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Os anos 60 - iconografia. A Pop Art foi, acima de tudo, uma corrente artística “agarrada” à sua época e que reflectiu (de modo desinteressado), num sentido social e cultural, o contexto de uma sociedade industrial capitalista e tecnológica. Apesar das múltiplas linguagens, meios
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A Pop Art foi, acima de tudo, uma corrente artística “agarrada” à sua época e que reflectiu (de modo desinteressado), num sentido social e cultural, o contexto de uma sociedade industrial capitalista e tecnológica. Apesar das múltiplas linguagens, meios e fontes de inspiração utilizados por cada artista, um aspecto manteve-se constante: o culto do quotidiano e do trivial sob todas as suas formas.
POP ART Movimento principalmente americano e britânico, a sua denominação foi empregada pela primeira vez em 1954, pelo crítico inglês Lawrence Alloway.
Em Nova Iorque, no início dos anos 1960, Jasper Johns e Robert Rauschenberg desvinculam-se do “automatismo” da action painting e experimentam uma linguagem distinta da abstracção, baseada na reprodução e reinterpretação das imagens recolhidas nos meios de comunicação, no mundo do espectáculo e do consumo. A eles se juntaram, entre outros, James Rosenquist, Roy Lichtenstein, Tom Wesselmann, Claes Oldenburg e Andy Warhol cuja obra, em geral, constituiu uma referência fundamental para fixar o conceito de Pop Art.
Nos anos que se seguiram, todas as manifestações artísticas cujas práticas se centravam neste tipo de imagens (publicidade, magazines, cartazes) e os produtos da sociedade de consumo acabaram por se enquadrar nesta denominação
Apesar dos meios muito diversos em que cada artista sustentou os seus processos criativos, o que os uniu foi um interesse comum em estabelecer uma nova relação entre o mundo da arte e a predominância da imagem no quotidiano, através da renovação da figuração e da recuperação do conceito de representação.
Assim, tanto incorporam recortes de revistas e de cartazes nas suas obras (Wesselmann), como reproduzem “tiras” da banda desenhada (Lichtenstein), ou recuperam os meios de reprodução mecânica utilizados pelos media e pela publicidade (Warhol, Rosenquist).
Era o regresso da arte figurativa, a sua iconografia era a da televisão, da fotografia, dos quadrinhos, do cinema e da publicidade.
Claes Oldenburg Floor Burger 1962, Claes Oldenburg
Tom Wesselmann As suas primeiras obra reflectiram o fascínio que estes artistas sentiram pela sociedade de consumo massificado, pela diversidade de produtos disponibilizados pela indústria e, sobretudo, pela riqueza plástica que a sua imagem integrava
Robert Rauschenberg (1925) Depois das séries de superfícies brancas ou pretas reforçadas com jornal amassado do início da década de 1950, Rauschenberg criou as pinturas "combinadas", com garrafas de Coca-Cola, embalagens de produtos industrializados e pássaros empalhados.Por volta de 1962, adoptou a técnica de impressão em silk-screen para aplicar imagens fotográficas a grandes extensões da tela e unificava a composição por meio de grossas pinceladas de tinta. Esses trabalhos tiveram como temas episódios da história americana moderna e da cultura popular. Robert Rauschenberg Robert Rauschenberg, Retroactive II, 1963
Roy Lichtenstein (1923-1997). O seu interesse pelas histórias em quadrinhos como tema artístico começou provavelmente com uma pintura do Mickey, que realizou em 1960 para os filhos. Roy Lichtenstein
Nos seus quadros a óleo e tinta acrílica, ampliou as características das histórias em quadrinhos e dos anúncios comerciais, e reproduziu à mão, com fidelidade, os procedimentos gráficos. Empregou, por exemplo, uma técnica pontilhista para simular os pontos reticulados das histórias. Cores brilhantes, planas e limitadas, delineadas por um traço negro, contribuíam para o intenso impacto visual Rapariga com Fita de Cabelo, Roy Lichtenstein, 1965.
Com essas obras, o artista pretendia oferecer uma reflexão sobre a linguagem e as formas artísticas. Os quadros, desvinculados do contexto de uma história, aparecem como imagens frias, intelectuais, símbolos ambíguos do mundo moderno. O resultado é a combinação de arte comercial e abstração.
The Pop Art Show, Royal Academy, Londres, Inglaterra, 1991. A Pop Art, um controverso movimento com uma forte componente social, encontrou na cultura urbana, no consumo de massas e na liberalização dos costumes da década de 1960 a inspiração para o seu programa Artístico. The Pop Art Show, Royal Academy, Londres, Inglaterra, 1991.