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Câmbios fonológicos Os sistemas vocálicos

Câmbios fonológicos Os sistemas vocálicos. O sistema vocálico do latim clássico O sistema vocálico do latim vulgar O sistema vocálico do romance hispano. O sistema vocálico do latim clássico. O latim clássico tem 10 vogais: ā ē ī ō ū ă ĕ ĭ ǒ ŭ.

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  1. Câmbios fonológicosOs sistemas vocálicos O sistema vocálico do latim clássico O sistema vocálico do latim vulgar O sistema vocálico do romance hispano

  2. O sistema vocálico do latim clássico • O latim clássico tem 10 vogais: • ā ē ī ō ū • ă ĕ ĭ ǒ ŭ • A quantidade ou duração (longa - breve) da vogal é um traço distintivo: • līber (libre) / lĭber (libro) • mālum (manzana) / mălum (malo) • sōlum (solo) / sǒlum (suelo) • O 70% das vogais latinas são breves (amostra de 25 mil fonemas). A distribuição longa / breve é a seguinte: • SÍLABA BREVES : LONGAS acentuada 3:2 átona não final 6:1 átona inicial 14:1 átona final 5:4

  3. O sistema vocálico do latim clássico • Assimetria no sistema: • A diferença entre as duas vogais fechadas palatais, ī / ĭ , é mais grande do que entre as fechadas velares: ū / ŭ . • Em romeno: • ū , ŭ > u • ī > i • ĭ , ē > e • O latim tinha basicamente 3 ditongos: • AE [aj] • OE [oj] • AU [aw]

  4. O sistema vocálico do latim clássico • O acento latino: • Língua tonal. As sílabas acentuadas têm um tom mais alto (agudo). - Regras de acentuação: Se a palavra tem duas sílabas, o acento vai na primeira. Se tem mais de duas sílabas, o acento depende da duração da penúltima sílaba: a) se a sílaba é longa, o acento vai sobre ela. b) se a sílaba é breve, o acento vai sobre a antepenúltima. - A duração da sílaba é determinada assim: Uma sílaba é longa se: a) contem uma vogal longa: mu-lī-nu > mo-lí-no b) contem um ditongo. c) contem uma vogal breve seguida por duas consoantes (sílaba trabada): sa-gĭt-ta > sa-é-ta (excepto té-ne-bra, ín-te-gru). 2. Uma sílaba é breve: a) se contem uma vogal breve e a sílaba não é trabada: vĕ-tŭ-lus > vié-jo ; fī-lĭ-us > hí-jo ; vī-rĭ-dis > vér-de

  5. O sistema vocálico do latim clássicoDo acento latino ao acento romance • - As línguas romances passam dum acento tonal a um acento baseado na força-energia (stress-acent). A sílaba acentuada é articulada com mais intensidade. • Excepto algumas poucas excepções, o acento romance conserva o acento latino. • té-ne-bra > te-néb-ra > ti-nié-bla • ín-te-gru > in-tég-ru > en-té-ro • mu-lí-ĕ-re > mu-ljé-re > mujer

  6. O sistema vocálico do latim vulgarMonotongação dos ditongos Os ditontos [aj], [aw] e [oj] monotongarom em épocas diferentes. 1. [aj] > [e] (vogal breve) - Primeiro em monotongar. Temos exemplos nos graffiti de Pompeia: querite por quaerite adventu por advaentu - A maioria das palavras evolucionarom como as que tinham vogal breve (ĕ [e]): caecu > ciego caelu > cielo quaero > quiero Excepto: caespite > césped, faece > hez, faenu > feno 2. [oj] > [e:] (vogal longa) phoebus > phēbus coena > cēna poena > pēna

  7. O sistema vocálico do latim vulgarMonotongação dos ditongos 3. [aw] > [o:] (vogal longa) • Começou no Osco e no Umbro em zonas rurais. cōlis por caulis cōdex por caudex (tronco de árbore) • Ante consoante velar + u, o wau desaparece (dissimilação): augusto > agosto auscultare > ascultare > ascuchar augurium > agurio > agüero Em geral, este ditongo continuou a existir em latim até épocas tardias, e nalgumas línguas (provençal, romeno) ainda existe.

  8. O sistema vocálico do latim vulgar ditongação dos hiatos • - Passo de hiato a ditongo: • fo-li-a > fo-lia [fo-lja] • Com o câmbio de acento tonal ao acento de intensidade, o hiato latino perdeu-se. • A vogal mais feble transformou-se em semiconsoante. • No século II, o fenómeno é comum. No Appendix Probi: • lancea non lancia • vinea non vinia

  9. O sistema vocálico do latim vulgarInestabilidade do sistema da quantidade • As distinções quantitativas eram só percibidas em sílabas acentuadas e finais. Nos outros contextos, os falantes podiam eliminar as oposições quantitativas sem perder eficácia comunicativa. Hai provas de que os falantes tendiam a abreviar todas as vogais longas não acentuadas. • A quantidade e o timbre (qualidade) vão sempre juntos: - as vogais longas pronunciam-se com mais tensão e portanto mais fechadas. - as vogais breves pronunciam-se mais frouxas e portanto mais abertas. [i:] – [i] – [e:] – [e] – ... (de menos a mais abertura) • A diferença de quantidade é pouco perceptível para falantes doutras línguas. A incorporação de latinismos em basco é uma boa prova: liñu < līnu (linho) pike < pĭce (peixe) seme < sēmen (semente) dembora < tĕmpora (tempo)

  10. O sistema vocálico do latim vulgarInestabilidade do sistema da quantidade As primeiras amostras de vacilação na distinção entre vogais aparecem nos graffiti de Pompeia (destruída no ano 79) : filix < fēlix valis < valēs No latim oral, a diferença de duração-quantidade estava a ser sustituída por uma diferença de abertura-qualidade. Autores como Pulgram afirmam que as distinções de quantidade eram secundárias para a maioria dos falantes de latim, excepto para os falantes cultos.

  11. O sistema vocálico do latim vulgarInestabilidade do sistema da quantidade Em latim vulgar, a quantidade da vogal acabou por depender da quantidade da consoante seguinte. Esta foi a evolução: No latim clássico, a quantidade das vogais era independente da das consoantes (consoante longa = geminada ; consoante breve = simple): (a) vogal breve + cons. breve : rŏta (rueda) (b) vogal breve + cons. longa : gŭtta (gota) (c) vogal longa + cons. breve : tēla (tela) (d) vogal longa + cons. longa : stēlla (estrella) Primeiro, houvo uma tendência a eliminar (d) por redução de: a quantidade vocálica: mītto > mĭtto (enviar) a quantidade consonántica: stēlla > *stēla > étoile (fr.) Isto levou a uma situação de distribuição complementária: vogal longa + cons. breve vogal breve + cons. longa

  12. O sistema vocálico do latim vulgarInestabilidade do sistema da quantidade • Em resumo: a perda da quantidade como traço distintivo foi provocada por 3 factores: • Relativa ineficácia e redundância das distinções quantitativas frente às qualitativas. • A redução da oposição distintiva entre longas e breves a duas posições: tónica e átona final. • Tendência a eliminar a combinação “vogal longa – cons. longa”, de jeito que a quantidade passa a depender da natureza da consoante seguinte.

  13. O sistema vocálico do latim vulgarSistema das tónicas do latim vulgar Latim Latim vulgar /i:/ > /i/ /i/ /e:/ [oj] > /e/ /e/ [aj] > /ę/ (aberto) /a/ /a:/ > /a/ /o/ > /ǫ/ (aberto) /u/ /o:/ [aw] > /o/ /u:/ > /u/

  14. O sistema vocálico do latim vulgarOutros sistemas vocálicos mais arcaicos Latim Sistema arcaico (SARDO) /i:/ /i/ > /i/ /e:/ /e/ > /e/ /a/ /a:/ > /a/ /o:/ /o/ > /o/ /u:/ /u/ > /u/ Latim Sistema do ROMENO /i:/ > /i/ /i/ /e:/ > /e/ /e/ /ę/ /a/ /a:/ > /a/ /o:/ /o/ > /o/ /u:/ /u/ > /u/

  15. O sistema vocálico do latim vulgarSistema das átonas no latim vulgar - Coalescência das vogais médias. O resultado é um sistema de 5 vogais. Latim latim vulgar /i:/ > /i/ /i/ /e:/ /e/ > /e/ /a/ /a:/ > /a/ /o:/ /o/ /u/ > /o/ /u:/ > /u/ • Síncope das pré e pós-tónicas: desde o latim clássico, hai uma tendência à sincope das átonas em palavras com 4 ou mais sílabas: • op(i)ficīna > officina > oficina • A síncope apareceu sobretudo quando a vogal átona estava em contacto com uma nasal, líquida ou sibilante, permitindo assim que as consoantes em contacto se pronunciassem com facilidade: • cal(i)dus > caldo • O “a” é a vogal mais resistente à síncope.

  16. O sistema vocálico do latim vulgar Semiconsoantes em latim vulgar As semiconsoantes, iode (yod) e wau, aparecerom sobretudo como consequência da desaparição dos hiatos: valia por valea ; abia por habeat (em Pompeia). • IODE • /t/ , /k/ + yod = coalesce por assibilição (s. II): • vincentza por vencentia ; marsalis por martialis • /l/ , /n/ + yod = coalesce por palatalização • (O iode latinovulgar começa a mudar o sistema consonántico do latim.) • WAU • As vezes desaparece sem coalescer com a consoante que vem antes: • consuere [cosere] > coser • - Também tende a desaparecer nos grupos [kw] e [gw]: • qui > que [ke] • (o wau não mudou o sistema consonántico.)

  17. O sistema vocálico do romance hispánico vogais tónicas Latim Latim vulgarRomance hispánico /i:/ > /i/ > /i/ /i/ /e:/ [oj] > /e/ > /e/ /e/ [aj] > /ę/ > /ie/ /a/ /a:/ > /a/ > /a/ /o/ > /ǫ/ > /ue/ /u/ /o:/ [aw] > /o/ > /o/ /u:/ > /u/ > /u/ Casos de /u/ > /u/, o que indica que a confusão /u/ - /o:/ produziu-se mais tarde do que o seu correlato palatal: dǔbita > dubda > duda crǔce > cruz pǔnctu > punto Explicação: coexistência de dous sistemas vocálicos, um conservador (como o do Sardo) e outro inovador. As excepções que associam /u/ breve a /u/ podem ser devidas ao sistema conservador.

  18. O sistema vocálico do romance hispánico vogais átonas Latim Latim vulgarRomance hispánico /i:/ > /i/ > /i/ /i/ /e:/ /e/ > /e/ > /e/ /a/ /a:/ > /a/ > /a/ /u/ /o:/ /o/ > /o/ > /o/ /u:/ > /u/ > /u/ Inicial Final Medial /a/ /a/ /a/ /e/ /i/ /e/ - /o/ /u/ /o/ - A fusão dos /u/ e /o/ finais apareceu mais tarde do que a fusão das palatais. Essa fusão puido ser provocada por analogia com as formas do plural acusativo em –o(s). Portanto, a forma do singular acusativo em –u(m) foi sustituída pola forma do plural.

  19. Câmbios fonéticos das vogais As semiconsoantes: iode e wau Os câmbios nas vogais tónicas -A ditongação 3. Os câmbios nas vogais átonas

  20. O iodeA formação do iode O Iode é uma semiconsoante palatal, [j], que não existia em latim clássico, mas que aparece como consequência de diferentes fenómenos no latim vulgar e no romance: - Passo de hiato a ditongo: fo-li-a > fo-lia No século II, o fenómeno é comum. No Appendix Probi: lancea non lancia vinea non vinia - Vocalização duma consoante velar: factu > faito - Síncope de vogal - mai(o)rinu -, ou de consoante: sarta(g)ine, canta(v)i • Metátese: • caldaria > caldaira • caseu > caiso

  21. O iodeInflexão vocálica e Palatalização - O iode tem uma articulação vocálica fechada, o que soe provocar, por assimilação, o feche da vogal tónica precedente (que M. Pidal chama: “inflexão vocálica”): /a/ > /e/ /ę/ > /e/ /e/ > /i/ /ǫ/ > /o/ /o/ > /u/ • O iode não só influi sobre a vogal precedente, senão também palataliza a consoante contígua. • Quando o iode palatalizou cedo a consoante, não tivo tempo de inflexionar a vogal. • Quanto mais tardou em coalescer com a consoante, tanto mais influiu sobre as vogais.

  22. O iodeInflexão vocálica e Palatalização «La yod, como es articulación semivocálica cerrada (es más cerrada que la i vocal), suele contagiar su cerrazón a la vocal precedente, cerrándola un grado. Esta inflexión vocálica ocurre de un modo análogo en los demás romances, pero en español es más frecuente [...] La yod no sólo influye en cerrar o inflexionar la vocal, sino que palataliza además la consonante inmediata, y su influjo sobre la vocal está subordinado a su acción sobre la consonante. Cuando la yod palatalizó muy pronto la consonante, absorbiéndose en ella, no tuvo tiempo para influir sobre la vocal; y cuanto por más tiempo se conservó la yod sin ser absorbida en la consonante, tanto más influyó sobre las varias clases de vocales». Menéndez Pidal

  23. O iodeInflexão vocálica e Palatalização mŭltum > moitu > mucho m u o j t c^ u

  24. O iodeInflexão vocálica e Palatalização lancea > lancia > lança l a n c ç j a

  25. O iode4 tipos de iodes (M. Pidal) • IODE PRIMEIRO: • Procede dos grupos latinos tj e kj. • Produz uma palatal: /dz/ (“z”) e /ts/ (“ç”). • É o iode mais antigo (aparece e desaparece no latim vulgar). Palataliza a consoante e desaparece sem dar tempo a inflexionar a vogal: • fŏrtia > fuerça • malĭtia > maleza • lancea > lança • mĭnacia > amenaza • Os verbos em –er e –ir seguem normas diferentes: • mētio > mido (inflexão da vogal e falta de palatalização) • pētio > pido

  26. O iode4 tipos de iodes (M. Pidal) Mais cousas sobre o IODE PRIMEIRO: - a primeira fase desta palatalização (séc. I) originou: [tj] > [ts] [kj] > [tš] Na maioria das línguas romances, tj e kj dão resultados diferentes: platea > piazza [ts] laciu > laccio [tš] - As geminadas tt e kk também palatizam quando vão seguidas de [j]: mattiana > mançana bracchiu > braço

  27. O iode4 tipos de iodes (M. Pidal) • IODE SEGUNDO: • Deu origem a /x/ e /ň/ . Divide-se em dous grupos: • (a) lj, k’l, g’l, t’l > /λ/ > /ž/ > /š/ > /x/ • fŏlia > hoja • apĭcula > abeja • rĕgula> reja • (b) nj, gn, ng > /ň/ • ĭnsĭgnia > enseña ; lĭgna > leña • sŏmniu > sueño • cŭnea > cuña • ĭngĕniu> engeño • lŏnge > lueñe Inflexiona as abertas, excepto o iode de /ň/ que não inflexiona /ǫ/. Não inflexiona as fechadas, excepto o iode de /ň/ que inflexiona /o/ Não inflexiona /a/

  28. O iode4 tipos de iodes (M. Pidal) • Mais cousas sobre o IODE SEGUNDO: • - Transfonologização: • A evolução /λ/ > /ž/ permitiu conservar distinção com o fonema proveniente da geminada /ll/ > /λ/ (gallu, caballu,...) • Segundo Quilis: • O iode 2a (lj, t’j,g’j) não inflexiona o /ę/: • vĕtulu> viejo • rēgula > reja • tēgula > teja • o iode 2a só inflexiona o /ǫ/ • o iode 2b inflexiona o /ę/ e o /o/ fechado (mas hai algumas excepções).

  29. O iode4 tipos de iodes (M. Pidal) • IODE TERCEIRO: • Deu origem em geral a /y/. Divide-se em dous grupos: • (a) gj , dj > /y/ • radia > raya • fŭgio > huyo • pŏdio > poyo • (b) bj, mj > vacilou entre /y/ e permanência do iode • fŏvea> hoya (derivado “hoyo”) • nĕrvio > nervio • rŭbeu > royo (sdo: “rojizo”) Inflexiona regularmente as abertas (impedindo a ditongação). Vacila com as fechadas (às vezes inflexiona, às vezes não). Não inflexiona /a/.

  30. O iode4 tipos de iodes (M. Pidal) Mais cousas sobre o IODE TERCEIRO: Ralph Penny distingue: - a,o,u + (dj, gj, j) > /y/ radiare > rayar podiu > poyo maiu > mayo maiore > mayor - e, i + (dj, gj, j) > Ø sedea > sea vĭdeo > veo corrĭgea > correa peiore > peor fastidio > hastío - Cons+dj > ts (ç) hordeŏlu > orçuelo verecundia > vergüença

  31. O iode4 tipos de iodes (M. Pidal) Mais cousas sobre o IODE TERCEIRO (segundo tipo): Ralph Penny considera que: - bj, mj conserva sempre a consoante: rŭbeu > ruvio (mais tarde rubio) (royo é forma aragonesa) nŏviu > novio plŭvia > lluvia praemiu > premio vĭndēmia > vendimia excepto em dous casos: habea > haya fovea > hoya royo é forma aragonesa - inflexiona todas as vogais médias (abertas e fechadas)

  32. O iode4 tipos de iodes (M. Pidal) • IODE QUARTO: • Temos três grupos: • (a) kt , ŭlt > /c/ ; x [ks] > /x/ • nŏcte > noche • trŭcta > trucha • strĭctu > estrecho • mŭltu > mucho • taxu > tejo • axe > eje • (b) procedente de rj, sj, pj, e do grupo “vogal+gr” > ir, js, jb (metátese, em geral): • caldaria > caldera • matĕria > madera • capia > quepa • basiu > beso • ĭntĕgru > entero

  33. O iode4 tipos de iodes (M. Pidal) • IODE QUARTO: • (c) produzida por síncope: • farra(g)ĭne > herrén (forrage verde que se da ao gando) • maī(o)rinu > merino • (Neste grupo encontram-se alguns hiatos latinos que ditongarom: • laicu > lego É o iode que durou mais tempo. Portanto opera sobre todas as vogais: - Inflexiona regularmente as abertas (impedindo a ditongação). - Inflexiona quase sempre as fechadas, excepto o grupo e + kt: dirēctu > derecho tēctu > techo - Inflexiona o /a/ (nunca antes inflexionada polos outros iodes)

  34. O iode4 tipos de iodes (M. Pidal) Mais cousas sobre o IODE QUARTO: kt+cons, ks+cons, ult+cons > não palataliza pect(i)nare > peinar frax(i)nu > fresno vŭlt(u)re > buitre - casos de analogia com o ditongo -ue: agŭrio > agoiro > agüiro > agüero doriu > doiro > duiro > duero - casos de pj, sj, sem metátese: sēpia > jibia cereu > cirio - casos de sj onde se produz a modificação posterior da consoante: cervesia > cervesa > cerveza ceresia > ceresa > cereza

  35. O wau 1. WAU PRIMARIO Procedente dum wau latino (tauru, mauru, auru, causa) • 2. WAU SECUNDARIO • por vocalização duma consoante: • alteru > autro > outro > otro • recapitare > recabdare > recaudar • por metátese: • sapui > saupi > sope • vidua > viuda • por ditongação romance: • variŏla > veruela > viruela • por germanismos ou arabismos: • warnjan > guarnir, guarnecer (germanismo) • wadi al kabir (rio grande) > guadalquivir • wad-al-ha-gara (rio das pedras) > guadalajara • wadi lupi (rio do lobo – híbidro arábico e romance) > guadalupe • al wazir (o ministro) > alguacil • warism > guarismo

  36. O wau Inflexão vocálica: A assimilação da wau sobre as vogais tónicas é similar à exercida polo iode, mas não tão sistemática, dado que os casos de wau são menos frequentes: aequale > igual variŏla > vairola > veiruela > veruela > viruela segŏntia > sigüenza

  37. Outras inflexões vocálicas METAFONIA vēni > vine fēci > hice tĭbi > tebi > ti(v)e > tii > ti vīgĭnti > vigénti > viínte > veínte > véinte

  38. Vogais tónicasA ditongação das médias abertas tónicas • A ditongação em romance: • Como aparece em quase todas as línguas romances (agás gal-português, catalão e sardo), pode ter aparecido cedo no latim vulgar. • - O francês e italiano só ditongam as vogais acentuadas em sílabas livres: • caelum > ciel / cielo • sêptem > sept / sette • Em castelhano e romeno ditongam em sílabas travadas. O romeno só o fai claramente com /E/ (petra > pietra ; ferru > fier), mas não com /O/: costa > coasta ; novu > nou. • O catalão ditongou ante iode mas reduziu mais tarde o ditongo: • octo > ueit > uit • pectum > pieit > pit

  39. Vogais tónicasExplicações da ditongação Explicação tradicional (Bourciez): [ȩ:] > [ee] > [je] [ǫ:] > [oo] > [wo] A vogal tónica em sílaba livre é longa. Ao ser longa, desdobra-se. Depois, surge uma dissimilação. Problemas: Não explica porquê hai línguas que ditongam em sílaba travada e porquê outras nunca ditongam. Superestrato germánico (Wartburg): Coincide com Bourciez no processo de ditongação. A novidade é que atribui ao superestrato germánico o alongamento e desdobramento da vogal. Problemas: Os mencionados antes. Tampouco explica a ditongação em regiões não afectadas pola influência germánica (a Dácia). Sustrato basco em Hispánia (Alarcos): Influência do sistema de 5 vogais do basco. Problema: A ditongação aparece em muitas zonas sem bilinguismo.

  40. Vogais tónicasExplicações da ditongação Explicação metafonética (Schürr) [ȩ] > [jȩ] > [je] > [e] [ǫ] > [wǫ] > [wo] / [ue] > [o] A epéntese duma semivogal é o resultado da antecipação duma vogal fechada final (metafonia). Este fenómeno encontra-se em variedades do sul de Itália: pede (sing.) / piedi (plural) nuovu / nova ; nuovi / nove Problemas: O castelhano ditonga em todas as posições, mas não ante iode, que deveria ser um factor causante da ditongação por metafonia. Segundo Schürr, o castelhano ditongou nesse contexto e depois monotongou. Fica por explicar porquê o castelhano ditonga onde não aparecem –i e –u finais. Segundo Schürr, houvo propagação a todos os contextos (acusativos, femininos...).

  41. Vogais tónicasExplicações da ditongação Explicação fisiológica (Straka) [ȩ:] > [ȩȩ] > [je] / [ẹ:] > [ẹẹ] > [ej] [ǫ:] > [ǫǫ] > [wo] / [ọ] > [ọọ] > [ow] A ditongação (ascendente ou descendente) é o resultado da incapacidade dos órgaos articulatórios para se manter na mesma posição durante a emissão duma vogal longa em sílaba tónica e livre. Como consequência, os órgaos abrem-se ou fecham-se. A acentuação deveu manter-se um certo tempo na primeira parte do ditongo. Isto explica as vacilações da segunda vogal: ue (cast.) / uo (leonês) ie (cast.) / ia (leonês) Problemas: fica sem explicar a ditongação em sílaba travada.

  42. Vogais tónicasă, ā > a prātu > prado păter > padre - a + iode Só a inflexiona o Iode 4: ai > ei > ee > e (desde o séc. X) A monotongação é posterior à palatalização: lacte > laite > leite (port.) > leiche (leonês) > leche factu > faito > feito > feicho > fecho > hecho tractu > trecho taxu > tejo agru > ero caballariu > caballero • - Quando o iode se forma tardiamente, o “a” tónico não inflexiona: • aere > aer (ainda em Berceo e Alfonso X) > air > aire • vagina > vaína (s. XIII) > vaina • Tampouco inflexiona em estrangerismos tardios: • fraile < fraire (occitano) (em cast. frater > frade) • baile < baile (occitano)

  43. Vogais tónicasă, ā > a - a + wau au > ou > oo > o (desde o s. X em castelhano) causa > cousa > cosa amav(i)t > amou > amó fauce > fouce > foz > hoz (garganta, desfiladeiro) falice > falce > fauce > fouce > hoz (instr. para segar) - Cronologia a monotongação “au > o” é posterior à sonorização das surdas, porque as surdas que vão tras “au”, em geral, não sonorizam: pauco > poco auca > oca excepção: pobre < pop(e)re < paupere - Palavras que não monotongam (cultismos e agrupações consonánticas posteriores ao periodo de monotongação) falso, salto, alto, ... calice > cauce (cult. cáliz) salice > sauce

  44. Vogais tónicasă, ā > a O câmbioal+Cons > o foi moi vacilante. Nos séculos X e XI, encontramos: al + consoante au + consoante o + consoante “en medio de esta vacilación, en el siglo XII, sobreviene una fuerte reacción culta que afirmó definitivamente muchos al+Cons como voces más doctas, dejando pasar muchos otros popularismos con o+Cons, [].Por tanto, el paso de al+Cons a o no se constituyó como una ley fonética regular, fue una ley abortada por una influencia perturbadora en contra, que la llenó de excepciones.” Menéndez Pidal, 1956, 110.

  45. Vogais tónicasĕ, ae > ę > ie pĕlagu >piélago ; quaeru > quiero - redução ie > i Sufixo –ĕllu > ęllu > iello > illo cŭltĕllu > coitęllo > cuichiello > cuchillo martĕllu > martęllu > martiello > martillo (2) Ante um “s” agrupado: vĕspera > viéspera > víspera vĕspa > avispa Excepção: fiesta, siesta, hiniestra... (3) Casos soltos: remĕllico > remilgo saeculo > sieglo > siglo (*sejo, iode 2) (4) Fonética sintáctica: cĕntum fontes > cienfuentes > cifuentes sĕptem cŏmites > sietcuendes > sicuendes (5) Simplificação ditongo + vogal: dĕus > dieos > díos > dios judaeu > judieo > judío

  46. Vogais tónicasĕ, ae > ę > ie - evolução ante iode Iode 1:não inflexiona (não impede a ditongação): *pĕttia (celta) > pieza Iode 2a: não inflexiona / Iode 2b:inflexiona vĕtulu > viejo excepto: spĕculu > espejo (que pode vir de *spĭculu) vĕnio > vengo (comparar com vienes < vĕnis) Excepto: Iode 3:inflexiona sĕdeat > seya > sea nĕrvio > nervio Iode 4:inflexiona lĕctu > lecho sĕx > seis matĕria > madera - evolução condicionada polo –ī (metafonia) vĕni > ven (olho: vēni: vine)

  47. Vogais tónicasŏ > ǫ > ue - Primeira etapa da ditongação: [wo] ǫ > uo (italiano ant.: pruova) ǫ > uo > ue > eu > ë (francês: prueve, s. XI ; preuve, s. XIII) ǫ > uo > ue (castelhano: o ditongo “ue” queda fixado no s. XI) - Reducção ue > e a) antes ou depois do grupo “labial + alveolar”: flŏccu > flueco (dialectalismo) > fleco frŏnte > fruente (s. XIV) > frente colŏbra > culuebra > culebra b) Fonética sintática: hŏste antiqua > huesteantigua > estantigua • ǫ > o (ante nasal implosiva) • “funtes por fontes, rustico more” (Prisciano, s. VI). • Segundo M. Pidal, os casos em castelhano de feche do O ante nasal são continuadores duma pronúncia rústica (monte, conde, hombre...), mentres que a ditongação segue a pronúncia culta (puente, fuente, cuenta...).

  48. Vogais tónicasŏ > ǫ > ue • Ante Iode: • Iode 1: não inflexiona • scŏrteu > escuerzo (= flaco) • Iode 2a: inflexiona • spŏliu > despojo (arag. espuella) • Iode 2b: não inflexiona • sŏmniu > sueño • Iode 3: inflexiona • hŏdie > hoy • nŏviu > novio • Iode 4: inflexiona • cŏxu > coxo > cojo • Câmbios por analogias com sufixos (ŏrea > arĕa): • stŏrea > estarĕa > estaira > estera

  49. Vogais tónicasĭ, ē, oe > e • Ante Iode: • Iode 1: não inflexiona • cortĭcea > corteza • Iode 2: não inflexiona (mas vacila) • lĭgna > leña • (excepto: tĭnia > tiña) • Iode 3a: não inflexiona / 3b: inflexiona • vĭdeo > veo • desĭdiu > deseo • vĭndēmia > vendimia • Iode 4: inflexiona (excepto grupo KT: strĭctu > estrecho) • lĭmpi(d)u > limpio • frĭ(g)i(d)u > frío • Inflexão por metafonia • vēni > vine • Inflexão por wau • vĭdua > viuda

  50. Vogais tónicasŭ, ō, au > o • Ante Iode: • Iode 1: não inflexiona • pŭteu > pozo • Iode 2a: não inflexiona • gurgŭliu > gorgojo • Iode 2b: vacila • terrōneu > terruño • calŭmnia > caloña • Iode 3a: vacila / 3b: inflexiona • repŭdiu > repoyo (de repoyar = repudiar) • fŭgiu > huyo • rŭbeu > rubio • Iode 4: inflexiona • lŭcta > lucha • rōsci(d)u > rucio (cavalo gris claro)

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