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Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro

Teoria do Lazer. Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro. Objetivos a) Discutir os conceitos básicos para a compreensão do Lazer enquanto fenômeno social

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  1. Teoria do Lazer Prof. Dr. Victor Melo Universidade Federal do Rio de Janeiro

  2. Objetivos a) Discutir os conceitos básicos para a compreensão do Lazer enquanto fenômeno social b) Apresentar as dimensões básicas necessárias à atuação do profissional de lazer a partir da perspectiva da animação cultural c) Contribuir para a formação cultural do futuro profissional de lazer Apresentação

  3. As aulas * Local: Salas de Troféus/320/vídeo * Calendário e outras informações: www.lazer.eefd.ufrj.br * Dinâmica: Aulas expositivas e de discussão; projeção de filmes * Canto da Cultura Apresentação

  4. Temas a serem trabalhados Conceitos básicos * Compreensões históricas sobre o Lazer * Conceito de cultura e de Lazer: as dimensões tempo e atitude * Os interesses culturais centrais nas atividades de lazer * Lazer: um campo multidisciplinar e a perspectiva de atuação interdisciplinar * Padrões de organização cultural * Cultura e mercado: a Indústria Cultural * Educação para e pelo Lazer: a educação dos sentidos * Animação cultural: conceitos, níveis de conhecimento e paradigmas * Estética e modos de endereçamento * Lazer e Minorias Sociais O espaço * A cidade como espaço de lazer * Parâmetros da ação comunitária de lazer * Parâmetros para organização de projetos de lazer Apresentação

  5. O lazer deve ser encarado enquanto um fenômeno social moderno, constituído no âmbito das tensões entre as classes sociais; é uma necessidade social e motivo de intervenção de políticas públicas; mesmo sendo uma preocupação recente e ainda recebendo menor atenção, existe uma clara tendência de crescimento de ações governamentais; APRESENTAÇÃOLazer: Configurações

  6. O lazer se configura como um relativamente recente, mas fértil, promissor e influente campo de negócios; é um mercado de consumo ainda não completamente definido e com grandes lacunas a serem preenchidas, mas já muito poderoso. APRESENTAÇÃOLazer: Configurações

  7. O lazer se configura enquanto um campo acadêmico, tendo uma longa tradição de estudos e pesquisas, embora ainda careça de completo reconhecimento no âmbito das universidades; a temática se caracteriza pelo caráter multidisciplinar. APRESENTAÇÃOLazer: Configurações

  8. O lazer deve ser encarado enquanto um possível campo de intervenção pedagógica, com características específicas se comparado a outros fóruns de atuação. APRESENTAÇÃOLazer: Configurações

  9. * A diversão e o tempo do não-trabalho no decorrer da História - Skhole - Grécia - Otium/Nec-otium - Roma - Ócio – um ideal cavalheiresco – Baixa Idade Média - Ócio – um vício – Alta Idade Média * A modernidade - Séc. XV – Ciclo das Navegações/Imprensa - 1450 - Séc. XVI – Renascimento/Reforma Protestante - 1513 - Séc. XVII – Mercantilismo/Iliuminismo - Séc. XVIII – Revolução Francesa/Revolução Industrial Lazer: Compreensões Históricas

  10. * Dimensões para compreender o lazer a) Um tempo artificializado b) A organização da classe trabalhadora e o tempo livre c) Um novo modo de vida – o controle das diversões d) Mercado cultural Cidade-Ciência-Conflitos-Entretenimento LAZER: UM FENÔMENO MODERNO * A contemporaneidade - A força da cultura de massas - O lazer na sociedade do desemprego - O Lazer e sua função social Lazer: Compreensões Históricas

  11. Cultura: Conceitos Básicos • Conceito de Cultura • - Compreensão geral limitada - ligada a manifestações • artísticas eruditas • - Polissêmico • - Conjunto de valores/ normas/ hábitos • - Articulação entre valores e representações • - Campo de tensão, diálogo, conflito, trocas, manipulações • Cultura ou Culturas? • - Inclusão e exclusão • Como julgar culturas? O que é certo? • - Qual intervenção cultural? Como?

  12. * A dimensão Prazer (ênfase psicológica/subjetiva) - Prazer – dimensão humana - Prazer e trabalho (alienado/fragmentado) - Equívoco – lazer como locus exclusivo de prazer - Prazer – definidor, mas não exclusivo * A dimensão Trabalho (ênfase social) - A questão da obrigação e diferenças no lazer e trabalho - O lazer na sociedade do desemprego - Os tempos sociais: um quadro diário horário A restrição do tempo de não-trabalho na contempor. Trabalho – definidor, mas não exclusivo Conceito de Lazer

  13. * Definindo Lazer - Atividades culturais - Busca do prazer - Tempo do não-trabalho - Não atividades fisiológicas ou obrigações diárias Recreação – entretenimento – lazer Conceito de Lazer

  14. * Posturas Quanto à forma de participação Assistir e praticar Quanto ao grau de criticidade Mais ativo e menos ativo * Outros conceitos - Semi-lazer - Produtivização do Lazer - Pseudoludicidade do trabalho Conceito de Lazer

  15. * Questões iniciais - Lazer: espaço de alienação? Tensões culturais - Lazer: espaço de educação? Um compromisso - Lazer: qual a natureza da intervenção? Especificidades * Os interesses culturais centrais - Uma classificação das atividades de lazer - Interesse central e áreas de sombra - Utilidade: preparação de programas e projetos - Interesses físicos, artísticos, manuais, intelectuais, sociais (atenção para turismo) Interesses Culturais Centrais

  16. Padrões de Organização da Cultura  • Ressalvas • - Classificação meramente didática • - Não perder de vista a questão da circularidade • - Considerar a necessidade de não preconceito • - Considerar a necessidade de estabelecimento de um • projeto pedagógico estratégico

  17. Padrões de Organização da Cultura  • Cultura Oficial (Erudita/dominante)

  18. Padrões de Organização da Cultura  • Cultura Oficial (Erudita/dominante) • - Elaborações de longo alcance/ Escolas • - Ações destacadas de indivíduos • - Normativa; estabelece padrões estéticos • - Poder de decisão e prestígio

  19. Padrões de Organização da Cultura  • Cultura de massas

  20. Padrões de Organização da Cultura  • Cultura de massas • - Tende a ser estandartizada, de fácil consumo • - Relações impessoais • - Parte de outros níveis de organização, muitas vezes • mudando sentidos e significados • - Acaba se apresentando como alternativa ao não acesso • à cultura erudita e á cultura popular • - Baixo grau de autonomia e organização

  21. Padrões de Organização da Cultura  • Cultura popular

  22. Padrões de Organização da Cultura  • Cultura popular • - Produção local, ligada à tradição, compreendida como • algo dinâmico • - Muitas vezes desvalorizada, considerada de menor valor • Texto de Luis Fernando Veríssimo

  23. * Duplo aspecto educativo do lazer (sob a perspectiva não funcionalista) - Educação pelo lazer - O lazer como meio - Educação para o lazer – O lazer como fim (a ação da cultura de massas) * Elementos dificultadores - Desvalorização – hierarquia das necessidades humanas - A forte influência do mercado cultural - A deficiente formação e preparação do Animador Cultural Lazer: Duplo Aspecto Educativo

  24. Animação Cultural: Conceito  • Intervenção pedagógica que tem a cultura como estratégia central(anima, alma) • Utiliza as linguagens como estratégia, mas pretende • uma discussão de valores e sensibilidades • - Preocupação: ênfase em valores • - Questiona contextualmente os mecanismos de produção • cultural • Fronteiras: Educação Social/Educação Artística • Proposta: Educação das sensibilidades/ Estética • Responsáveis:escola, família, lazer • * O animador cultural e a equipe de animação: • uma perspectiva multi e interdisciplinar

  25. Animação Cultural: Conceito  Uma tecnologia educacional (uma proposta de intervenção pedagógica), pautada na idéia radical de mediação (que nunca deve significar imposição), que busca contribuir para permitir compreensões mais aprofundadas acerca dos sentidos e significados culturais (considerando as tensões que nesse âmbito se estabelecem) que concedem concretude a nossa existência cotidiana, construída a partir do princípio de estímulo às organizações comunitárias (que pressupõe a idéia de indivíduos fortes para que tenhamos realmente uma construção democrática), sempre tendo em vista provocar questionamentos acerca da ordem social estabelecida e contribuir para a superação do status quo e para a construção de uma sociedade mais justa.

  26. Paradigmas da Animação Cultural 

  27. A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para os Cidadãos • Questões para desencadear a discussão: • a) Como anda a relação cidade – cidadão? • b) Como pensar a cidade como espaço de lazer? • c) Como pensar estratégias de mediação cultural? • d) Com pensar uma cidade mais inclusiva e mais justa? • A cidade hoje – o desgaste do tecido urbano • - Crise econômica ou crise de valores? • - A cidade é local de trabalho ou local de lazer? A cidade • a serviço do capital • - A hierarquização das necessidades humanas: onde fica • o lazer e a cultura? • - A cidade é para quem?

  28. A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para os Cidadãos • A revolução tecnológica, a esfera pública e a esfera • privada • - Privatização das vivências cotidianas – as mídias • domésticas • - A dissolução de fronteiras entre público e privado • - Há um esvaziamento da esfera pública? • - A ação da Indústria Cultural • - A política de eventos como política cultural

  29. A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para os Cidadãos • A cultura entendida de forma limitada e equivocada: • “um conjunto de expressões que pode ser resumido no âmbito do entretenimento, do consumo e do agenciamento físico [...]. Um contexto, portanto, onde o reflexo prevalece sobre a reflexão, o signo prevalece sobre o símbolo e a virtualidade prevalece sobre a representação” (Sevcenko, 2002). • “Essa midialização estimula a tendência de privatizar os eventos culturais originalmente públicos e sua percepção estética. Com isso reforça ainda mais a erosão progressiva dos ambientes públicos urbanos” (Prigge, 2002).

  30. A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para os Cidadãos • Lazer na cidade – dados para pensar • - Cinemas • No Brasil - só 7% das cidades • No Rio de Janeiro - mais de 150 salas, mas somente 20 • bairros, a maioria em shoppings • - Não há salas de cinema “alternativo” • na Zona Oeste-Zona Norte • - Centros Culturais • No Rio de Janeiro - 57 • 56 na Zona Central-Zona Sul-Barra

  31. A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para os Cidadãos • Lazer na cidade – dados para pensar • - Parques públicos – privatização de espaços e má • distribuição • - Transporte – metrô e ônibus • - Clubes – queda de prestígio • - Televisão • 98% das cidades do Brasil • Mais aparelhos do que geladeiras • Vídeo X Cinema

  32. A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para os Cidadãos “O processo de construção da cidade distribui esculturas, museus e edifícios de alto padrão, atraindo aqueles que têm condições de escolher onde viver, trabalhar, gozar sua afluência. As zonas favorecidas incorporam, como lugares, o capital cultural que forja não somente seu futuro privilegiado, mas reduz o futuro das áreas menos favorecidas” (Molotoch, 2002).

  33. A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para os Cidadãos • O que fazer? A importância do lazer • - O lazer como forma de ressignificação do espaço público • - Lazer e cultura em projetos sociais: experiências • - A educação para o lazer: uma educação das • sensibilidades • - O que é produção cultural? • - Fluxos e contra-fluxos de cultura: do centro para a • periferia da periferia para o centro – pontes

  34. A Importância da Animação Cultural para as Cidades e para os Cidadãos • POR UMA EDUCAÇÃO PARA A CONSTRUÇÃO DE UMA NOVA CIDADE: A ANIMAÇÃO CULTURAL COMO TECNOLOGIA EDUCACIONAL • Eu sei, mas não devia (Marina Colassanti)

  35. Estética: Conceitos Básicos • A estética no senso comum • - Todos têm um conceito • - Conceito de belo clássico • O objeto da estética • - O belo? • - A arte? • - Aiesthesis – sensação

  36. Estética: Conceitos Básicos Estudo de um modo específico de apropriação da realidade, onde destacam-se as questões ligadas à sensibilidade, mesmo que vinculadas a outras formas de apropriação da realidade e com as condições históricas, sociais e culturais (isso é, mesmo com autonomia, há uma certa relação entre o estético e o extra-estético)

  37. Estética: Conceitos Básicos • Importância • - Forma de relação com o mundo • - Julgar – dever e direito de todos • - Educação da sensibilidade/novos olhares • A relação estética • - A relação sujeito-objeto • - O extra-estético e sua influência

  38. Estética: Conceitos Básicos a) Fatores objetivos - Físicos/ acesso - Estímulo do indivíduo b) Fatores subjetivos - Interesse - Condições sociais * O Orgulho de Apeles (José Lins do Rego)

  39. Modos de Endereçamento • A discussão central • - Como se estabelecem de forma dinâmica as relações • entre um filme e o público? • - Inversão da pergunta - o que o público espera do filme?” • - Ao invés disso, pergunta-se: “quem este filme pensa que • você é? A quem esse filme está sendo endereçado?”.

  40. Modos de Endereçamento • Conceito • - Supostamente um filme induz o seu público a pensar de • determinada forma, difunde valores e intencionalidades. • - Contudo, as coisas não são lineares: • a) em função das ressignificações e das diferentes histórias e • constituições de cada subjetividade. • b) normalmente é grande a diferença entre o imaginado e o que • alguém realmente é, além disso o grupo não é homogêneo. • c) Não é possível pensar em enquadramentos lineares, nem do • ponto de vista da manutenção da ordem social, nem do ponto • de vista de sua superação. • - Modos de endereçamento são poderosos, mas não lineares

  41. Modos de Endereçamento • A Animação Cultural • - Encaminha modos de endereçamento diferenciados • - Não substitui uma alienação a favor da ordem social por • outra suposta contra a ordem • - Não nega ao público as possibilidades de prazer • - Não se restringe a exibição de um só produto • - Não informa linearmente • - Reconhece e fortalece as subjetividades

  42. Parâmetros da Ação Comunitária de Lazer • Objetivos • - Construção de autonomia comunitária • - Desenvolvimento da perspectiva de co-gestão • 1ª fase – Início da construção coletiva • - Identificação, contato inicial e convite às lideranças • comunitárias • Sensibilização • Cuidado com as peculiaridades e rupturas de cada • comunidade (poderes locais)

  43. Parâmetros da AçãoComunitária de Lazer • 1ª fase – Início da construção coletiva (cont.) • - Processo conjunto de capacitação de animadores • culturais da comunidade • Levantamento de necessidades e possibilidades de • intervenção • Definição de objetivos • Seleção de estratégias de intervenção • Identificação de potencialidades da comunidade

  44. Parâmetros da AçãoComunitária de Lazer • 1ª fase – Início da construção coletiva (cont.) • - Preparação e realização de atividade de impacto • Reunião ampliada da comunidade • Questão 1: grau de organização da comunidade • Questão 2: grau de participação dos técnicos • Questão 3: envolvimento com órgãos governamentais • Questão 4: A atividade como impulsionadora do programa

  45. Parâmetros da AçãoComunitária de Lazer • 2ª fase – Preparação da continuidade • - Avaliação do processo inicial e da atividade de impacto • - Elaboração do plano de continuidade • Questão 1: voluntariado ou não • Questão 2: recursos para a continuidade

  46. Parâmetros da AçãoComunitária de Lazer • 3ª fase – Continuidade • - Acompanhamento para sedimentar • - Não perder de vista os objetivos (autonomia e co-gestão) • - Avaliações constantes

  47. Operacionais Características do local/empresa Faixa etária do público Recursos materiais disponíveis Perfil da equipe de lazer Espaço disponível Tempo anterior à programação Tempo de programação Projetos e Programas

  48. Teóricos/filosóficos Educação para e pelo lazer Educação da sensibilidade Interesses culturais – multi/interdisciplinar. Participação ativa do público Opinando Colaborando diretamente Avaliando Projetos e Programas

  49. Assim como é natural/ O vôo da borboleta Assim como falta uma mão/ No maneta Assim como não acho nada de anormal No fato de você ser troca letra Acho que se deve ser diferente/ Não como toda a gente Mas igualmente ser gente/ Como toda essa gente Deste país continente/ E de todo o planeta Assim como é lindo o pirata/ Apesar de ser perneta Com uma mão segurando a mão do grumete E outra uma luneta Dizendo que é natural Que os anjos do juízo final toquem trombeta CIDADÃO, CIDADÃ (Jorge Mautner- Nelson Jacobina)

  50. Quem, quem, quem a não ser o som Poderia derrubar a muralha dos ódios, dos preconceitos Das intolerâncias, das tiranias, das ditaduras hereditárias Dos totalitarismos, Das patrulhas ideológicas e do nazismo Acho que todo cidadão ou cidadã Deve ter possibilidades de felicidade Do tamanho de um maracanã E deve poder ser azul, negro ou cinza Sorridente ou ranzinza Verde amarelo e da cor vermelha Deve-se somente ser, E não temer, viver Pro que der e vier na nossa telha Vivamos em paz, Porque tanto faz Gostar de coelhos ou de coelhas

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