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A Origem da Tragédia

A Origem da Tragédia. De Friedrich Nietzche. Biografia. Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em Rocken , nas proximidades de Lü zen (Alemanha), aos 15 de Outubro de 1844 e faleceu em Weimar aos 25 de Agosto de 1900 .

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A Origem da Tragédia

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Presentation Transcript


  1. A Origem da Tragédia De Friedrich Nietzche

  2. Biografia • Friedrich Wilhelm Nietzsche nasceu em Rocken, nas proximidades de Lü zen (Alemanha), aos 15 de Outubro de 1844 e faleceu em Weimar aos 25 de Agosto de 1900. • Pertencente a uma família de pastores protestantes, perdeu muito cedo seu pai (1849), passando a infância e os princípios da juventude na casa materna em Naumburg.

  3. Influenciadores: • Os acontecimentos decisivos para seu desenvolvimento espiritual, durante o tempo em que frequentava a Universidade de Leipzig foram o conhecimento travado com Richard Wagner e a leitura das obras de Schopenhauer.

  4. ENSAIO DE UMA AUTOCRÍTICA • “Origem da tragédia proveniente do espírito da Música” — Da Música? Música e tragédia? Gregos e música de tragédia? Gregos e a obra prima do pessimismo? A mais bela, mais invejada, mais sedutora maneira de viver dos homens que até o presente existiram, os gregos — o que? Precisamente eles necessitavam da tragédia? E, o que é mais — da arte? Para que — arte grega?...

  5. A Origem da Tragédia • Foi o primeiro título dado por Nietzsche à sua obra também conhecida simplesmente por O Nascimento da Tragédia, publicada em 1872. • Considerada eminentemente romântica e pretende a analisar a origem e decadência da tragédia grega, sob o ponto de vista estético.

  6. A Origem da Tragédia • Nesta obra, costuma-se dizer, o verdadeiro Nietzsche fala através das figuras de Schopenhauer e de Wagner. Aliás, Nietzsche, pouco antes, fora atraído por Schopenhauer, pelo ateísmo; pela prioridade que a experiência estética ocupava em sua filosofia e, sobretudo, pelo significado metafísico atribuído à música. No campo artístico-filosófico, O Nascimento da Tragédia é colocado na linha de frente do processo de remitologização da cultura.

  7. A Origem da tragédia • O livro foi mal acolhido pelos filólogos e pelos críticos em geral. Havia sido nomeado, em 1869, professor de filologia em Basiléia e agora se encontrava diante da incompatibilidade que o momento oferecia, isto é, a discrepância do pensador privado e o professor público. Em 1879, pedirá demissão do cargo na Universidade

  8. A influência de Wagner • Influência wagneriana ao longo da obra é perceptível. • Para Nietzsche, através da música de Wagner, seria possível vislumbrar o renascimento da tragédia grega. • Encontra Wagner pela última vez em Sorrento e é ferido de profunda decepção, diante do antigo mestre, tornado nacionalista e piedoso.

  9. A influência de Wagner • O rompimento com Wagner, também, era em razão de considerar que o músico cedia à influência do pessimismo schopenhauriano. Nietzsche, portanto, não podia considerar sua música, como antes o fizera (Origem da Tragédia), o “renascimento da grande arte da Grécia”. • A figura do antigo mestre decadente, no entanto, perseguira Nietzsche até seus últimos escritos. No “O Crepúsculo dos Ídolos”, publicado em 1888, Nietzsche ataca-o violentamente: “O artista da decadência” e o “Cagliostro da Modernidade”.

  10. A influência de Wagner • Emil Ludwig, praticamente sessenta anos depois, reconhecerá, curiosamente, a responsabilidade de Wagner por tudo aquilo que o mundo atribuiu a Nietzsche. Wagner aceitava e recusava qualquer convicção de acordo com o que lhe convinha, extremamente suscetível ao sucesso: de revolucionário passara a amigo do rei; de inimigo dos alemães, a patriota; de hedonista transformara-se em pessimista; assim também foi o único artista germânico da época que se mostrou disposto a acompanhar Bismarck e o novo Reich.

  11. APOLO • Distinguindo-os mitologicamente, temos: Apolo, para os gregos, como sendo o “Deus brilhante da claridade do dia, revelava-se no Sol. Zeus, seu pai, era o Céu de onde nos vem a luz, e sua mãe, Latona, personificava a Noite de onde nasce a Aurora, anunciadora do soberano senhor das horas douradas do dia.(...) Apolo, soberano da luz, era o Deus cujo raio fazia aparecer e desaparecer as flores, queimava ou aquecia a Terra, era considerado como o pai do entusiasmo, da Música e da Poesia.(...) Deus da Música e da Lira, Apolo tornou-se, como consequência natural, o Deus da Dança, da Poesia e da Inspiração.” (“Nova Mitologia Clássica”, p.31 e 38).

  12. Dionísio • Era o filho da união de Zeus com Sêmele, personificação da Terra em todo o esplendor primaveril da sua magnificência. “De um ponto de vista simbólico, o deus da mania e da orgia configura a ruptura das inibições, das repressões e dos recalques.

  13. Dionísio • Dionísio simboliza as forças obscuras que emergem do inconsciente, pois que se trata de uma divindade que preside à liberação provocada pela embriaguez, por todas as formas de embriaguez, a que se apossa dos que bebem, a que se apodera das multidões arrastadas pelo fascínio da dança e da música e até mesmo a embriaguez da loucura com que o deus pune aqueles que lhe desprezam o culto. Desse modo, Dionísio retrataria as forças de dissolução da personalidade: às forças caóticas e primordiais da vida, provocadas pela orgia e a submersão da consciência no magma do inconsciente.” ( “Mitologia Grega”, p. 140)

  14. Dionísio • Sim, o que é o dionisíaco? Este livro contém a resposta: — é um “conhecedor” que fala, um iniciado, discípulo de seu deus. • Questão fundamental é a relação do grego com a dor.

  15. Nietzsche emprega uma linguagem simbólica e metafórica na apresentação de suas obras de arte. Ele se impregna do primitivo espírito grego, reconhecendo no devenir, no fluxo das coisas, a verdadeira dimensão dos fatos; a vida é um jogo constante atirada ao destino de suas forças. O pathos trágico se nutre do saber que tudo é uno. A vida e a morte são irmãs gêmeas arrastadas num ciclo misterioso. O caminho para o alto e o caminho para baixo, segundo se lê em Heráclito é o mesmo.

  16. O pathos trágico conhece Apolo e Dionísio como idênticos. Nietzsche descobre na tragédia grega a oposição da forma e da corrente amorfa. A esta oposição, Nietzsche chama oposição entre o Apolíneo e o Dionisíaco. Servindo-se ainda desta diferença, evolui seu pensamento e integra o apolíneo no dionisíaco. Assim, a verdadeira dimensão da realidade está num recriar, numa renovação constante; os valores estão em jogo permanente, os valores estão sempre criando novos valores de acordo com a diversificação e a intensidade de sua força

  17. Apolo e Dionísio • Ora, não é outro o espírito da estética nietzschiana que se encontra centrada na embriaguez, isso é, na capacidade de se introduzir nos atos humanos mais acréscimos de força, mais movimentação, mais criatividade, pois é a vontade de potência que dá ao homem o sentido ativo da arte.

  18. Apolo e Dionísio: • Desse modo, o que Nietzsche institui é a formação do apolíneo e do dionisíaco como princípios de natureza estética e inconscientes, porém, sem deixar de ter como base as suas origens mitológicas referidas anteriormente. • A relação entre Apolo e Dionísio será de criação, pois a incessante luta entre eles cria sempre coisas novas, por isso a identificação com a arte.

  19. Espírito Apolíneo • O apolíneo é o princípio de individuação, um processo de criação do indivíduo, que se realiza como uma experiência da medida e da consciência de si próprio. • Assim como Apolo era o deus da beleza, o espírito apolíneo era o espírito da aparência. • Para Nietzsche, a arte apolínea era superficial, meramente contemplativa, uma imagem refletida da essência do Ser.

  20. Espírito Dionisíaco • O espírito dionisíaco, por ser fonte do divino, era o verdadeiro criador da arte original. O aniquilamento da racionalidade, do princípio da individuação, permitia desvendar a essência da natureza. A melhor representação desse espírito era o gênero artístico da tragédia grega.

  21. Como surgiu a Tragédia Grega? • A tragédia grega surgiu no coro do Ditirambo. • Para Nietzsche, somente a arte tem o poder de transformar o aborrecimento do que há de horrível e de absurdo na existência. • Para o autor, o coro do sátiros do ditirambo foi a salvação da arte grega. • Ditirambo: canto coral de caráter apaixonado executado por personagens vestidos de faunos e sátiros, considerados companheiros do deus Dionísio, em honra do qual se prestava essa homenagem ritualística. • Sátiros: entidade mitológica metade humana e metade animal.

  22. No ditirambo dionisíaco é impelido o homem para o maior aumento de suas aptidões simbólicas.

  23. A música Apolínica era arquitetura dórica em sons, mas em sons somente indicados, como são próprios da cítara.

  24. "A Transfiguração de Cristo" de Rafael Sanzio • “Seis dias depois, tomou Jesus consigo a Pedro e aos irmãos Tiago e João e os levou, em particular, a um alto monte. E foi transfigurado diante deles; o seu rosto resplandecia como o sol, e as suas vestes tornaram-se brancas como a luz”. Mt 17:1-2

  25. Rafael é, ele próprio, um daqueles “ingênuos” imortais, que nos representou numa pintura simbólica aquela despotenciação da aparência para a aparência, o processo primitivo do artista ingênuo e ao mesmo tempo da cultura apolínica. Em sua Transfiguração a parte inferior nos mostra, com o rapaz possesso, os seus portadores desesperados, os discípulos perplexos e amedrontados, o reflexo da eterna dor-primitiva, da única razão do mundo: a “aparência” e aqui o reflexo da eterna contradição, do pai das cousas.

  26. O mito de Prometeu • “Em virtude de seu amor titânico para com os homens foi Prometeu despedaçado pelos abutres”

  27. Édipo • “Por causa de seu saber excessivo, que decifrava o enigma da esfinge, teve Édipo de cair num abismo desnorteante de crimes: assim interpretava o deus délfico o passado grego”.

  28. “Toda a sua existência, com toda a sua beleza e moderação descansava sobre um fundamento oculto do sofrer e do reconhecer, fundamento que por sua vez lhe era descoberto pelo dionisíaco! E, eis aí! Apolo não conseguia viver sem Dionísio!” • “O excesso se descobria como verdade; a contradição, o deleite nascido das dores, falava de si, do coração da natureza. E assim, onde quer que penetrasse o dionisíaco, se anulava e extinguia o apolínico”.

  29. Muitas as manifestações do Dionisíaco e do Apolíneo nas artes: • Homero – Representação do espírito apolíneo • Arquíloco – Representação do espírito dionisíaco • Precisamente este Arquíloco nos assusta, ao lado de Homero, pelo grito de seu ódio e de sua ironia, pelas exclamações viciadas de seus desejos; não será ele, este chamado primeiro artista subjetivo, o verdadeiro anti-artista? Mas então por que a veneração que a ele, ao poeta, tributou, em notáveis expressões o oráculo de Delfos, o centro da arte “objetiva”?

  30. A Música: • Toda esta discussão aceita que o lirismo é tão dependente do espírito da música, como a própria música que, em sua total ilimitação, não necessita nem da imagem, nem da ideia, apenas as suportando ao seu lado. A poesia do lírico nada pode exprimir que já não esteja contido na maior generalidade e indiferença da música, que o impeliu à linguagem figurada.

  31. IMPORTANTE: Comparando com esta, todo fenômeno nada mais é que alegoria; por isto a língua, como órgão e símbolo dos fenômenos, não pode nunca e em nenhum lugar exprimir o profundo sentido da música, mas permanece, quando se prontifica a imitar a música, somente em contato externo com ela, enquanto que seu sentido mais profundo, apesar de toda eloquência lírica, não se pode acercar de nós por mais um passo, sequer.

  32. Considerações finais: • Repugnância profunda pelo Cristianismo. • Filosofia do Niilismo. • Resgate da Mitologia Grega. • Compreensão de Arte diferente da de Schopenhauerque a compreende partindo não do artista, e sim do preceptor.

  33. Influência de Wagner • Não podemos separar esta obra do Wagnerianismo, que por essa época foi preponderante do espírito • Inicialmente encantado com “Tristão e Izolda”, Nietzsche vai gradativamente se decepcionando com Wagner. O auge desta desilusão aconteceu por ocasião da inauguração do teatro de Wagner em Bayreuth, em 1876, com a apresentação de “Os Mestres Cantores”.de Nietzsche.

  34. Tristão e Isolda de Wagner • http://www.youtube.com/watch?v=fktwPGCR7Yw

  35. Quando Nietzsche Chorou • https://www.youtube.com/watch?v=XDBQxatkKKA

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