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15-06-05. Risco de Transmissão Ocupacional (Hepatites B e C e HIV). Sinaida Teixeira Martins Investigação e Prevenção de Infecção e Eventos Adversos Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de Saúde Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Risco Ocupacional.
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15-06-05 Risco de Transmissão Ocupacional (Hepatites B e C e HIV) Sinaida Teixeira Martins Investigação e Prevenção de Infecção e Eventos Adversos Gerência Geral de Tecnologia em Serviços de SaúdeAgência Nacional de Vigilância Sanitária
Risco Ocupacional • Risco: probalidade de ocorrência de um evento não desejado (acidente de trabalho) • Ocupacional: relacionado aos procedimentos específicos à profissão desempenhada Risco Acidente Conseqüência Danos pessoais lesão corporal pertubação funcional doença Incapacidade para trabalho
Riscos de Doença Ocupacional no ambiente hospitalar • Estimativa anual de acidentes comAGULHA Lavanderia, higiene e limpeza 11.700 a 45.300 Auxiliares enfermagem 9.900 a 17.900 Enfermeira 2.800 a 4.300 Profissionais laboratório 800 a 6.500 Médico, dentista e internos 100 a 400 Agency for Toxic Substances and Disease Registry, Springfield, Va,1990
Subnotificação Riscos de Doença Ocupacional no ambiente hospitalar • Estimativa de 600.000 a 800.000 acidentes com pérfuro-cortantes / ano em hospital – EUA • Verdadeira incidência é desconhecida
Subnotificação • Subnotificação • altas taxas: 40 a 95% das exposições envolvendo material biológico não são notificadas. • média 50% subnotificação. Jagger J et al. Adv Exposure Prev 1995.
Subnotificação Coutinho AP et al.SHEA/2004 • Evaluation of Under-Reporting of Occupational Exposure in an University Hospital - PHASE III • Entre as fase 1 e 2: treinamento • Entre fase 2 e 3: informação impressa
Riscos de Doença Ocupacional no ambiente hospitalar • Questões • Hospital de agudo • Hospitais de longa permanência (PQ) • Assistência ambulatorial (clínicas de estética) • Assistência domiciliar (descarte)
Riscos de Doença Ocupacional no ambiente hospitalar • Custos com exposições ocupacionais • exames laboratoriais, tempo de trabalho perdido, aconselhamento, medidas profiláticas pós exposição, acompanhamento, etc • Custos pós exposição • sem profilaxia p/ HIV: US$ 80 a US$560. • incluindo 28 dias de profilaxia ARV: US$ 1440 a US$2000. • compensação por soroconversão: US$ 1300 milhão. • Custo psicossocial: não estimado. Health Canada, 2002.
Acidentes com pérfuro-cortantes • CDC: National Surveillance System for Healthcare Workers - NaSH • 236.000 acidentes percutâneos / ano • 75% (177.000) = preveníveis • Italian Study on Occupational Exposure to HIV - SIROH • compensação 439 acidentes percutâneos analisados (1 ano) • 74% preveníveis (alteração do comportamento). GAO-01-60R Needlestick Prevention. 2000. Castella A, et. al. J Hosp Infect, 55, 2003
ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO • Hepatite pelo vírus B • 6-30 % • Hepatite pelo vírus C • 1,8 % (0-7%) • HIV • 0,3% percutânea • 0,09% mucosa Guideline CDC, 2001
ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO Hepatite pelo vírus B • Acidentes pérfuro-cortantes com paciente-fonte • HBsAg e HBeAg positivos: • hepatite clínica: 22 a 31% • conversão sorológica:37 a 62% • Acidentes pérfuro-cortantes com paciente-fonte • HBsAg positivo e HBeAg negativo: • hepatite clínica: 1 a 6% • conversão sorológica:23 a 37% Guideline CDC, 2001
ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO Hepatite pelo vírus C • Após acidentes percutâneos com agulhas com lúmen: 1,8% (0 a 7%) • após exposição de mucosas: < 1% • após acidentes com agulhas sem lúmen (?) Guideline CDC, MMWR 2001;50(RR-11)
ACIDENTES COM MATERIAL BIOLÓGICO HIV • Após acidentes percutâneos: 0,3% • após exposição de mucosas: 0,09% Guideline CDC, 2001
Fatores de Risco Tipo de exposição Categoria profissional Tempo de trabalho Período de incubação: 45 -180 dias Meio ambiente 7 dias Grady, GF. J. Infect. Dis., 138: 625-638, 1978 Em profissionais da saúde 3 a 4 vezes maior população geral Denes, AE. JAMA, 239: 210-212, 1978. Cirurgiões 13 - 18% Short, LJ. Am. J. Infect. Control, 21: 343-350, 1993. Dentistas 12 - 27% CDC. MMWR, 42: maio, 1993. Hepatite B
Hepatite B • > 50% formas assintomáticas • 90 - 95% = cura (adultos) • 5 - 10% = forma crônica (adultos) • CIRROSE HEPÁTICA • HEPATOCARCINOMA
Hepatite B • Hepatite B por exposição ocupacional EUA - 1.000 casos/ano 250 casos = Doença clínica 63 casos = Cronicidade 4 casos = Carcinoma Hepatocelular 17 casos = Óbito por cirrose 1 caso = Óbito por H. fulminante CDC, 1994
1.200 casos/ano (1980) 8.700 casos/ano (1990) 1.450 casos/ano (1993) Queda de 90% na incidência de HBV nos profissionais Hepatite B
Profilaxia para Hepatite B Vacina • 3 doses (1 ml IM-deltóide) • 0,1 e 6 meses • Comprovação de “viragem” sorológica após 2 meses da 3ª dose • Intervalos maiores não demandam mais doses • Doses de reforço NÃO são necessárias
Vacina Hepatite B • Triagem sorológica prévia é desnecessária • Anti-HBsAG pós vacina • Contato com pacientes ou sangue • Enfermeiros • Médicos • Flebotomistas • Dentistas • Técnicos • Estudantes
Profilaxia para Hepatite B Imunoglobulina • Paciente Fonte HBsAg POSITIVO ou desconhecido com risco (paciente em hemodiálise, com cirrose, HIV+ usuários de droga e politransfundidos) • Até 72 horas após exposição • dose 0,06 ml/Kg • Alto custo
Profilaxia para Hepatite B Situações indicadas para imunoglobulina • PAS não vacinado, ou vacinação incompleta • PAS vacinado sem resposta adequada (Anti HBs < 10 UI) • PAS vacinado mas desconhece resposta
Vacinação de Hepatite B DURAÇÃO DA RESPOSTA anti-HBs • inicial = 94% • pico de 6 meses • 15 anos de follou-up = 66% McMahon BJ et al. Hepatology 2000; 32:379A
Vacinação de Hepatite B • Após 12 anos do esquema vacinal • Declínio em 60% • Desnecessário reforços periódicos ou triagem sorológica (população normal) • Triagem pós-vacinação é indicada em PAS com atividade assistencial e contato com sangue
* Na impossibilidade de fazer o teste Anti-HBs rapidamente, tratar o profissional acidentado com 01 dose de HBIGg + 01 dose de vacina contra a Hepatite B. Manual Biossegurança/MS, 2003
identificado em 1989 ANTI-HCV em 70 a 90% Hepatites NA/NB Período de incubação: 6 -7 semanas Transmissão ambiental Hepatite C Guideline CDC, 1998
Prevalência 60 a 90% usuários de drogas e hemofílicos 20% pacientes em Hemodiálise 10% pacientes DST (não usuários de drogas) 0,5 a 2% em doadores de sangue Vacina ????? Imunoglobulinas ?? Interferon ??? Hepatite C Guideline CDC, 1998
Hepatite C • Infecção aguda < 25% apresentam sintomas 30 a 70% evoluem para forma crônica • CIRROSE HEPÁTICA • HEPATOCARCINOMA
Hepatite C • 44 pacientes com infecção aguda, sintomática, por VHC • Ensaio clínico: • tratamento com interferon alfa-2b (5 milhões de unidades /dia - SC por 4 semanas; a seguir 3 x por semana, por 20 semanas) • Níveis indetectáveis de RNA do VHC 43 pacts Jaeckel E et al. New Engl J Med 345 (20): 1452-1457, 2001
Profilaxia para Hepatite C ? A única medida eficaz para eliminação do risco de infecção pelo vírus da hepatite C é prevenir a ocorrência do acidente
Acidente tipo de Mbiológico envolvido lesão profunda agulha calibrosa e oca quantidade de sangue inoculado dispositivo visivelmente contaminado com sangue e/ou ter sido utilizado em procedimento vascular HIV - Fatores de risco potenciais • Paciente • estágio terminal • carga viral alta • uso de drogas antiretrovirais • PAS • início tardio da quimioprofilaxia Cardo DM et al. N Engl J Med 1997; 337:1485-90
HIV • Até 30 de junho de 1999 - USA • 427.795 casos de AIDS • 21.760 casos em PAS ( 5,1%) Cardo, DM. N. Engl. J. Med., 337 (21): 1485-1490, 1997 Nov.
Casos documentados de soroconversão HIV por exposição ocupacional USA - 1999. • Enfermeiras 23 • Técnicos em venopunção 19 • Médico (clínico) 06 • Técnico de laboratório 01 • Técnico cirúrgico 02 • Atendente 01 • Limpeza 01 • Terapeuta resp 01 • Técnico de diálise 01 Total 55 Cardo, DM. N. Engl. J. Med., 337 (21): 1485-1490, 1997 Nov.
País Casos Documentados Casos Suspeitos Total EUA (CDC)* Outros países Total 57 42 99 138 43 181 195 85 280 Casos documentados e suspeitos de aquisição de HIV por PAS MMWR. Centers for Disease Control and Prevention, 2001 * Ann N. Do, MD. ICHE,2003
35 17 138 Casos documentados e suspeitos de aquisição de HIV por PAS Ann N. Do, MD.ICHE,2003
Profilaxia para HIV • Até 02 horas pós exposição, risco em 81% • Anti-retrovirais durante 04 semanas • 02 inibidores não nucleosídeos da transcriptase reversa • AZT 03 (300mg) comprimidos 08/08 h + 3TC 01 (150mg) comprimido 12/12 h • Biovir (AZT + 3TC) 01 cp 12/12h • 01 inibidor de protease • Indinavir 02 (800mg) cápsulas 08/08 h • Nelfinavir 03 (750mg) cápsulas 08/08 h
Risco de infecção ocupacional pelo HIV, HBV e HCV e materiais biológicos envolvidos: São Paulo, 1998.
Tipo de exposição Densidade Quimioprofilaxia Regime antiretroviral Fonte Percutânea + Grave Recomendado ZDV+ 3TC+ IP - Grave Recomendado ZDV+ 3TC HIV + assintomático Membrana carga viral baixa mucosa ou pele Grande volume Reco mendado ZDV+ 3TC íntegra Pequeno volume Recomendado ZDV+ 3TC Percutânea + Grave Recomendado ZDV+ 3TC+ IP ZDV+ 3TC+ IP - Grave HIV + sintomático, Recomendado AIDS, ou carga viral ZDV+ 3TC+ IP Membrana Grande volume elevada Recomendado mucosa ou pele ZDV+ 3TC íntegra Pequeno volume Recomendado Fonte ou sorologia anti - HIV Percutânea desconhecidas Em geral não se Membrana mucosa recomenda ou pele íntegra HIV negativo Percutânea Em geral não se Membrana mucosa recomenda Manual Biossegurança/MS, 2003 ou pele íntegra
Situação Atual no Brasil • Portaria Interministerial MPAS/MS nº 11 de 14 de julho de 1995: Programa Integrado de Assistência ao Acidentado do Trabalho (PIAT) • Portaria Interministerial MPAS/MS nº 14 de 13 de fevereiro de 1996: Responsabilidade do Ministério da Previdência e Assistência Social/MPAS no sentido de prover assistência adequada ao trabalhador acometido de doença profissional ou vítima de acidente do trabalho;
Situação Atual no Brasil Novo Algoritmo para o Diagnóstico Sorológico da Infecção pelo HIV PORTARIA Nº 59 MS/GM, DE 28 DE JANEIRO DE 2003 Edição Número 22 de 30/01/2003: • Implantar um programa que tem por objetivo o controle da qualidade analítica do diagnóstico laboratorial da infecção pelo HIV; • Definir e normatizar a sub-rede de laboratórios do Programa Nacional de DST e Aids, que realizam testes sorológicos para a detecção de anticorpos anti-HIV, integrante da Rede Nacional de Laboratórios Clínicos, em conformidade com a Portaria No 15, de 03 de janeiro de 2002;
Situação Atual no Brasil Manual de condutas: • Exposição ocupacional a material biológico MS/99: • Controle de Infecções e prática odontológica em tempos de Aids MS/00 • Recomendações para Terapia ARV em Adultos e Adolescentes MS/01; • Testes rápidos: considerações gerais para seu uso com ênfase na indicação de terapia anti-retroviral em situações de urgência
Situação Atual no Brasil • A quem compete a Responsabilidade de notificar? • Laudos laboratoriais morosos • Disponibilização de profiláticos?
Situação Atual no Brasil • DADOS NACIONAIS DE NOTIFICAÇÃO: • ESTADO DE SÃO PAULO – SINABIO- 2002 • CRT/AIDS; • ESTADO DO RIO DE JANEIRO – RISCO BIOLÓGICO (BIO);
DADOS DO SINABIO Dezembro de 1999 a agosto de 2002 SINABIO - 3513 notificações de acidentes ocupacionais com exposição a fluidos biológicos • 124 municípios: • 20% de todos os municípios do Estado (lembramos que esses acidentes ainda não são de notificação compulsória no Estado de São Paulo). • 80% dos acidentes notificados ocorreram em funcionárias do sexo feminino; • Faixa etária - 1269 (36%) profissionais tinham entre 20 e 29 anos;
DADOS DO SINABIO • 1742 acidentes notificados: • 49,6% auxiliares de enfermagem • 8,3% funcionários da limpeza • 7,0% médicos • 4,9% técnicos de enfermagem • 3,5% enfermeiros
CASOS NOTIFICADOS PELO RISCO BIOLÓGICOwww.riscobiológico.org
CASOS NOTIFICADOS PELO RISCO BIOLÓGICOwww.riscobiológico.org
CASOS NOTIFICADOS PELO RISCO BIOLÓGICOwww.riscobiológico.org
CASOS NOTIFICADOS PELO RISCO BIOLÓGICOwww.riscobiológico.org
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Caso documentado de soroconversão HIV por exposição ocupacional - BRASIL • Julho de 1999 - Investigação Epidemiológica • PAS - um auxiliar de enfermagem • 14/10/1994 • punção venosa • auxiliando o colega no procedimento • cateter perfurou acidentalmente o antebraço • paciente: diagnóstico clínico/laboratorial de AIDS ( Santos NJS, Monteiro ALC, Ruiz EAC. Brazilian Journal of Infectious Diseases, 6 (3): 140-141, 2002)