal no argumento e onde é que esse erro exactamente ocorre: numa das razões; na passagem para uma conclusão intermédia, etc.

  22. Aula 5 a 10_A estrutura dos argumentos Mapear um argumento com pressupostos Como o gelo dos Pólos está a derreter (R), a temperatura do planeta deve estar a aumentar (CI). Por esse motivo é de esperar que o nível das águas do mar continue a subir, inundando muitas das zonas costeiras do planeta (C). Press: A única explicação para o derretimento do gelo dos pólos é o aumento da temperatura do planeta. Assim, o mapa deste argumento é a seguinte: R + [Press]  CI  C Para o autor deste argumento poder passar da Razão para a Conclusão Intermédia tem de aceitar um Pressuposto. Ou seja, este Pressuposto actua de forma conjunta com a Razão para daí se chegar à ConclusãoIntermédia. Se não aceitarmos este Press não temos de aceitar a CI nem, a seguir, a Conclusão do argumento.

  23. Exercício resolvido por aluna do 8º ano 1) Encontra a Conclusão, as razões e os pressupostos em que o argumento se baseia. 2) Desenha um mapa da sua estrutura. Libertem Willy (1800 caracteres) O filme “Libertem Willy” foi uma forma muito eficaz de chamar a atenção do público para a situação em que se encontrava uma Orca chamada Keyko (Willy, no filme). O público ficou revoltado com as condições de vida deste magnífico animal, que devia estar em liberdade e não preso a vida toda num tanque. E esta revolta deu frutos: rapidamente se juntaram 7,5 milhões de dólares de donativos para devolverem Keyko ao oceano atlântico. Claro que tudo isto faz uma linda história. Mas pensemos um pouco: foram gastos 7,5 milhões de dólares para devolver ao mar um único animal. Os amantes de animais que enviaram dinheiro poderiam tê-lo canalizado para outras acções com efeitos muito mais importantes. Por exemplo, esse dinheiro era suficiente para assegurar durante centenas de anos uma reserva marinha na Tanzânia para aves e tartarugas, ou poderia ter prevenido a extinção de algumas aves raras neste país. Mesmo que essas pessoas quisessem usar o seu dinheiro para salvar apenas baleias, essa quantia teria sido muito útil para financiar campanhas contra a caça comercial à baleia. Aquelas pessoas que quiseram ver Keyko de volta ao oceano certamente não quereriam que ela nadasse sozinha na imensidão dos mares. E existem ainda outras causas importantes para além da protecção dos animais. 7,5 milhões de dólares teriam custeado uma campanha médica para tratar a cegueira nos países sub-desenvolvidos, através de uma operação muito simples. Milhares de pessoas cegas devido a cataratas voltariam a ver. O sentimentalismo que levou estas pessoas a juntarem tanto dinheiro para salvar um único animal está mal dirigido. De futuro todos os projectos deste tipo que juntem tanto dinheiro assim deveriam ser canalizados para melhorar o bem estar do maior número de animais (ou pessoas) possíveis.

  24. Mapa de Argumento Free Willy Conclusão – O autor do argumento conclui que o dinheiro gasto com um só animal (Willy) devia ter sido utilizado para salvar um maior número de animais ou pessoas. R1 – O mesmo dinheiro podia salvar muitos mais animais (aves, tartarugas, etc.) R2 – Mesmo que as pessoas que doaram o dinheiro quisessem salvar baleias teria sido mais útil usar esse dinheiro para tentar acabar com a caça à baleia. R3 – Esse dinheiro podia ter sido utilizado para tratar pessoa com cataratas e outras doenças. CI – O sentimentalismo das pessoas foi mal dirigido. Pressuposto 1 – As pessoas estariam interessadas em dar dinheiro para ajudar outras pessoas. Pressuposto 2 – O sentimentalismo das pessoas pode ser dirigido para outras causas. R1 R2 R3 + [Press 1] ↓ CI + R4 + [Press 2] ↓ C

  25. Aula 11_Resumo da matéria Os cinco primeiros passos do Pensador Crítico 1 – Encontrar a Conclusão Principal do argumento. É muito importante começares por perguntar o que é que o autor do argumento quer provar. Isso faz com que te concentres apenas no assunto principal e ignores aquilo que não é importante para o argumento. 2 – Quais são as Razões apresentadas? Depois de encontrares conclusão é mais fácil identificares as razões apresentadas em sua defesa. 3 – Qual é a estrutura do argumento? Quantas razões tem o argumento? Estas são apresentadas de forma independente ou conjunta? Existem razões intermédias? 4 – O argumento depende de alguma pressuposição? Qual? Em que é que o autor tem de acreditar para que a sua conclusão seja verdadeira? Essa pressuposição apoia uma das razões ou uma conclusão intermédia? 5 – Desenha o Mapa do Argumento. Depois de encontrares os elementos do argumento é altura de tornares visível a sua estrutura e mostrares como é que eles se relacionam no argumento: (+), (), [Press]

  26. Aula 12_Teste Texto Analisado: A Lei não pode ser uma assassina – tem de salvar uma das gémeas. (6000 caracteres – aprox.) 1 – Começa por fazer um breve resumo do texto apresentando a sua conclusão. 2 – Analisa o texto identificando cada uma das razões apresentadas, assim como as pressuposições que encontrares e achares pertinentes. 3 – Faz o mapadoargumento e assinala com (+) as razões que consideras mais válidas e com um (-) as menos válidas. 4 – Apresenta a tua avaliaçãoglobal do argumento. O que achas que deveria ser feito neste caso? Apresenta as tuas razões.

  27. 4) Módulo II: Avaliação de argumentos Objectivos específicos do Módulo II: 1) Aprender a resumir argumentos longos e a usar a linguagem com clareza e precisão. 2) Introdução aos argumentos por analogia 3) Confrontar os alunos com alguns erros de raciocínio/falácias comuns. ad hominem; post hoc; argumento circular; boneco de palha; falácia da derrapagem; falso dilema 4) Ensinar os alunos a identificar, a avaliar e a superar criticamente esses erros de raciocínio, Encontrar soluções alternativas; avaliar a credibilidade das fontes, o seu grau de certeza, o contexto em que o argumento é apresentado; é necessário ouvir um perito na matéria?; o que diz o senso comum?; qual o contexto do argumento 5) Treinar o Pensamento Crítico em argumentos curtos de forma a assimilar correctamente as técnicas pretendidas. 6) Começar aos poucos a lidar com argumentos um pouco maiscomplexos

  28. Módulo II – Avaliação de Argumentos Aula 1 – Duas competências essenciais de um Pensador Crítico Resumir argumentos longos e usar a linguagem de forma clara e precisa. Três passos para resumir argumentos longos: 1 – Encontrar a Conclusão Principal do argumento, ou seja, deves procurar saber O que é que o autor deste argumento está a tentar provar? 2 – Encontrar as Razões que o autor do argumento usa para defender essa conclusão. 3 – Escrever por palavras tuas e usando uma linguagem clara e precisa a Conclusão Principal e as Razões apresentadas no argumento. Importante: Um resumo de um argumento deve ter mais ou menos 1/3 do seu tamanho.

  29. Resumo de Argumentos Exemplos de como resumir um argumento usando a linguagem adequada: O autor deste texto está a tentar provar que ...(Conclusão Principal)...As razões que ele apresenta são as seguintes: em primeiro lugar ..........(Razão 1)......... Em segundo lugar .........(Razão 2)............Além disso, o autor acredita que ........(Razão 3). Ou ainda: A conclusão apresentada neste texto é... (Conclusão Principal)... Em sua defesa o autor apresenta as seguintes razões...(Razão 1) e... (Razão 2). Destas razões conclui que... (Conclusão Intermédia). Por tudo isto... (volta a apresentar a Conclusão Principal). Nota-Estas não são as únicas formas de resumir um argumento. Cada um de nós vai, ao longo do tempo, desenvolvendo o seu próprio estilo de escrita, pelo que há muitas formas de se escrever um resumo. Com o tempo, tu também irás desenvolver o teu próprio estilo pessoal. Para já o importante é que consigas resumir o essencial do que o autor quis dizer.

  30. Aula 2 – Introdução aos argumentos por analogia Analogia – usar uma analogia num argumento é argumentar que se umas coisas são parecidas em alguns aspectos, são provavelmente parecidas noutros. A maior parte das pessoas que estuda filosofia acha importante que cada um de nós examine estas questões. Algumas até defendem que não vale a pena viver a vida sem a examinar. Persistir numa existência rotineira sem jamais examinar os princípios na qual esta se baseia pode ser como conduzir um automóvel que nunca foi à revisão. Podemos justificadamente confiar nos travões, na direcção e no motor, uma vez que sempre funcionaram suficien­temente bem até agora; mas esta confiança pode ser completamente injustificada: os travões podem ter uma deficiência e falharem precisamente quando mais precisarmos deles. Analogamente, os princípios nos quais a nossa vida se baseia podem ser inteiramente sólidos; mas, até os termos examinado, não podemos ter a certteza disso. .in Nigel Warburton, “Elementos Básicos de Filosofia” Pergunta - O autor deste argumento recorre a uma analogia, usando-a como uma razão adicional para dar força ao seu argumento. Encontra-a. Parece-te uma boa analogia?

  31. Argumentos por analogia Argumentar por analogia é tentar convencer alguém que uma situação (que o autor quer que aceitemos) é suficientemente parecida com outra (que o autor parte do princípio que aceitamos). A questão está em saber se as duas situações comparadas são de facto semelhantes: a isto chama- -se avaliar a analogia. Exemplo Alguns ditos “especialistas” em crianças aconselham os pais a darem o máximo de liberdade possível às crianças de modo a que estas explorem à vontade o ambiente que as rodeia. Defendem que as crianças são naturalmente curiosas acerca do mundo e, como tal, não devem ser impedidas de o explorar à vontade, mesmo que isto seja inconveniente para os pais. Mas pensemos por um momento no que seria se dessemos aos animais – que também são naturalmente curiosos – a liberdade para explorarem os seus ambientes sem qualquer controlo. Isso seria o Caos total. Como tal, não devemos dar ouvidos a esses ditos “especialistas”. Perguntas 1 - A que conclusão chega o autor deste texto? 2 - Que analogia utiliza para defender essa sua conclusão? 3 - Avalia criticamente a anterior analogia das crianças e dos animais: parece-te uma boa analogia? Porquê?

  32. Aula 4 a 7 – Falácias Avaliação de Argumentos – Introdução às Falácias Ao avaliares um argumento tens de fazer duas perguntas: a) as razões apresentadas no argumento são verdadeiras? e b) das razões apresentadas podemos chegar à conclusão do argumento? Importante: Para um argumento ser bom a resposta a essas duas perguntas tem de ser sim!

  33. Falácias É claro que a) é extremamente importante para descobrirmos se um argumento é bom ou mau. Se as razões forem más o argumento também será mau. Mas por vezes acontece que as Razões apresentadas são boas e verdadeiras (ou pelo menos plausíveis) e, mesmo assim, a Conclusão a que o autor chega não é verdadeira. Quando isto acontece o autor pode estar a usar um “truque” de raciocínio que tem o nome de Falácia. Nas próximas aulas vamos estudar algumas falácias muito comuns. Importante: Uma falácia é um mau argumento que parece um bom argumento. Um argumento que use uma falsaanalogia, por exemplo, é uma falácia.

  34. Falácias Exercícios 1) Quem faz musculação regularmente tem os músculos bem desenvolvidos. O meu amigo Miguel é todo carne e osso, não tem músculos, por isso quando ele diz que faz musculação quase todos os dias há mais de 3 anos só pode estar a mentir. a) Quais são as razões e a conclusão deste argumento? b) Vamos partir do princípioque as razões são verdadeiras. A Conclusão também é verdadeira? 2) Quem faz musculação regularmente tem os músculos bem desenvolvidos. Assim, se o Miguel tem músculos bem desenvolvidos é porque faz regularmente musculação. a) Encontra as razões e a conclusão deste argumento. b) Mais uma vez imagina que as razões são verdadeiras. Parece-te que as razões apoiam a conclusão? Porquê?

  35. Falácias Com estas aulas, mais que ensinar aos alunos os nomes das falácias tentou-se que por eles próprios percebessem o que é que estava mal com o argumento (por que era uma falácia) e, só depois, lhes era dada uma explicação completa com o nome da falácia em questão assim como a forma de lidar com um argumento falacioso (encontrar soluções/razões alternativas; denunciar o que falha no argumento.) Nota - Os alunos mais novos mostraram particular interesse com os nomes “esquisitos” das falácias. Outras falácias utilizadas em exercícios: Boneco de Palha Derrapagem Post Hoc Ad hominem Falso dilema Condições necessárias e suficientes

  36. Falácias Exercício a) Analisa os seguintes argumentos, indicando as suas conclusões e razões. b) Avalia os argumentos identificando as falácias que julgas que cometem. 1 - A maior parte das pessoas poderia ser um génio musical se trabalhassem bastante para isso. Um psicólogo estudou a vida de 70 compositores e concluiu que a maioria deles tinha estudado arduamente durante pelo menos dez anos, antes de se tornarem compositores de génio. Mozart, por exemplo, foi obrigado pelo seu pai a estudar horas a fio obras de música e técnicas de composição antes de compor a sua primeira obra de génio aos 12 anos. Resposta b) – O esforço é condição necessária, mas não é condição suficiente para se ser um génio musical.

  37. Aula 8 – Ponto da situação; Os passos necessários para avaliar um argumento 1) Ponto da situação Módulo I – Neste módulo aprendeste a identificar argumentos, a encontrar as suas razões e conclusões, a perceber as diferentes formas como as razões e as conclusões se relacionam num argumento, a identificar pressupostos e a desenhar a estrutura dos argumentos em mapasdeargumentos. Aquilo que aprendeste neste primeiro módulo é essencial para o Pensamento Crítico, uma vez que para avaliarmos correctamente um argumento, primeiro temos de perceber muito bem como é que “funciona” esse argumento. Só depois é que podemos ver o que está errado (ou certo) nele. Exercício - Discussão sobre o que se aprendeu no Módulo I Módulo II - Na primeira aula do Módulo II aprendeste a técnica correcta para resumir argumentos. Vimos que antes de avaliarmos um argumento longo é importante resumi-lo por palavras nossas, pondo em destaque o que vai ser avaliado: as razões e a conclusão. Nas aulas seguintes começamos a avaliar argumentos. Avaliamos argumentos por analogia e avaliamos a forma como das razões passamos para as conclusões, e vimos que algumas vezes essas passagens, ou seja esses raciocínios, estão errados. A esses raciocínios errados dá-se o nome de falácias. Identificamos e avaliamos algumas falácias, percebemos porque é que são falácias e tentamos corrigir algumas dessas falácias encontrando razões, explicações e conclusões alternativas. Exercício - Lembra-te de algumas falácias. ex: Falácia Posthoc...

  38. 2) Os passos necessários para avaliar um argumento 1) Análise - encontrar a estrutura do argumento e, se necessário, resumir por palavras nossas esse argumento. 2) Avaliação – avaliação do argumento; para avaliar correctamente um argumento é preciso: a) avaliar cada uma das razões do argumento; b) avaliar o raciocínio e procurar falácias por trás do argumento; ser imaginativo e procurar alternativas tanto às razões como à conclusão; c) avaliação final. Só no fim de todo este processo estarás preparado para fazer a tua avaliação do argumento. É aqui que decides se aceitas ou não a sua conclusão.

  39. 2) Os passos necessários para avaliar um argumento Exercícios A maior parte dos pais, se pudesse escolher, preferia ter filhos rapazes. Assim, se devido aos avanços da medicina os pais puderem escolher o sexo dos seus filhos é provável que comecem a nascer mais meninos que meninas. Isto pode trazer problemas sociais muito sérios, como tal devemos proibir o uso de técnicas que permitam que as pessoas escolham o sexo dos seus filhos. 1 ) Análise do argumento – Começa por encontrar as razões e conclusões. Depois desenha o mapa do argumento. 2) Avaliação do argumento a) Avaliação de cada uma das razões do argumento b) Avaliação do raciocínio – Encontras alguma falácia neste argumento? Imaginas alternativas ao argumento apresentado? c) Avaliação final –Faz uma breve avaliação final deste argumento.

  40. 1) Análisedoargumento R1 [A maior parte dos pais, se pudesse escolher, preferia ter filhos rapazes.] Assim, ConclusãoIntermédia[se devido aos avanços da medicina os pais puderem escolher o sexo dos seus filhos é provável que comecem a nascer mais meninos que meninas.] R2 [Isto pode trazer problemas sociais muito sérios.] como tal Conclusão [devemos proibir o uso de técnicas que permitam que as pessoas escolham o sexo dos seus filhos.] Mapa do Argumento R1  CI + R2  C

  41. 2) Avaliação do argumento [Começamos por avaliar a R1 e a sua passagem para a CI] a) Para avaliarmos este argumento temos de começar por perguntar se R1 é verdade, isto é, se a maior parte dos pais, se pudesse escolher, preferia ter filhos rapazes. Talvez esta afirmação seja verdadeira em alguns países como na China ou na Índia, mas será verdadeira em Portugal e nos países ocidentais? Para sabermos se esta afirmação é realmente verdadeira o ideial seria se pudéssemos verificar se existem estudos ou estatísticas sobre este assunto. Se existirem esses estudos devemos, depois, procurar saber se são fiáveis, isto é se foram realizados por pessoas competentes e imparciais. Assim, R1 à primeira vista parece serplausível, mas não é completamente segura. b) O próximo passo é perguntar se há algum erro de raciocínio (falácia) na passagem de R1 para a ConclusãoIntermédia. Neste caso parece que, se R1 for verdade, ou seja, se for verdade que a maior parte dos pais, se pudesse escolher, escolheria ter filhos rapazes, então é bem provável que, se isso acontecer, comecem a nascer mais meninos que meninas. Assim, a CI parece segura, desde que a R1 sejaverdadeira. [A seguir avaliamos a R2 e a passagem da CI + R2 para a Conclusão] a) Depois temos de avaliar R2 e perguntar se o facto de nascerem mais rapazes que raparigas traz consigo problemas sociais sérios. Mais uma vez, não é seguro que isso seja verdade. Talvez dependa de quantos mais rapazes nasceriam que raparigas. Se nascessem poucos mais rapazes que raparigas, isso talvez não criasse assim tantos problemas sociais no futuro. E talvez a sociedade encontrasse formas de lidar com a situação. Consegues imaginar alguma? b) O passo seguinte, já sabes, é outra vez perguntar se da ConclusãoIntermédia e da Razão 2 podemos chegar à Conclusão, que diz que devemos proibir as técnicas que permitam aos pais escolher o sexo dos seus filhos. A questão aqui é saber até que ponto a CI e a R2 são verdadeiras. Se achares que ambas têm bastante probabilidade de serem verdadeiras, então nesse caso tens boas razões para aceitar a conclusão do argumento. Se, pelo contrário, achas que podem não ser verdadeiras, então não tens de aceitar a conclusão. Neste ponto convém que sejas imaginativo e procures alternativas tanto às razões como à conclusão do argumento. Essas alternativas tanto podem fortalecer ou enfraquecer o argumento, dando-te assim mais razões para aceitares ou rejeitares a conclusão.

  42. 2) Avaliação do argumento (cont.) Razões alternativas que enfraqueçam e fortaleçam a conclusão Outro passo a dar, antes de fazeres a tua avaliação final é perguntar se não existem outras razões que enfraqueçamaconclusão. 1) Encontra razões que enfraqueçam a conclusão do argumento. Por outro lado, se ainda não está convencido da conclusão, pode procurar razões que fortaleçam a conclusão 2) Encontra razões que fortaleçam a conclusão do argumento. Avaliação final – Tendo em conta tudo o que pensaste até agora acerca deste argumento, volta a fazer uma avaliação final. Concordas com a conclusão? Quais os seus pontos fracos e quais os seus pontos fortes?

  43. Aula 9 a 11: Avaliação das razões: 5 perguntas Sumário Na aula anterior vimos que depois de identificarmos a estrutura de um argumento é chegada a altura de o avaliar. Para isso temos de fazer duas coisas: a) avaliar o raciocínio procurando possíveis falácias e alternativas às razões e conclusões apresentadas; b) avaliar cada uma das razões do argumento Hoje vamos aprofundar b). Vais aprender algumas perguntas que tens de fazer para saber se uma razão é uma boa razão.

  44. Avaliação de razões: 5 perguntas 1 – Que grau de certeza tem o autor do argumento nas razões que apresenta? 2 – Em que contexto é que as razões são apresentadas? 3 – É necessária a opiniãodeumperito? 4 – Essa razão é aceite por muita gente ou é duvidosa? 5 – A razão provém de uma fonte credível?

  45. Avaliação de razões: exercícios Exercício 1 Uma grande empresa norueguesa chamada Norsk Hydro quer aumentar o número de peixes nos oceanos recorrendo a fertilizantes para plantas que seriam espalhados nas águas. Essa empresa, que é o maior produtor do mundo de fertilizantes, acredita que dessa forma se iria aumentar o número de algas marinhas, o que por sua vez iria aumentar o número de peixes que se alimentam dessas algas. Alguns cientistas marinhos da Suécia e do Canadá analisaram este plano a pedido do Instituto Norueguês de Protecção da Natureza e concluíram que tal não iria resultar. Dizem que o plano ignora alguns princípios básicos da ecologia marinha e dos hábitos dos peixes e poderia, inclusive, causar prejuízos ecológicos muito graves. (artigo retirado da importante revista científica New Scientist) Seguindo os cinco passos que aprendeste, avalia, por palavras tuas, a plausibilidade das razões aqui apresentadas contra o plano da NorskHydro.

  46. Avaliação de razões: exercícios Exercício 2 Estás a ler um artigo numa revista dedicada a fenómenos paranormais que publica sobretudo reportagens sobre raptos de extraterrestres, pessoas que viajaram para o passado, OVNIS, estátuas de santos que choram, pessoas que foram Napoleão Bonaparte, milagres de todos os feitios, etc. O artigo que estás a ler afirma que existem seres humanos que vivem numa zona remota de África que têm vários “cornos” a sair das suas costas, cada um com cerca de 20 cm, à semelhança dos dinossauros há milhões de anos atrás. No artigo não é dito onde é que vivem essas pessoas pois, segundo o autor, “a revista quer protegê-las do mundo civilizado”. Perguntas a) Que credibilidade é que deves atribuir a este artigo e porquê? Que perguntas achas que devem ser feitas neste caso? b) Imagina que esse artigo tem fotografias dessas pessoas com “cornos” a sair-lhes das costas. De que forma é que isto afecta a credibilidade do artigo? Porquê?

  47. Aula 11 – Avaliação das Razões: a credibilidade das fontes Na aula anterior vimos que ao avaliar as razões de um argumento temos de fazer as seguintes perguntas: 1 – Qual o seu grau de certeza; 2 – Qual o contexto em que é apresentada; 3 – Se é necessário ouvir umperito; 4 – Se é normalmenteaceite por muita gente; 5 – Se a sua fonteé credível. Relembrar : Volta a ler os exercícios da aula anterior para te lembrares como essa avaliação é feita. A credibilidade das fontes Hoje vamos concentrar-nos no ponto 5. Vamos abordar algumas formas de saber se a fonte da razão, ou das razões, em que o argumento se baseia é ou não credível. Uma vez que muito daquilo em que acreditamos baseia-se no que outras pessoas nos dizem (pessoalmente, nos livros, nos jornais, telejornais, etc.) é muito importante que pensemoscriticamente sobre o que essas fontes nos dizem. Temos de saber se devemos ou não acreditar nelas. Se podemos confiar totalmente ou se temos de pôr algumas dúvidas ao que nos dizem.

  48. Avaliar a credibilidade das fontes • Ao avaliarmos a credibilidadedeumapessoaoufonte temos de procurar saber: 1) a sua reputação (compara a credibilidade de um jornal de referência como o Público ou o JornaldeNotícias com um jornal sensacionalista como oTal & Qual) 2) se as fontes em questão têm algum interesse no caso (alguém acusado de um crime de guerra que nega qualquer responsabilidade; uma testemunha de um acidente que não conhece nenhum dos envolvidos). 3) se essa fonte tem experiência e conhecimentos seguros acerca daquilo que está a falar (um prémio Nobel da literatura pode saber muito do seu ofício, mas saberá assim tanto de economia a ponto de acreditarmos em tudo o que ele diz acerca desse tema? No caso de um acidente, a testemunha viu bem tudo o que se passou? Não estaria demasiado longe para ter a certeza? Estava sob efeito de álcool ou drogas?) 4) o que ela afirma minimamente é aceitável? (o que pensar de alguém que nos diz que viu um anjo a descer dos céus?) 5) a nossa fonte é capaz de apresentar boas razões para aquilo que diz? (como quando alguém afirma que é capaz de provar que existe vida noutros planetas.)

  49. Avaliar a credibilidade das fontes: exercícios Exercício 1 Imagina que és juiz num tribunal que está a julgar o António, que teve um acidente de carro. O António é acusado de conduzir ao dobro da velocidade máxima permitida na cidade e com três vezes o limite de álcool no sangue. António nega todas as acusações contra ele, mas o médico que o assistiu no local do acidente diz ao tribunal que o António cheirava muito a vinho e que os testes que lhe fez mostraram que tinha três vezes mais álcool no sangue que o permitido por lei. Pergunta Tendo em conta o que aprendeste até agora, quem é que te parece mais credível neste caso e porquê?

  50. Avaliar a credibilidade das fontes: exercícios Exercício 2 Agora imagina que és guarda no Parque da Cidade e chamam-te para resolveres uma disputa acerca de uma luta entre dois cães. A luta aconteceu no parque há cerca de 15 minutos. Usando a informação que a seguir te dou escreve um relatório que indique qual o cão (e logo, qual o dono) que deve ser responsabilizado. Na tua resposta deves dizer de forma clara o que é que pensas acerca do que cada um dos participantes viu, os motivos que podem ter para dizerem aquilo que dizem, que experiência e conhecimentos possam ter e todos os outros factores que te lembrares. A dona do primeiro cão,Maria, afirma que o segundo cão atacou o seu “de forma feroz e repentina”. Pedro, o dono do segundo cão, nega essa acusação apontando para as feridas que o seu cão tem e dizendo que são a prova de que foi o cão de Maria que atacou o seu. (Podes verificar que o cão do Pedro está de facto mais ferido que o da Maria). O dono de um terceiro cão (Tó Zé) diz que, há uns quinze minutos atrás o seu cão esteve envolvido numa luta com o cão do Pedro, e que essa luta foi iniciado pelo cão do Pedro. Além disso Tó Zé afirma que o cão da Maria dá-se sempre bem com o seu cão. Um senhor que fazia jogging, o Arnaldo, diz-te que viu ao longe as duas lutas em que o cão do Pedro se envolveu. Em ambas as lutas era o cão do Pedro que parecia estar a correr atrás dos outros cães e era também o que fazia mais barulho. Outro dono de cão, Xavier, que acabara de chegar ao parque, diz-te que já passeou várias vezes com Maria e o seu cão; acha impensável que tenha sido o cão da Maria a atacar o outro cão.

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