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1. Aspectos transferenciais eróticos na relação médico-paciente Betina Mariante Cardoso
CELP Cyro Martins
Agosto/2008
2. Ética em PsiquiatriaDr. Cyro Martins Palestra proferida em 1992, XII Congresso Brasileiro de Psiquiatria
Livro Caminhos - Ensaios Psicanalíticos-
Ed. Movimento.
3. Ética em Psiquiatria “A expressão ética médica é corriqueira. Tudo mais ou menos já sabemos o que significa, a começar pelo juramento hipocrático. É agir corretamente no exercício da medicina. E o que se quer dizer com isso? O preceito indica que o médico, no desempenho de sua função, precisa agir com integridade.(...)”
Cyro Martins
4. Ética em Psiquiatria “(...) E o que significa isso? Significa expurgado de erros. Mas de que espécie de erros? Certamente essa asserção não se refere aos erros técnicos na prática clínica, porque estes sempre têm chance de existir. Essa expressão se reporta à integridade de caráter do profissional, isto é, à sua retidão moral.”
Cyro Martins
5. Ética em Psiquiatria “Do médico em geral e do psiquiatra em particular a norma profissional exige que ele trate o seu paciente sobretudo como um semelhante enfermo. E o doente sempre se encontra em situação de inferioridade.”
Cyro Martins
6. Psicoterapias e Bioética José Roberto Goldim; Julia Schneider Protas
Livro: “Psicoterapias:Abordagens atuais”
“A ética é o estudo sistemático da argumentação sobre como se deve agir.”
“Uma reflexão sobre a ação humana”.
Bioética: um reconhecimento de obrigações éticas não apenas em relação ao ser humano, mas em relação a todos os seres vivos.
7. Psicoterapias e Bioética PRINCÍPIOS:
Principialismo
Princípio da beneficência e da não-maleficiência
Princípio da autonomia
Princípio da Justiça
8. Ética em Psiquiatria O EXERCÍCIO PROFISSIONAL
Erros Profissionais
Imperícia
Imprudência
Negligência
A Má Prática Profissional
9. Psicoterapias e Bioética “A má prática profissional ocorre, segundo Martin (1994), quando um terapeuta faz uso de sua profissão para atentar contra a dignidade das pessoas, rompendo o equilíbrio existente e necessário na sua relação com o paciente. Isso pode ocorrer no contexto dos relacionamentos sociais e sexuais entre terapeutas e pacientes.”
10. Cyro Martins “O ponto alto da relação médico-paciente, em especial psiquiatra-paciente, consiste no respeito do psiquiatra pela personalidade do paciente, não importando sexo, condição sócio-econômica, grau de instrução, idade, raça.”
11. Cyro Martins Esse encontro é a chave da relação psiquiatra-paciente, os demais detalhes técnicos são secundários. É aqui, nessa relação, que se revela a ética do profissional”.
12. Cyro Martins “A ética psiquiátrica vai além, portanto, dos limites do consultório.”
13. Cyro Martins “Para que possamos agir com eficiência é necessário o nosso narcisismo estar sob controle, isto é, que estejamos num ambiente íntimo de auto-respeito e de não-excessiva valorização do ego.”
14. Cyro Martins “A ética em psiquiatria deve ser compreendida, pois, sob o prisma do narcisismo controlado, para que possamos avaliar adequadamente os sentimentos transferenciais dos nossos pacientes, sabendo usá-los em seu benefício, através da compreensão de que as perdas resultantes das fantasias eróticas com o psicoterapeuta são na verdade reforços que seu ego adquire.”
15. Cyro Martins “Pertence à esfera da responsabilidade do psiquiatra contemporâneo o saber fazer essa e outras medicinas, sem perder o contato das realidades, e das percepções sensoriais e da sensibilidade viva para os conteúdos subjetivos”
16. Cyro Martins “(...) Um outro mundo dentro do mundo que habitamos, a presença de outro homem dentro do homem que somos.”
(O Homem Eterno- Louis Pawels e Jacques Bergier)
-Observação da Transferência e Contratransferência
17. Fronteiras Profissionais Glenn Gabbard
Fronteiras profissionais são componentes que constituem a estrutura terapêutica. Elas podem ser consideradas a representação de uma “margem” ou limite do comportamento adequado do psicoterapeuta psicanalítico na situação clínica. (Gutheil e Gabbard, 1993)
18. Violações das Fronteiras Profissionais
“A noção fundamental inerente ao conceito de fronteiras profissionais é que a atenção aos aspectos básicos da natureza profissional do relacionamento terapêutico servirá para criar uma atmosfera de segurança e previsibilidade, que facilita a capacidade do paciente de usar o tratamento”
Glen O. Gabbard
19. Violações das Fronteiras Profissionais
“Não posso aconselhar insistentemente demais meus colegas para espelharem-se durante o tratamento psicanalítico no cirurgião, que põe de lado todos os seus sentimentos, mesmo a simpatia humana, e concentra suas forças mentais no objetivo de realizar a operação o mais habilmente possível.”
Recomendações aos Médicos que Praticam Psicanálise
Freud, 1912
20. Violações das Fronteiras Profissionais Violações das fronteiras ? Cruzamento de fronteiras (Gutheil e Gabbard,1993,1998; Gabbard e Lester, 2002)
Violações: Transgressões potencialmente prejudiciais para (ou exploradoras do) paciente, sexuais ou não.
Cruzamentos: Rupturas benignas e úteis na estrutura.
21. Violações das Fronteiras Profissionais
22. Violações das Fronteiras Profissionais “Terreno Escorregadio”
Fenômeno que envolve a progressão gradual das violações de fronteiras da mais sutil e não sexual ao franco envolvimento sexual.
(Gabbard e Lester, 2002; Gutheil e Gabbard, 1993; Strasburger,Jorgenson, Sutherland, 1992)
23. Violações das Fronteiras Profissionais Violações de Fronteiras Não Sexuais
Monitorização cuidadosa da contratransferência, como maneira de perceber “os primeiros passos” no
terreno escorregadio
- Papel da Encenação (enactment) contratransferencial
24. Violações das Fronteiras Profissionais Diretrizes
- Tempo
- Local de Contato
- Dinheiro e Presentes
- Auto-Revelação
Contato físico não sexual
25. Violações das Fronteiras Profissionais Transferência erótica e transferência erotizada
Perfis de Terapeutas que cometem violações de fronteiras
a) Gênero: - Grande maioria ocorre em díade
terapeuta homem – paciente mulher
- 20% com envolvimento terapeuta mulher- pacientes mulheres ou homens (Schoener et al, 1989)
- 20% dos casos ocorrem em díades do mesmo sexo
26. Violações das Fronteiras Profissionais Perfis de Terapeutas que cometem violações de fronteiras
B) Perfis
- Transtornos Psicóticos
Psicopatologia Predatória e Parafilias
Paixão
Rendição Masoquista
27. Violações de Fronteiras Profissionais Avaliação e Reabilitação dos Terapeutas Acusados
Adequação para reabilitação depende mais da atitude do terapeuta do que dos fatos objetivos oferecidos ao avaliador;
A reabilitação é indicada quando existe grande motivação por parte do terapeuta envolvido;
Terapeutas capazes de assumir total responsabilidade pelo ocorrido e empatizar com experiência do paciente de ter sido prejudicado são bons candidatos para reabilitação;
Terapeutas enquadrados nas categorias Paixão e Rendição masoquista são melhores candidatos à reabilitação;tipos predatórios (transgressores repetidos) provavelmente não deverão receber permissão para retornar à prática da profissão.
28. Violações das Fronteiras Profissionais Plano de Reabilitação
Psicoterapia Pessoal
Escolha de um coordenador de reabilitação
Limitações da Prática
Supervisão
Educação Continuada
29. Violações das Fronteiras Profissionais Estratégias Preventivas
Preparação nos programas de treinamento (cursos sobre ética, fronteiras e manejo da transferência e contratransferência)
Bagagem educacional fornece estrutura conceitual
Melhora da capacidade de identificação de situações de risco nos programas de treinamento
Abordagem com o terapeuta, por parte dos colegas, quando suspeita ou identificação de prática questionável
30. Violações das Fronteiras Profissionais A ética dos relacionamentos após o término da psicoterapia
- Paciente poderá retornar para um novo tratamento
Possibilidade de exploração da vulnerabilidade do paciente em relacionamentos pós-término
Relacionamento Terapeuta-Paciente nunca será algo além de profissional: segurança para paciente falar livremente sobre seus problemas.
31. Violações das Fronteiras Profissionais
O que se pode aprender a partir do estudo das transgressões de fronteiras sexuais
Glen O. Gabbard, XX Jornada Sul-Riograndense de Psiquiatria Dinâmica- out 2000
32. O que se pode aprender... O Amor no setting terapeutico
Sentimentos amorosos do terapeuta a serviço da negação de sentimentos agressivos (agressão, desprezo, sadismo e ódio)
Conluio inconsciente terapeuta-paciente para dirigir agressões para figuras “fora” da terapia
Paciente começa a experimentar amor do terapeuta com ambivalência: esperava ser suprido das privações da infância pelo amor no presente por parte do terapeuta
Paciente percebe que amor do terapeuta não possui “potencial terapeutico” esperado: ressentido por ter sido mal conduzido pelo terapeuta
Terapeuta ressentido pela falha do paciente em responder a sua aproximação; vê barreira do paciente aos esforços terapeuticos como sinal de falta de gratidão ou de oposição a si
Sexualização: “Furor Terapeutico”
33. O que se pode aprender... O perigo do Segredo
“ A Privacidade da relação terapeuta-paciente confidencial é tanto um princípio fundamental da prática como um grande fator de risco pra o desenvolvimento da transgressão de fronteiras. O que ocorre na psicoterapia não pode ser observado por ninguém além dos dois participantes. O terapeuta, então, deve confiar em seu monitoramento interno, uma forma de escrutínio que será sempre imperfeita e sujeita às peculiaridades da contratransferência, vieses, negação e desejos inconscientes de que o paciente corresponda às necessidades do terapeuta”
34. O que se pode aprender...
“Um dos princípios mais importantes para se ensinar a terapeutas iniciantes é sobre como utilizar a supervisão.
Especificamente aqueles aspectos dos seus pensamentos, sentimentos ou ações que eles mais provavelmente manteriam em segredo do supervisor são precisamente as questões que deveriam ser discutidas abertamente na supervisão”
35. Cyro Martins “A saúde mental é uma conquista de todos os dias. A palavra conquista contém um significado imanente de atitude alerta (...)
Trata-se de um estado de vigilância dos potenciais humanos inatos.