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Assistência de Enfermagem nas QUEIMADURAS-PARTE-I. Prof. Fernando Ramos -Msc. Introdução:.
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Assistência de Enfermagem nas QUEIMADURAS-PARTE-I Prof. Fernando Ramos -Msc
Introdução: • As queimaduras,são considerada como um grande problema de saúde pública. Não só quanto à gravidade de suas lesões agudas como em relação às importantes seqüelas que marcarão para sempre o paciente queimado.
São lesões coagulativas envolvendo diversas camadas do corpo , causadas pelos vários tipos de agentes agressores • São causadas por transferência de energia de uma fonte de calor para o corpo. • O calor pode ser transferido por condução ou radiação eletromagnética.
Epidemiologia: Estima-se que no Brasil ocorram cerca de 1.000.000 de acidentes por ano, sendo que 100.000 pacientes procurarão atendimento hospitalar e, destes, cerca de 2.500 pacientes irão falecer direta ou indiretamente de suas lesões.
CONCEITO: • Pode ser definido como uma lesão dos tecidos orgânicos em decorrência de um trauma de origem térmica. Podendo variar de uma simples flictema na pele, até grave agressão, capaz de desencadear um grande número de respostas sistêmicas proporcionais à extensão e a profundidade dessas lesões (GOMES-2006).
Classificações • Quanto ao agente causal • Físicos: temperatura: vapor, objetos aquecidos, água quente, chama, as ulcerações por frio. É o tipo mais comum. • Eletricidade : corrente elétrica, raio, etc. • Radiação : sol, aparelhos de raios X, raios ultra-violetas, nucleares, etc. • Químicos: ácidos, bases, álcool, gasolina, etc. Através de inalação, ingestão e contato direto. • Biológicos: animais: lagarta-de-fogo, água-viva, medusa, etc. e vegetais : o látex de certas plantas, urtiga, etc. • Mecânicas: pela fricção ou abrasão
Classificação das Queimaduras(quanto a profundidade) • Iº GRAU • IIº GRAU • IIIº GRAU • IV GRAU
Queimadura de I Grau É aquela que atinge a camada mais externa da pele, a epiderme. Clinicamente a lesão é hiperemiada, úmida, dolorosa. Ex: lesão por raios solares.
1º Grau • Não sangra , geralmente seca • Rosa e toda inervada • Não passam da Epiderme • Queimadura de Sol(exemplo) • Hiperemia(Vermelhidão) • Dolorosa • Cicatrização em geral rápida e sem fibrose • Obs:Normalmente não chega na emergência
Queimadura de II grau É aquela que atinge tanto a epiderme como parte da derme. Clinicamente a lesão apresenta a formação de bolhas ou flictemas. Ex: lesão térmica causada por líquidos superaquecido.
2º Grau • Atinge epiderme • e derme • Úmida • Presença de Flictenas(Bolhas) • Retirar ou não? • Rosa, Hiperemia(Vermelhidão) e exsuda • líquido. • Dolorosa • Cura espontânea mais lenta, • com possibilidade de formação de cicatriz hipertrófica.
Queimadura de III grau É aquela que acomete a totalidade das camadas da pele (epiderme e derme) e, em muitos casos, outros tecidos, tais como tecido celular subcutâneo, músculo e tecido ósseo. Clinicamente apresenta um aspecto esbranquiçado ou marmóreo; há redução da elasticidade tecidual. Ex: queimadura elétrica, térmica.
3º Grau • Atinge todos os apêndices da pele Ossos , músculos, nervos , vasos • Pouca ou nenhuma dor • Úmida • Cor Branca, Amarela ou Marrom, • não clareiam quando pressionadas. • Não cicatriza espontaneamente, necessita de enxerto cutâneos. • Ocorre maior de desequilíbrio hidreletrolítico.
4º Grau Necrose Total Carbonização Tecido negro
Fisiopatologia As queimaduras que excedem 25% da ASCT podem produzir uma resposta local e sistêmica que são consideradas importantes.
Fisiopatologia Agressão do tecido Exposição do Colágeno Liberação de Substâncias Vasoativas Pele Vaso
Substâncias Vasoativas • Histamina – Mastócitos • Cininas – Sist. Calicreína • Cascata do Ácido Araquidônico - Eicosanóides
RESPOSTA CARDIOVASCULAR • O processo de edema, perda de líquidos e APC(Aumento da Permeabilidade Capilar) geram dois riscos ao paciente queimado. • 1º Risco – Choque Hipovolêmico ( perda imediata de líquidos resultando em perfusão e aporte de oxigênio diminuídos) DC diminuído. • SNS ( catecolamina ) vasoconstricção contratilidade miocárdica pode ser suprimida pela liberação citocina.
Fisiopatologia Extravasamento de Plasma (Eletrólitos , Proteínas e etc)
2º Risco – Perda de Eletrólitos • Volume sanguíneo ( evaporação) • Hiponatremia • Hipercalemia • Hipocalemia • Eritrócitos Anemia • Hematócritos • Anormalidades na coagulação
Resposta Pulmonar ( Lesão por Inalação) • Bronconstrição ( liberação histamina, serotonina e tromboxane vasoconstrictor ( constrição torácica) • Pós –queimadura Liberação catecolamina ( resposta ao estresse ) hipermetabolismo
Respostas sistêmicas • Função Renal alterado • Função gastrintestinais (íleo paralítico) • Úlcera de Curling
Fisiopatologia Perda da Barreira Mecânica Alterações no Sist. Imune Invasão de Bactérias Diminuição da ação Fagocística e da atividade Bactericida dos Neutrófilos Aumento do número de cel. Ts Diminuição das Ig Sepse – Choque Séptico 3º Risco
Fisiopatologia Resposta Metabólica 1º Fase 2º Fase X Hipometabolismo Diminuição do DC Diminuição do consumo de O2 Liberação de subs. Vasoativas ( IL, Prostaglandinas, TNF-, Leucotrienos) Hipermetabolismo Aumento do Catabolismo Liberação de Hormônios Uso das reservas energéticas
Fisiopatologia Resposta Metabólica(2º Fase) Necessidade de recuperação • Cicatrização de Feridas • Circulação Hiperdinâmica • Impulso Respiratório • Fluxo Protéico Aumento do Catabolismo e Uso das reservas energéticas Proteínas – AA Glicogenólise Lipólise de Triglicérides Acidose ADH TSH(?) GH ACTH – Cortisol Glucágon Catecolaminas(Fator Chave) 4º Risco Liberação dos Hormônios
Fisiopatologia(Resumo) Histamina Mastócitos Choque Hipovolêmico 1º Risco Perda de Eletrólitos 2º Risco APC Exposição De Colágeno Agressão ao tecido Sist. Calicreína Cininas Prostaglandinas E outros Fosfolipase Ac. Araquidônico Alterações no Sistema Imune Perda da Barreira Mecânica Sepse/Choque Séptico 3º Risco Invasão de Bactérias Aumento do Catabolismo Liberação de Hormônios Uso das reservas energéticas Resposta Metabólica Acidose Metabólica 4º Risco
Calculando a área queimada Importância Prognóstico Hidratação Obs. – A Rigor não se leva em conta as áreas com queimaduras de 1º grau
Calculando a área queimada Regra dos Nove • Rápido • Prático • Fácil de memorizar • Pouco preciso
Calculando a área queimada LUND BROWDER • O mais avançado método de calculo de área queimada • Leva em consideração as várias faixas de idade com precisão • Ele reconhece o percentual da ASCT de diversas regiões anatômicas Obs. Em caso de não existir um método disponível pode-se usar a Palma da mão como medida de 1% para o cálculo
Esquema de Lund-Browder (1955) A particularidade de exatidão utilizada neste esquema é a proporcionalidade de algumas regiões em relação a idade do paciente queimado.
Hidratação Fórmula Baxter e Parkland 4 ml de Lactato de Ringer ou Soro Fisiológico kg X X Área queimada Composição do Ringer Sódio Cloro Potássio Cálcio Lactato A solução deverá ser administrada nas primeiras 24 horas • ½ nas 8 h após trauma
Gravidade da Lesão • Doença de base; • Agente causal( eletricidade e químicas) • Traumas associados a lesão; • Idade do paciente(crianças menores de 2 anos e adultos com idade superior a 65 anos); • Lesão de vias áreas e face; • Profundidade da lesão e queimadura de genitália • Extensão da superfície corporal queimada.
SUPORTE HEMODINÂMICO O CHOQUE DO QUEIMADO
Fisiopatologia do Burn Shock • Aumento da permeabilidade vascular • Diminuição da pressão coloidosmótica • Presença de edema e aumento do hematócrito • Diminuição da volemia com aumento da viscosidade sanguínea • Aumento da resistência periférica • Diminuição do débito cardíaco
Indicações de Internação • Lesão de III grau atingindo mais 10% SCQ adulto e 5% criança; • Lesão de II grau atingindo área superior a 20% adulto e 10% criança; • Queimaduras de face, mãos, pés, genitália e região perineal; • Queimadura circunferencial de extremidades