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O LARGO DA PALMA. Maio - 2009. Largo da Palma Revisão. O AUTOR.
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O LARGO DA PALMA Maio - 2009
Largo da Palma Revisão O AUTOR • Adonias Filho (A. Aguiar), jornalista, crítico, ensaísta e romancista, nasceu na Fazenda São João, em Ilhéus, BA, em 27 de novembro de 1915, e faleceu na mesma cidade, em 2 de agosto de 1990. Eleito em 14 de janeiro de 1965 para a Cadeira n. 21, sucedendo a Álvaro Moreyra, foi recebido em 28 de abril de 1965 pelo acadêmico Jorge Amado.
Adonias Filho faz parte do grupo de escritores que, a partir de 1945, a terceira fase do Modernismo, se inclinaram para um retorno a certas disciplinas formais, preocupados em realizar a sua obra, por um lado, mediante uma redução à pesquisa formal e de linguagem e, por outro, em ampliar sua significação do regional para o universal.
1- A obra se compõe de seis novelas. Associe a cada uma delas um dos nomes abaixo citados: (Alternativa alguma pode repetir-se) • Regionalismo e visão crítica. • Lirismo. • Crítica Social – aspectos humano-sociais. • Embasamento histórico e visão crítico-social associada a fatos históricos. • Eutanásia. • Conflitos amorosos: amor x profissionalismo.
2-Associe a cada uma das novelas uma das alternativas abaixo. (Há alternativas que podem repetir-se) • 2.1. Foco Narrativo: • 1-Narrativa em primeira pessoa. • 2-Narrativa em terceira pessoa – narrador onisciente. • 3-Narrativa em terceira pessoa, mas enquadrada à perspectiva de um • personagem, portanto o narrador não é onisciente. • 2.2. Estrutura Narrativa: • 1-Narrativa em que predomina o caráter psicológico, a análise do mundo interior do personagem. • 2-Narrativa que se centraliza em fatos externos.
3-Tempo Narrativo • 1-Decurso temporal predominantemente cronológico, com pequenas voltas ao • passado. • 2-Tempo psicológico – a narrativa é um longo flash-back, em que, muitas • vezes, presente e passado se interpenetram. A narrativa relata fatos já vividos • e fatos que estão sendo vividos. • 3-Tempo psicológico. Todos os fatos narrados já foram vividos. No presente • narrativo, o personagem relembra os fatos que viveu.
6 • 4-Tema Predominante • 1-Aspectos humano-existenciais. • 2-Aspectos crítico-sociais. • 3-Aspectos crítico-históricos.
A Moça dos Pãezinhos de Queijo • Enredo e Personagens Gustavo = Mudo Protagonistas Célia = Bela Voz Contraste: Gustavo x Célia Intercomplementaridade: Carência, desejo, complementação no outro.
Desenvolvimento da Trama Encontros, crescimento do amor, as reações dos que os cercam. Mãe de Célia Reações Márcia (irmã de Gustavo) Pai de Gustavo
Encontros Gustavo – Célia no Largo da Palma e no Jardim de Nazaré.
Clímax - Desfecho Agitação de Célia preparando pãezinhos de queijo para Gustavo. Idéia fixa: “É preciso querer e querer muito para alcançar” (p.19). Novo encontro Gustavo – Célia no Jardim de Nazaré, “escuro, pois tão escuro que as grandes árvores pareciam sombras fantásticas”. ... “Quentes e trêmulas, aquelas mãos! (...) o coração de Gustavo – como se quisesse falar” (p. 21) Ela lhe entrega um pãozinho de queijo, dizendo que colocara nele o seu próprio sangue. “Mal termina ele de comer o pãozinho de queijo, ela fecha-lhe a boca com sua própria boca. Sussurra, então, dizendo: _ Você, agora, pode falar. – E, como se ordenasse, acrescenta, - não, não fale agora!” Gustavo sente que o amor e o beijo de Célia podem gerar o milagre.” ... As lágrimas nos olhos que parecem sangrar. Tudo, agora, é nele angústia e dor. ... Um parto, é como num parto, a voz está nascendo... E ele exclama em tom ainda fraco, mas exclama: - Amor” (p. 21-22)
Ambiente a) Largo da Palma, Igreja e Ladeira da Palma Visão animista
Foco Narrativo e Tempo a) A narrativa é em terceira pessoa, com um narrador onisciente. Conhece presente e passado dos personagens, os fatos e os sentimentos internos dos personagens diante dos fatos. b) Note como os aspectos psicológicos são tão intensos que tornam extremamente subjetiva a percepção do mundo exterior.
Foco Narrativo e Tempo “ mas nada permanece a não ser a voz que acabara de ouvir. Anda, quase a correr, com a voz nos ouvidos”. (...) “A voz permanecera e de tal modo está ali que receia venha a avó escutá-la”. ( p. 5 ) (...) “ entregara o pacote à avó, era como se tivesse as mãos livres para segurar a voz da moça dos pãezinhos de queijo”. (p. 6) “Célia, subindo, não sente o peso dos cestos vazios que carrega”. (p. 10)
Foco Narrativo e Tempo c) Embora a narração dos fatos enfatize sempre os aspectos psicológicos, interiores, o decurso temporal é cronológico, com pequenos flashes de volta ao passado (por exemplo: a morte do pai de Célia, a doença da mãe de Gustavo). d) A narrativa é bastante lírica, embora aqui e ali se percebam aspectos críticos como quando fala do Largo “sempre mal-iluminado que parece em penumbra.” ( p.9 ) ou quando fala da postura capitalista do pai de Gustavo em sua “decepção de ter um filho, quando não inválido, praticamente inútil”( p. 13).
Linguagem Linguagem concisa, períodos curtos, incisivos A linguagem narrativa é intensamente lírica. O narrador explora os aspectos poéticos da linguagem. Presença constante de metáforas, símbolos, comparações, etc... • (...) o sobrado inteiro a dizer que tem um parafuso a menos”. ( p.11 ) METONÍMIAS • “ Doce e macia, ao lado do riso alegre, a voz da moça é música melhor de ouvir-se, nas manhãs de domingo, que o próprio órgão da igreja”. ( p. 5) SINESTESIA ASSÍNDETO • “Pudesse falar e dir-lhe-ia que tudo,agora, é realmente estranho.”( p.15 )
Discurso Indireto livre “Falará com a mãe, à noite seguinte, pouco antes de sair para encontrar-se com o rapaz. E se a mãe perguntar quem é ele e o que faz, como responderá? Dir-lhe-á que não sabe sequer o nome porque não houve tempo para maior aproximação. Confessará, porém, o detalhe: “Ele é mudo”. Inútil discutir, procurar explicar, tentar justificar-se frente ao espanto da mãe. Sabe que ela não compreenderá, ninguém entenderá, o sobrado inteiro a dizer que tem um parafuso a menos. Uma doida, apenas uma doida se deixará seduzir e fascinar por um mudo.”
1- A obra se compõe de seis novelas. Associe a cada uma delas um dos nomes abaixo citados: (Alternativa alguma pode repetir-se) • Regionalismo e visão crítica. • Lirismo. • Crítica Social – aspectos humano-sociais. • Embasamento histórico e visão crítico-social associada a fatos históricos. • Eutanásia. • Conflitos amorosos: amor x profissionalismo.
2-Associe a cada uma das novelas uma das alternativas abaixo. (Há alternativas que podem repetir-se) • 2.1. Foco Narrativo: • 1-Narrativa em primeira pessoa. • 2-Narrativa em terceira pessoa – narrador onisciente. • 3-Narrativa em terceira pessoa, mas enquadrada à perspectiva de um • personagem, portanto o narrador não é onisciente. • 2.2. Estrutura Narrativa: • 1-Narrativa em que predomina o caráter psicológico, a análise do mundo interior do personagem. • 2-Narrativa que se centraliza em fatos externos.
3-Tempo Narrativo • 1-Decurso temporal predominantemente cronológico, com pequenas voltas ao • passado. • 2-Tempo psicológico – a narrativa é um longo flash-back, em que, muitas • vezes, presente e passado se interpenetram. A narrativa relata fatos já vividos • e fatos que estão sendo vividos. • 3-Tempo psicológico. Todos os fatos narrados já foram vividos. No presente • narrativo, o personagem relembra os fatos que viveu.
6 • 4-Tema Predominante • 1-Aspectos humano-existenciais. • 2-Aspectos crítico-sociais. • 3-Aspectos crítico-históricos.
O Largo de Branco Personagens Eliane Geraldo Odilon
O Desfecho • “E, como se nada houvesse acontecido naqueles trinta anos, desde que se separaram, ele apenas diz: • – Vamos, Eliane, vamos para casa. • (...) Ela se lembra das manhãs de chuva que sempre escurecem o Largo da Palma. Agora, como a vingar-se daquelas manhãs, o sol ajuda o céu tão azul. E Eliane, ainda com o coração a bater muito forte, não tem dúvida de que o seu velho largo, como num dia de festa, está vestido de branco. (p.41)
Técnicas Narrativas e Tempo • A narrativa é em terceira pessoa, embora centrada no personagem Eliane. Está muito presente o estilo indireto livre. • É como se Eliane estivesse fazendo uma revisão de suas vivências: • A vida com Geraldo • A vida com Odilon
Coloca-se como tempo presente narrativo aquela “manhã de junho” (P.25), em que “gasto o vestido que usa, fora de moda, o melhor de todos os que restaram” (P.26) Eliane espera reencontrar-se com Odilon no Largo da Palma. • Inclusive, neste início, as formas verbais estão no indicativo presente; ressaltam a idéia dos fatos que estão em curso. • Não raras vezes se fundem presente – fatos que estão sendo vividos - e passado – fatos recordados.
Mudam, então, os tempos verbais ( imperfeito, perfeito, mais que perfeito, ressaltando a idéia de fatos já ocorridos.) Inclusive , em longos trechos, utilizam-se as aspas, para indicar que esses trechos são “narrados” pela memória da própria Eliane, como em um longo discurso indireto livre, dentro do qual aparecem formas do discurso direto. • O narrador, além de marcar o tempo, usando verbos no presente e no passado, usa os advérbios “agora” e “lá” que ressaltam o tempo presente e lugar: Eliane no Largo da Palma, à espera de Odilon.
Leia e perceba a passagem do passado, visto através da lembrança de Eliane, para o presente. • “Essa lembrança a perseguiu durante bastante tempo, era como uma idéia fixa, hora a hora a rever as notas sobre a cama. Parecia-lhe uma coisa tão venenosa e viva quanto uma víbora ou um escorpião. O dinheiro na cama, sobre o lençol, nele refletido o desprezo do homem. E como se aquele dinheiro pudesse compensar a ingratidão e resgatar a mocidade e a vida que a ele dera em troca de alguma coisa. Tudo, dera tudo mesmo em troca de nada. • O sol, agora, invade o Largo da Palma e parece que vem mostrá-lo como uma das coisas mais preciosas da Bahia . Habituara-se aos poucos com ele, o Largo da Palma... • Eliane, detendo-se para aquecer-se, esmorece os passos. Lá, no quartinho onde mora, o sol não entra.”( p. 30 ) • Pelo exposto, percebe-se que o tempo da narrativa é basicamente psicológico.
Ambiente a) AMBIENTE EXTERNO LARGO E IGREJA DA PALMA, COMO JÁ VIMOS, PRESENTES EM TODAS AS NOVELAS E TRATADOS COMO SER VIVO Rua do Bângala
b) AMBIENTE INTERNO • Quarto em que mora Alice e que Eliane subloca • Casas em que Eliane morou na infância (Itapagipe), quando casada com Odilon e quando viveu com Geraldo (Campo Grande, Barris e Rio Vermelho)
Linguagem • Concisa, períodos curtos, incisivos. O narrador explora os aspectos lírico-poéticos da linguagem. • Observar o uso de metonímias: “Você, Eliane, casou com um hospital”. • O autor usa os mesmos recursos poéticos – metáforas, comparações, inversões, frases nominais e enumerações, assíndetos, etc.
INTERIOR / EXTERIOR O mundo interior - mundo invisível “Gasto é o vestido que usa, fora da moda, o melhor dos que restaram. Os cabelos agora brancos, sempre sedosos, não melhoram o rosto cansado. Olhos sem brilho, boca um pouco murcha, as rugas. Este é o lado, o lado de fora, que Odilon verá. Sabe que o Odilon – e se não mudou inteiramente – examinar-lhe-á o rosto com atenção a observar todos os detalhes. Não poderá ver, porém, o lado de dentro, precisamente o lado da consciência e do coração.”( p. 26 )
O mundo interior traz uma percepção subjetiva do mundo exterior: (...) a rua não era a mesma e certamente não era a mesma por causa dela própria. (...) ( p. 26 ) “Apesar de menos de sete meses, ah, quanto tempo.” ( p. 29 ) “A tensão nervosa expulsando-a do quarto, empurrando-a para a rua. A tensão nervosa e os olhos de Alice sempre cheios de curiosidade.” ( p. 29 ) ( ver mundo interior= tensão nervosa; mundo exterior = olhos de Alice=expressão mundo interior= curiosidade ).
1- A obra se compõe de seis novelas. Associe a cada uma delas um dos nomes abaixo citados: (Alternativa alguma pode repetir-se) • Regionalismo e visão crítica. • Lirismo. • Crítica Social – aspectos humano-sociais. • Embasamento histórico e visão crítico-social associada a fatos históricos. • Eutanásia. • Conflitos amorosos: amor x profissionalismo.
2-Associe a cada uma das novelas uma das alternativas abaixo. (Há alternativas que podem repetir-se) • 2.1. Foco Narrativo: • 1-Narrativa em primeira pessoa. • 2-Narrativa em terceira pessoa – narrador onisciente. • 3-Narrativa em terceira pessoa, mas enquadrada à perspectiva de um • personagem, portanto o narrador não é onisciente. • 2.2. Estrutura Narrativa: • 1-Narrativa em que predomina o caráter psicológico, a análise do mundo interior do personagem. • 2-Narrativa que se centraliza em fatos externos.
3-Tempo Narrativo • 1-Decurso temporal predominantemente cronológico, com pequenas voltas ao • passado. • 2-Tempo psicológico – a narrativa é um longo flash-back, em que, muitas • vezes, presente e passado se interpenetram. A narrativa relata fatos já vividos • e fatos que estão sendo vividos. • 3-Tempo psicológico. Todos os fatos narrados já foram vividos. No presente • narrativo, o personagem relembra os fatos que viveu.
6 • 4-Tema Predominante • 1-Aspectos humano-existenciais. • 2-Aspectos crítico-sociais. • 3-Aspectos crítico-históricos.
Um Avô Muito Velho • Uma temática extremamente atual. A Eutanásia A TARDE 16/06/2005 Terry Schiavo • Abordagem lírica de um tema polêmico. • Amar extremado x sofrimento da amada Morte Provocada
Técnica Narrativa e Enredo • 3ª pessoa, centrada no personagem Negro Loio. • O presente narrativo é o momento posterior a todos os fatos narrados: “O velho, quando aquilo aconteceu, trancou--se em si mesmo. ... Sempre calado em seu canto... No quarto e no quintal, a tocar sua sanfona, como a esperar a morte e que todos os esquecessem”. O Narrador Desenvolve dois Núcleos Narrativos 1- Núcleo Central: O Negro Loio e sua neta Pintinha; 2- Núcleo secundário: A vida do negro Loio.
1 2 3 4 Decurso Temporal - Enredo Pintinha (moça) Loio / Pintinha Vida de Loio Nascimento de Pintinha Loio / Pintinha (Desfecho).
Personagens Aparecida - maior coração da Bahia Pai ? Previsão de Aparecida a Loio: “Você tem uma morte nas mãos” Loio Verinha ? Maria Ecléa Chico Timóteo Maria Eponina Loio Pintinha Amor extremo ?
Ambiente “O Largo da Palma tem boa memória.” (P.46) “Estava mesmo era no Largo da Palma que, de tão tranqüilo, talvez se preparasse para dormir”. (P.49) Visão animista = Largo = Tratado como ser vivo. • a) Ambientes internos • A casa do Gravatá • Mercado Modelo
Linguagem • Linguagem bem trabalhada, concisa, períodos curtos, incisivos. Tratamento lírico dado à narrativa e aos conflitos humanos abordados. • INVERSÃO como forma de enfatizar sentido do termo invertido. • “Companhias, se teve, foram duas: a sanfona e a saudade de Aparecida”. ( p.54) ( observe a junção do concreto( sanfona ) com o abstrato ( saudade de Aparecida ) • FRASE NOMINAL • ( O avô e a neta )“ O pé e o estribo.” (p. 47) ( ver sentido simbólico ) • “ A alegria, o riso e a coragem tão partes dela quanto os seios redondos e duros. Úmida a luz dos olhos, a voz metálica, as coxas macias.” (p. 51) ( ver comparativo de igualdade entre abstrato e concreto e a inversão do adjetivo.) • “ O sino, ah, o velho sino da igreja!” (p. 55) ( emotividade ) • “ Namoro, noivado, casamento.” (p. 57) ( movimento, agilização da narrativa ) • LINGUAGEM COLOQUIAL
1- A obra se compõe de seis novelas. Associe a cada uma delas um dos nomes abaixo citados: (Alternativa alguma pode repetir-se) • Regionalismo e visão crítica. • Lirismo. • Crítica Social – aspectos humano-sociais. • Embasamento histórico e visão crítico-social associada a fatos históricos. • Eutanásia. • Conflitos amorosos: amor x profissionalismo.
2-Associe a cada uma das novelas uma das alternativas abaixo. (Há alternativas que podem repetir-se) • 2.1. Foco Narrativo: • 1-Narrativa em primeira pessoa. • 2-Narrativa em terceira pessoa – narrador onisciente. • 3-Narrativa em terceira pessoa, mas enquadrada à perspectiva de um • personagem, portanto o narrador não é onisciente. • 2.2. Estrutura Narrativa: • 1-Narrativa em que predomina o caráter psicológico, a análise do mundo interior do personagem. • 2-Narrativa que se centraliza em fatos externos.
3-Tempo Narrativo • 1-Decurso temporal predominante cronológico, com pequenas voltas ao • passado. • 2-Tempo psicológico – a narrativa é um longo flash-back, em que, muitas • vezes, presente e passado se interpenetram. A narrativa relata fatos já vividos • e fatos que estão sendo vividos. • 3-Tempo psicológico. Todos os fatos narrados já foram vividos. No presente • narrativo, o personagem relembra os fatos que viveu.
6 • 4-Tema Predominante • 1-Aspectos humano-existenciais. • 2-Aspectos crítico-sociais. • 3-Aspectos crítico-históricos.
UM CORPO SEM NOME • a) Narrativa em primeira pessoa. Narrador não se identifica: “quem sou, isto não importa”. • b) Enredo: mulher que morre nos braços do narrador e o faz lembrar fatos que viveu aos 18 anos. • Associação: presente – passado – identificação. • “Hoje, dois meses após a morte da mulher”... Ontem, quando reencontrei o inspetor na Rua Chile, quase dois meses após o meu depoimento na Delegacia da Polícia...” (p.75-75) • “Dezoito anos, pois, a minha idade. (...) Loura e bonita, os cabelos corridos, os lábios finos, os seios pequenos e cheios, muito azul nos olhos. Não a vi, nem a ela e nem ao amigo, quando me levantei. E, ao levantar-me, já gritava: • - Eu quero esta mulher!” (p.71)
“Hoje, dois meses após a morte da mulher, o Largo da Palma já esqueceu porque, velho como é, não tem memória para todos os acontecimentos. Não deve sequer lembrar-se de quando levantaram as casas mais baixas e estreitas, estas de telhas tão pretas quanto o tempo, com o verde e o azul das tintas fortes ocultando as cicatrizes e rugas, e certamente, não se lembra quando foram plantadas as árvores e chegaram os primeiros pombos. Vendo-os agora, nesta penumbra que sempre avisa a aproximação das noites na Bahia, com a igreja vazia e os sobradinhos em silêncio, penso na mulher que morreu em meus braços. Ela, a pobre, pareceu-me que vinha de longa viagem”. • (p.74)
Crítica social • A caftina a expulsa do bordel porque ela “já não dá no couro”, não arranja mais homem (p.70-71). • A narrativa do passado, termina quando essa mulher exclama para o narrador que “morte deve ser melhor. Deve ser melhor mesmo porque não tem medo nem fome”. • (p.71)