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Modernismo Brasileiro. Profa.Karla Faria. Modernismo, movimento cultural No país da Tropicália, tudo acaba em carnaval. Índice. Pré-Modernismo Exposição Malfatti Semana de Arte Moderna Modernismo (características gerais) Modernismo (1ª Fase) Modernismo (2ª Fase) Geração de 45.
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Modernismo Brasileiro Profa.Karla Faria Modernismo, movimento cultural No país da Tropicália, tudo acaba em carnaval
Índice • Pré-Modernismo • Exposição Malfatti • Semana de Arte Moderna • Modernismo (características gerais) • Modernismo (1ª Fase) • Modernismo (2ª Fase) • Geração de 45
Pré-Modernismo • 1900-1922; • Não é considerado como movimento literário e sim escola literária; • Tradição vs Inovação; • Oficialismo nas artes plásticas, principalmente no Rio de Janeiro (ENBA); • Preocupação com fatos sociais. • Denuncia da realidade brasileira. O grande tema deste momento é o “Brasil não oficial”, do sertão nordestino, dos caboclos e dos subúrbios. • Tipos humanos marginalizados. • É a “descoberta do Brasil”. • Caráter inovador de algumas obras, representando a ruptura (ainda que pouco significativa) com o Academismo, com o passado.
Inovação e Tradição nas artes plásticas • Tradição vs Inovação: A pincelada acadêmica Temática: um caipira é retratado na pintura. Caipira picando fumo, Almeida Junior
Augusto dos Anjos Versos Íntimos Augusto dos Anjos Vês! Ninguém assistiu ao formidávelEnterro de tua última quimera.Somente a Ingratidão - esta pantera -Foi tua companheira inseparável! Acostuma-te à lama que te espera!O Homem, que, nesta terra miserável,Mora, entre feras, sente inevitávelNecessidade de também ser fera. Toma um fósforo. Acende teu cigarro!O beijo, amigo, é a véspera do escarro,A mão que afaga é a mesma que apedreja. Se a alguém causa inda pena a tua chaga,Apedreja essa mão vil que te afaga,Escarra nessa boca que te beija!
Anita Malfatti Nasceu em 1889, em São Paulo. Logo pequena teve contato com a arte, pois, sua mãe era professora de pintura. Incentivada pela família foi, em 1910, para a Alemanha, onde frequentou, por três anos, a Academia Real de Berlim. Estudou gravura, desenho e pintura, além de conhecer os principais mestres do expressionismo alemão. De volta ao Brasil, em 1914, realizou sua primeira exposição individual. Foi a seguir para Nova York estudar na Independent School of Art, experiência marcante em sua obra. Teve contato com artistas e intelectuais. Anita iniciou uma obra de tendência claramente expressionista, longe dos padrões acadêmicos vigentes até então no Brasil. Sua exposição em 1917, em São Paulo, recebeu crítica ferrenha de Monteiro Lobato. Anita é considerada precursora do modernismo nas artes plásticas brasileiras. As obras A Boba e Torso fazem parte dos trabalhos expostos em 1917, considerados o climax de sua produção. Com bolsa do governo de São Paulo foi para Paris, em 1923, onde conviveu com Brecheret, Di Cavalcanti, além de pintores europeus. Ao retornar, em 1928, organizou várias mostras de arte e deu aulas de pintura. Em 1937 integrou-se à Família Artística Paulista. Foi diretora do Sindicato de Artistas Plásticos. Depois da Segunda Guerra, seu trabalho tornou-se mais espontâneo do que intelectual, com uma carga maior de fantasia. Participou das I e VII Bienais de São Paulo. Morreu em 1964, em São Paulo.
Exposição Malfatti "Parece absurdo, mas aqueles quadros foram a revelação. E ilhados na enchente de escândalo que tomara a cidade, nós, três ou quatro, delirávamos de êxtase diante de quadros que se chamavam O Homem Amarelo, Estudante Russa e Mulher de Cabelos Verdes". Mário de Andrade, 1942 Retornando dos Estados Unidos, em agosto de 1916, onde estudara com Homer Boss (1882-1956), Anita tem em São Paulo uma fria reação ao seu trabalho, marcadamente expressionista. Mantendo-se assim isolada do meio artístico, só vem a expor suas obras um ano mais tarde, encorajada pelo jornalista Arnaldo Simões Pinto e pelo pintor Di Cavalcanti (1897-1976). Assim, usando uma sala térrea cedida pelo conde Lara, na Rua Líbero Badaró no 111, Anita inaugura sua mostra com 53 obras. A exposição torna-se um acontecimento de grande interesse de público e crítica. Entretanto, em 20 de dezembro, Monteiro Lobato (1882-1948) publica o artigo "A propósito da Exposição Malfatti" ("Paranóia ou Mistificação?“ http://www.pitoresco.com.br/brasil/anita/lobato.htm ) , no qual tece violenta crítica ao seu trabalho, revelando-se verdadeiro porta-voz do pensamento acadêmico em voga. Mesmo deixando incontestáveis marcas no trabalho da artista, a crítica de Lobato teve o mérito de gerar uma polêmica entre os intelectuais e artistas solidários a Anita e os defensores da arte vigente, colocando em pauta pela primeira vez o conflito entre a arte moderna e a arte acadêmica. Segundo Paulo Mendes de Almeida, a mostra "teve o condão de suscitar o problema, agitar os meios artísticos e intelectuais, arregimentar adeptos e adversários alcançando e apaixonando até mesmo a opinião pública em geral", determinando "uma tomada de consciência nacional de um problema que até então não fora sequer equacionado entre nós". www.itaucultural.org.br
Semana de Arte Moderna Somados os esforços desde a Exposição de Anita Malfatti em 1917, os defensores da arte moderna decidem tornar públicas suas idéias. A sugestão parte de Di Cavalcanti, e Graça Aranha é quem faz a ligação entre ele os futuros patrocinadores do evento - ilustres membros da economia e da política local, tendo Paulo Prado à frente. Assim, no ano do centenário da Independência, inauguram-se no Teatro Municipal as atividades da Semana de Arte Moderna, também conhecida por Semana de 22, com uma conferência de Graça Aranha, recebidas tanto com aplausos quanto com vaias. O evento tem em sua programação conferências e leituras de poemas, recitais de música, além da mostra de artes plásticas. Pretendendo agitar o marasmo da cultura nacional, a Semana propunha uma arte que não fosse mera reprodução da natureza, mas resultado de uma liberdade de pesquisa estética, deixando entrever uma tomada de consciência da realidade nacional. Entretanto, como coloca Roberto Pontual, "como toda ponta-de-lança, a Semana de Arte Moderna pagava o preço do pioneirismo: era mais vontade do que concretização, mais ebulição de idéias do que aplicação de ideologia". De fato, foi apenas no decorrer da década de 20 que os modernistas, assimilando concretamente as inovações da arte moderna européia, realizaram uma obra mais consistente. Caberia ainda ao próprio Mário de Andrade - verdadeiro líder e principal teórico do movimento - sintetizar a herança de 1922: A estabilização de uma consciência criadora nacional, preocupada em expressar a realidade brasileira. A atualização intelectual com as vanguardas européias. O direito permanente de pesquisa e criação estética.
Modernismo- 1ª Fase Características O período de 1922 a 1930 é o mais radical do movimento modernista, justamente em conseqüência da necessidade de definições e do rompimento com todas as estruturas do passado. Daí o caráter anárquico dessa primeira fase e seu forte sentido destruidor, assim definido por Mário de Andrade: "(...) se alastrou pelo Brasil o espírito destruidor do movimento modernista. Isto é, o seu sentido verdadeiramente específico. Porque, embora lançando inúmeros processos e idéias novas, o movimento modernista foi essencialmente destruidor. (...) Ao mesmo tempo que se procura o moderno, o original e o polêmico, o nacionalismo se manifesta em suas múltiplas facetas: uma volta às origens, a pesquisa de fontes quinhentistas, a procura de uma "língua brasileira" (a língua falada pelo povo nas ruas), as paródias - numa tentativa de repensar a história e a literatura brasileiras - e a valorização do índio verdadeiramente brasileiro. É o tempo do Manifesto da Poesia Pau-Brasil e do Manifesto Antropófago, ambos nacionalistas na linha comandada por Oswald de Andrade, e do Manifesto do Verde-Amarelismo ou da Escola da Anta, que já traz as sementes do nacionalismo fascista comandado por Plínio Salgado.
Modernismo- Características Gerais • 1ª geração (1922-1930)- Choque/ Impacto: • Experimentalismo estético; • Liberdade criadora; • Cotidiano na poesia; • Linguagem coloquial; • Busca do nacional nas artes (nacionalismo crítico e nacionalismo ufanista); • Rompimento com o passado. • 2ª geração (1931-1945)- Construção: • Engajamento político e denúncia social; • Momento de construção; • Caráter documental; Alguns teóricos literários consideram ainda uma 3ª geração: 1941 a 1945, chamada de reflexão.
Poesia Modernista LIBERDADE DE EXPRESSÃO A importância maior das vanguardas residiu no triunfo de uma concepção inteiramente libertária da criação artística. O pintor, o escritor ou o músico não precisam se guiar por outras leis que não as de sua própria interioridade e de seu próprio arbítrio. Picasso não pintará mais o real e sim a sua interpretação do real. A liberdade só poderá ser cerceada por regimes autoritários que proibirem a circulação dos objetos artísticos. Em resumo, todas as normas foram abolidas. Poética, de Manuel Bandeira, é um manifesto dessa nova postura, com seu célebre verso final: Não quero mais saber de lirismo que não é libertação.
Poética Manuel Bandeira Estou farto do lirismo comedidoDo lirismo bem comportadoDo lirismo funcionário público com livro de ponto expedienteprotocolo e manifestações de apreço ao Sr. diretor.Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionárioo cunho vernáculo de um vocábulo.Abaixo os puristasTodas as palavras sobretudo os barbarismos universaisTodas as construções sobretudo as sintaxes de exceçãoTodos os ritmos sobretudo os inumeráveisEstou farto do lirismo namoradorPolíticoRaquíticoSifilíticoDe todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmoDe resto não é lirismoSerá contabilidade tabela de co-senos secretário do amanteexemplar com cem modelos de cartas e as diferentesmaneiras de agradar às mulheres, etc.Quero antes o lirismo dos loucosO lirismo dos bêbedosO lirismo difícil e pungente dos bêbedosO lirismo dos clowns de Shakespeare — Não quero mais saber do lirismo que não é libertação. Pronominais Oswald de Andrade Dê-me um cigarro Diz a gramática Do professor e do aluno E do mulato sabido Mas o bom negro e o bom branco Da Nação Brasileira Dizem todos os dias Deixa disso camarada Me dá um cigarro De Pau-brasil (1925) Textos Modernistas
Exercícios sobre “Poética” Comprove com partes do texto as propostas que são postas em prática no próprio poema. Reconheça os movimentos literários que são criticados e que se critica dele. Resuma a concepção de lirismo na poesia moderna defendida pelo enunciador, explicando por que ela está associada ao lirismo dos bêbados, loucos e palhaços. (Enem-MEC) “Poética, de Manuel Bandeira, é quase um manifesto do movimento • modernista brasileiro de 1922. No poema, o autor elabora crítica e propostas que • representam o pensamento estático predominante na época. • Com base no poema, podemos afirmar corretamente que o poeta: • a) critica o lirismo louco do movimento modernista. • b) critica todo e qualquer lirismo na Literatura. • c) propõe o retorno ao lirismo do movimento romântico. • d) propõe o retorno ao lirismo do movimento clássico. • e) propõe a criação de um novo lirismo.
( ) Nesse texto Manuel Bandeira se opõe à perfeição formal do Parnasianismo, ao purismo que freia a liberdade criadora do artista e o afasta de sua inspiração, para preocupar- se com aspectos alheios ao poema. ( ) O poema é expressamente uma reivindicação de uma linguagem preciosa, elegante e rara para a arte literária. ( ) Em relação ao Modernismo Brasileiro, pode-se afirmar que, passados o entusiasmo e o dinamismo, de que dão mostras os versos de Manuel Bandeira, a nossa literatura se acomodou a um lirismo comedido, metrificado, de rimas raras. ( ) Nestes versos “Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo” (v.5, v.6), Manuel Bandeira se opõe ao purismo parnasiano, que não admitia o uso de estrangeirismos e de vulgarismos. ( ) Os versos “Quero antes o lirismo dos loucos / O lirismo dos bêbados / o lirismo difícil e pungente dos bêbados / O lirismo dos clowns de Shakespeare / Não quero mais saber do lirismo que não é libertação” (v.21 - v.25) apresentam relações com as propostas do Surrealismo, pois exaltam o lirismo nascido do inconsciente.
Pero Vaz de Caminha Oswald de Andrade A DESCOBERTA Seguimos nosso caminho por este mar de longo Até a oitava da Páscoa Topamos aves E houvemos vista de terra OS SELVAGENS Mostraram-lhes uma galinha Quase haviam medo dela E não queriam pôr a mão E depois a tomaram como espantados PRIMEIRO CHÁ Depois de dançarem Diogo Dias Fez o salto real AS MENINAS DA GARE Eram três ou quatro moças bem moças e bem gentis Com cabelos mui pretos pelas espáduas E suas vergonhas tão altas e tão saradinhas Que de nós as muito bem olharmos Não tínhamos nenhuma vergonha De Pau-brasil (1925) Canto de regresso à pátria Oswald de Andrade Minha terra tem palmares onde gorjeia o mar Os passarinhos daqui Não cantam como os de lá Minha terra tem mais rosas E quase que mais amores Minha terra tem mais ouro Minha terra tem mais terra Ouro terra amor e rosas Eu quero tudo de lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte para lá Não permita Deus que eu morra Sem que volte pra São Paulo Sem que veja a Rua 15 E o progresso de São Paulo Textos Modernistas
PROCURA DA POESIA.Carlos Drummond de AndradePenetra surdamente no reino das palavras.Lá estão os poemas que esperam ser escritos.Estão paralisados, mas não há desespero,Há calma e frescura na superfície intata.Hei-los sós e mudos, em estado de dicionário.Convive com teus poemas antes de escrevê-los.Tem paciência, se obscuros. Calma sete provocam.Espera que cada um se realize e consume com seu poder depalavra e seu poder de silêncio.Não forces o poema a desprender-se do limbo.Não colhas no chão o poema que se perdeu.Não adules o poema. Aceita-oComo ele aceitará sua forma definitiva e concentrada no espaço.Chega mais perto e contempla as palavras.Cada uma tem mil faces secretas sobre a face neutra e te pergunta,sem interesse pela resposta, pobre ou terrível que lhe deres:Trouxeste a chave?Repara: ermas de melodia e conceito elas se refugiaram da noiteas palavras.Ainda úmidas e impregnadas de sono, rolam num rio difícil e setransformam em desprezo Textos Modernistas
Manifestos e Revistas • Revista Klaxon — Mensário de Arte Moderna (1922-1923) • Recebe este nome, pois klaxon era o termo usado para designar a buzina externa dos automóveis. Primeiro periódico modernista, é conseqüência das agitações em torno da SAM. Inovadora em todos os sentidos: gráfico, existência de publicidade, oposição entre o velho e o novo. “— Klaxon sabe que o progresso existe. Por isso, sem renegar o passado, caminha para diante, sempre, sempre.” • Manifesto da Poesia Pau-Brasil (1924-1925) • Escrito por Oswald e publicado inicialmente no Correioda Manhã. Em 1925, é publicado como abertura do livro de poesias Pau-Brasil de Oswald. Apresenta uma proposta de literatura vinculada à realidade brasileira, a partir de uma redescoberta do Brasil. “— A poesia existe nos fatos. Os casebres de açafrão e de ocre nos verdes da Favela sob o azul cabralino, são fatos estéticos.” “— A língua sem arcaísmos, sem erudição. Natural e neológica. A contribuição milionária de todos os erros. Como falamos. Como somos.”
Manifestos e Revistas • A Revista (1925-1926) • Responsável pela divulgação dos ideais modernistas em MG. Teve apenas três números e contava com Drummond como um de seus redatores. • Verde-Amarelismo (1926-1929) • É uma resposta ao nacionalismo do Pau-Brasil. Grupo formado por Plínio Salgado, Menotti del Picchia, Guilherme de Almeida e Cassiano Ricardo. Criticavam o “nacionalismo afrancesado” de Oswald. Sua proposta era de um nacionalismo primitivista, ufanista, identificado com o fascismo, evoluindo para o Integralismo de Plínio Salgado (década de 30). Idolatria do tupi e a anta é eleita símbolo nacional. Em maio de 1929, o grupo verde-amarelista publica o manifesto “Nhengaçu Verde-Amarelo — Manifesto do Verde-Amarelismo ou da Escola da Anta”. • Manifesto Regionalista de 1926 • 1925 e 1930 é um período marcado pela difusão do Modernismo pelos estados brasileiros. Nesse sentido, o Centro Regionalista do Nordeste (Recife) busca desenvolver o sentimento de unidade do Nordeste nos novos moldes modernistas. Propõem trabalhar em favor dos interesses da região, além de promover conferências, exposições de arte, congressos etc. Para tanto, editaram uma revista. Vale ressaltar que o regionalismo nordestino conta com Graciliano Ramos, José Lins do Rego, José Américo de Almeida, Rachel de Queiroz, Jorge Amado e João Cabral - na 2ª fase modernista.
Manifestos e Revistas • Revista Antropofagia (1928-1929) • Contou com duas fases (dentições): a primeira com 10 números (1928 e 1929) direção Antônio Alcântara Machado e gerência de Raul Bopp; a segunda foi publicada semanalmente em 16 números no jornal Diário de São Paulo (1929) e seu “açougueiro” (secretário) era Geraldo Ferraz. É uma nova etapa do nacionalismo Pau-Brasil e resposta ao grupo Verde-amarelismo. A origem do nome movimento esta na tela “Abaporu” de Tarsila do Amaral. • 1ª fase - inicia-se com o polêmico manifesto de Oswald e conta com Alcântara Machado, Mário de Andrade (2º número publicou um capítulo de Macunaíma), Carlos Drummons (3º número publicou a poesia “No meio do vaminho”); além de desenhos de Tarsila, artigos em favor da língua tupi de Plínio Salgado e poesias de Guilherme de Almeida. • 2ª fase - mais definida ideologicamente, com ruptura de Oswald e Mário de Andrade. Estão nessa segunda fase Oswald, Bopp, Geraldo Ferraz, Oswaldo Costa, Tarsila, Patrícia Galvão (Pagu). Os alvos das críticas (mordidas) são Mário de Andrade, Alcântara Machado, Graça Aranha, Guilherme de Almeida, Menotti del Picchia e Plínio Salgado. • “SÓ A ANTROPOFAGIA nos une, Socialmente. Economicamente. Filosoficamente. / Única lei do mundo. Expressão mascarada de todos os individualismos, de todos os coletivismos. De todas as religiões. / De todos os tratados de paz. / Tupi or not tupi, that is the question.” (Manifesto Antropófago) • “A nossa independência ainda não fo proclamada. Frase típica de D. João VI: — Meu filho, põe essa coroa na tua cabeça, antes que algum aventureiro o faça! Expulsamos a dinastia. É preciso expulsar o espírito bragantino, as ordenações e o rapé de Maria da Fonte.” (Revista de Antropofagia, nº 1)
Segunda Fase do Modernismo- Poesia • Estende-se de 1930 a 1945, sendo um período rico na produção poética e também na prosa. O universo temático se amplia e os artistas passam a preocupar-se mais com o destino dos homens, o estar-no-mundo. • “A segunda fase colheu os resultados da precedente, substituindo o caráter destruidor pela intenção construtiva, “pela recomposição de valores e configuração da nova ordem estética”. --Cassiano Ricardo Durante algum certo tempo, a poesia das gerações de 22 e 30 conviveram. Não se trata, portanto, de uma sucessão brusca. A maioria dos poetas de 30 absorveria parte da experiência de 22: liberdade temática, gosto da expressão atualizada ou inventiva, verso livre, anti-academicismo. • A poesia prossegue a tarefa de purificação de meios e formas iniciada antes, ampliando a temática na direção da inquietação filosófica e religiosa, com Jorge de Lima, Augusto Frederico Schmidt, Murilo Mendes, Carlos Drummond de Andrade, ao tempo em que a prosa alargava a sua área de interesse para incluir preocupações novas de ordem política, social e econômica, humana e espiritual. À piada sucedeu a gravidade de espírito, a seriedade da alma, propósitos e meios. Uma geração grave, preocupada com o destino do homem e com as dores do mundo, pelos quais se considerava responsável, deu à época uma atividade excepcional. • O humor quase piadístico de Drummond receberia influencias de Mário e Oswald de Andrade. Jorge de Lima e Murilo Mendes apresentam certo espiritualismo que vinha do livro de Mário Há uma gota de Sangue em cada Poema (1917). • A geração de 30 não precisou ser combativa como a de 22. Eles já encontraram uma linguagem poética modernista estruturada. Passaram então a aprimorá-la e extrair dela novas variações, numa maior estabilidade. • O Modernismo já estava dinamicamente incorporado às praticas literárias brasileiras, sendo assim os modernistas de 30 estão mais voltados ao drama do mundo e ao desconcerto do capitalismo.
Características da 2ª fase • Características • Repensar a historia nacional com humor e ironia - " Em outubro de 1930 / Nós fizemos — que animação! — / Um pic-nic com carabinas." (Festa Familiar - Murilo Mendes) • Verso livre e poesia sintética - " Stop. / A vida parou / ou foi o automóvel?" (Cota Zero, Carlos Drummond de Andrade) • Nova postura temática - questionar mais a realidade e a si mesmo enquanto indivíduo • Tentativa de interpretar o estar-no-mundo e seu papel de poeta. • Literatura mais construtiva e mais politizada. • Surge uma corrente mais voltada para o espiritualismo e o intimismo (Cecília, Murilo Mendes, Jorge de Lima e Vinícius) • Aprofundamento das relações do eu com o mundo • Consciência da fragilidade do eu - "Tenho apenas duas mãos / e o sentimento do mundo" (Carlos Drummond de Andrade - Sentimento do Mundo) • Perspectiva única para enfrentar os tempos difíceis é a união, as soluções coletivas - " O presente é tão grande, ano nos afastemos, / Ano nos afastemos muito, vamos de mãos dadas." (Carlos Drummond de Andrade - Mãos dadas)
Drummond (1902-1987) • Sintonia com o grupo de modernistas de SP. • Irreverência (No meio do caminho). • Fase Gauche (isolamento, reflexão existencial) • Cronista
Poesias de Drummond • Quadrilha p.501 • Inserir poesia p. 504, poema de 7 faces • http://letras.terra.com.br/carlos-drummond-de-andrade/460830/
Quadrilha- Durmmond • João amava Teresa que amava Raimundoque amava Maria que amava Joaquim que amava Lilique não amava ninguém.João foi para os Estados Unidos, Teresa para o convento,Raimundo morreu de desastre, Maria ficou para tia,Joaquim suicidou-se e Lili casou com J. Pinto Fernandesque não tinha entrado na história. • 1- Livres do academicismo parnasiano, os poetas da geração de 30 incorporaram em suas produções conquistas formais por que tinham se empenhado os primeiros modernistas e sentiram-se á vontade para retomar algumas posturas antes rejeitadas. Dos procedimentos formais da poesia de 22 relacionados a seguir, quais deles também podem ser observados em “Quadrilha”? • Verso livre ilogismo linguagem simples • Falta de pontuação simultaneidade de imagens humor
2- O poema “Quadrilha” aborda um tema caro à tradição poética: o amor e o relacionamento amoroso. A originalidade do poema está na forma como o tema é tratado. • Com que tipo de visão o poeta aborda este tema no poema: com uma visão irônica, crítica ou trágica? • De acordo com o poema, o que é o amor ou o relacionamento amoroso? • Essa visão de amor pode ser considerada moderna? Explique.
3-O poema é intitulado “Quadrilha”. • a) Considerando o modo como se dança a quadrilha em festas juninas, principalmente a disposição e o movimento dos pares, estabeleça relações entre o poema e a quadrilha das festas juninas.
b) Observe os dois enunciados a seguir e compare a função sintática dos termos que compõe os enunciados. O primeiro enunciado é constituído pelas duas primeiras orações do primeiro período do poema, e o segundo, equivalente a uma situação em que existisse correspondência amorosa entre os amantes. Por que a observação de quem é o sujeito e quem é objeto em “João amava Teresa que amava Raimundo” confirma a resposta A.
4- O poema é leve e bem-humurado. Apesar disso também é reflexivo? Justifique sua resposta. • 5- Com base na leitura e na análise, que mudanças identifica na poesia de 30, em relação à poesia de 22?
Segunda fase do Modernismo- Prosa • Segunda fase Modernista no Brasil (1930-1945) - Prosa • Romances caracterizados pela denúncia social, verdadeiro documento da realidade brasileira, atingindo elevado grau de tensão nas relações do eu com o mundo. Uma das principais características do romance brasileiro é o encontro do escritor com seu povo. Há uma busca do homem brasileiro nas diversas regiões, por isso o regionalismo ganha importância, com destaque às relações do personagem com o meio natural e social. • Os escritores nordestinos merecem destaque especial, por sua denúncia da realidade da região pouco conhecida nos grandes centros. O 1° romance nordestino foi A Bagaceira de José Américo de Almeida. Esses romances retratam o surgimento da realidade capitalista, a exploração das pessoas, movimentos migratórios, miséria, fome, seca etc.
Autores da 2ª fase do Modernismo • Graciliano Ramos: • Considerado o melhor romancista moderno da literatura brasileira. Levou ao limite o clima de tensão presente nas relações entre o homem e o meio natural, o homem e o meio social. Mostrou que essas tensões são capazes de moldar personalidades e transformar comportamentos, até mesmo gerar violência. • Luta pela sobrevivência é o ponto de ligação entre seus personagens, onde a lei maior é a lei da selva. A morte é uma constante em suas obras como final trágico e irreversível (suicídios em Caetés e São Bernardo, assassinato em Angústia e as mortes do papagaio e da cadela Baleia em Vidas Secas).
Autores da 2ª fase do Modernismo • Jorge Amado: • Na vasta ficção de Jorge Amado convivem lirismo, sensualismo, misticismo, folclore, idealismo, engajamento político, exotismo. Este painel, sem dúvida, bastante rico, aliado a uma linguagem coloquial, fluida, espontânea, aparentemente sem elaboração, tem sido responsável pela grande aceitação popular de sua obra. Além disso, seus heróis são marginais, pescadores, marinheiros, prostitutas e operários; todos personagens de origem popular. Suas obras estão ambientadas no quadro rural e urbano da Bahia e seu aspecto documental a torna autenticamente regionalista. • Podemos dividir assim a sua produção: • Ciclo do Cacau: Cacau, Suor, Terras do Sem Fim, São Jorge de Ilhéus - problemas coletivos, “realismo socialista”. • Romances líricos, com um fundo de problemática social: Jubiabá, Mar Morto, Capitães de Areia. • Romances de costumes provincianos, geralmente sentimentais e eróticos: Gabriela, Cravo e Canela, Dona Flor e Seus Dois Maridos.
Autores da 2ª fase do Modernismo • Érico Veríssimo: • Escritor de grandes dimensões, em sua produção se incluem romances, crônicas, literatura infantil. Os romances que compõem a trilogia O Tempo e o Vento (O Continente, O Retrato, O Arquipélago) traçam um painel histórico de várias gerações: desde a época colonial sucedem-se as lutas entre portugueses e espanhóis, farrapos e imperiais, maragatos e pica-paus (nomes dos partidos em guerra política). Duas famílias, os Terra Cambará e os Amaral, são durante dois séculos o fio narrativo que unifica a história. Érico Veríssimo compõe uma verdadeira saga romanesca, com todas as suas características: guerras intermináveis, aventuras, amores, traições, gerações que se sucedem, criando um painel histórico da comunidade rio-grandense e do próprio Brasil. A obra é uma aglutinação de novelas, onde ressaltam as figuras épicas de Ana Terra e do Capitão Rodrigo Cambará. O estilo de Érico Veríssimo é coloquial, poético, intimista. Sua técnica de construção é o contraponto: onde várias histórias se desenvolvem paralelamente, a ação concentrada e o dinamismo. Em suas últimas obras, como O Prisioneiro, O Senhor Embaixador e Incidente em Antares, desenvolveu a ficção política, ambientada nos dias atuais.