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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE (ESCS)/SES/DF. CASO CLÍNICO: Glomerulonefrite difusa aguda. Ana Queiroz Carolina Mayana Coordenação: Luciana Sugai www.paulomargotto.com.br 27/3/2009. Caso clínico.
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ESCOLA SUPERIOR DE CIÊNCIAS DA SAÚDE (ESCS)/SES/DF CASO CLÍNICO: Glomerulonefrite difusa aguda Ana Queiroz Carolina Mayana Coordenação: Luciana Sugai www.paulomargotto.com.br 27/3/2009
Caso clínico • ID: IRCJ, 9 anos, negro, masculino, natural e procedente de Santa Maria da Vitória- Ba, acompanhante a mãe • QP: “inchaço há 8 dias” • HDA: Paciente admitido no PS no dia 03/03/09 encaminhado da Bahia com queixa de edema peri-orbitário de inicio há 8 dias, evoluindo para anasarca. Há 3 dias apresentando vômitos, epistaxe, cefaléia, constipação intestinal e epigastralgia. Associado ao quadro refere oligúria, urina escurecida e hiporexia (mãe não sabe precisar tempo de início). Nega febre ou faringoamigdalite recente. Refere ferida em pé esquerdo devido a trauma há 20 dias. Sem outras queixas. • Rev. de Sistemas: NDN
Caso clínico • Antecedentes Fisiológicos • G2PN2A0 • Fez pré-natal (n° de consultas ?), relata ITU • Parto hospitalar a termo, chorou ao nascer • Não trouxe cartão da criança: Apgar (?), peso ao nascer (?), vacinação (?) • Cursa 2° série (reprovou 2 vezes) • Antecedentes Patológicos: • 3 internações prévia: 1 mês- celulite peri-orbitária, 5 anos- PNM, 6 anos- GECA • Varicela aos 6 anos • Antecedentes Familiares: • Mãe com epilepsia e irmão, 3 anos ,com asma • Antecedente Sócio- econômico: • Reside em casa rural com fossa séptica • Cão, gato e galinha no quintal • SME até 6 meses, hoje alimentação da casa
Caso clínico • Ao exame: • Peso(?) PA: 125x 89 mmHg(P95)= 120x80mmHg • Ectoscopia: REG, eupneico, hidratado, corado, afebril, anictérico, acianótico, hipoativo, edema peri-orbitário bilateral • ACV: RCR 2T, BNF, sopro sistólico 2+/6+ em borda esternal esquerda • AR: MVF sem ruídos adventícios. Ausência de esforço respiratório. • ABD: plano, flácido, RHA+, doloroso a palpação epigástrica, edema de parede, sem VMG palpáveis. • EXT: edema MMII 1+/4+, lesão cicatricial em MIE
Caso clínico • Exames admicionais: • Hg: 11,2 Ht: 32,6 • Leuc: 15500 (seg:74/linf:14/bast:0/mon:6/eos:6) • PLT: 237 000 • Ur: 117 Cr: 1,4 • Na: 141 K: 4,9 Cl: 111 Ca: 8,4 • TGO: 15 TGP: 5 • Colesterol total: 108 TG: 89 • EAS: dens: 1010 Hg: traços Leu: 2p/c pH: 6 Hm: raras Nitrito: neg
Caso clínico • CD: • Solicitado Rx tórax e exames laboratoriais • Solicitado ASLO, C3 e C4 • Dieta hipossódica com restrição hídrica • Furosemida 3mg/Kg / dia • Uma dose de Penicilina benzatina
Caso clínico • Evolução • 1°- 4° DIH: persistência de oligúria, HAS de difícil controle e piora da retenção de escórias nitrogenadas. • 5° DIH: apresentou quadro de vômito e cefaléia intensa com PA: 147x 110 mmHg (P95+20% 144x96). Foi solicitado UTI ( Encefalopatia hipertensiva ?), mas apresentou melhora com uso de furosemida e nifedipina. • Atualmente na 4°sem de evolução (Creat:1,1 e Ur: 160), a PA se estabilizou e o edema regrediu. Está sendo acompanhado também pela nefrologia pediátrica.
Síndrome nefrítica • Inflamação dos glomérulos • Características: • Hematúria • Oligúria • HAS • Edema Lesão glomerular TFG Oligúria Congestão HAS Edema Hematúria dismórfica
Síndrome nefrítica • Outros achados: • Piúria • Cilindros leucocitários ou hemáticos • Proteinúria subnefrótica • Principais causas • GNPE • GNRP • Doença de Berger
Epidemiologia • Masculino 2:1 • Raro antes dos 2 anos, pico ao 7 • História: • Piodermite15 a28 dias média de 21 dias • Faringoamigdalite 7 a 21 dias, média de 10 dias
Etiologia • Estreptococo beta hemolítico do grupo A, cepas nefrogênicas.
Quadro clínico • Tríade clássica: • Edema 80% dos casos inicia na face, graus variados • HAS 60 a 80% dos casos • Hematúria geralmente micro, 25 a 35% macro
Diagnóstico • Quadro clínico • História de faringite ou piodermite • Aumento do ASLO e anti-DNAse • Queda transitória do complemento • Outros achados: • Anemia dilucional • Proteinúria subnefrótica • Aumento leve de uréia e creatinina
História natural • Oligúria até 7 dias • Queda do complemento até 8 semanas • Hematúria microscópica até 6m-1ano • Proteinúria leve até 2-5 anos
Complicações • ICC • Encefalopatia Hipertensiva • Insuficiência renal aguda (na 2 ºsemana de evolução)
Diagnóstico diferencial • Outras glomerulonefrites pós-infecciosas (endocardite bacteriana subaguda) • Glomerulonefrite lúpica • Glomerulonefrite membranoproliferativa • Nefropatia por IgA • Glomerulonefrite rapidamente progressiva
Indicações de biópsia • Oligúria por mais de 1 semana • Hematúria macroscópica e/ou HAS por mais de 3 semanas • Redução da função renal além de 4 semanas • Diminuição do complemento por mais de 8 semanas • Azotemia grave ou crescente • Proteinúria nefrótica • Evidência clínica ou laboratorial de doença sistêmica
Tratamento • Individualizado • Suporte clínico: • Dieta(restrição hídrica, hipossódica, hipoproteica e hipocalêmica ) • HAS(furosemida, nifedipina, captopril * e nitroprussiato de sódio **) • Antibióticoterapia • Penicilina benzatina(600.000 UI < 25kg ;1.200.000 UI >25kg)
Prognóstico • 95% resolvem espontaneamente • 5% evoluem para IRC (GNRP ou lentamente progressiva) • Recidiva é rara.
BIBLIOGRAFIA NELSON, W. E. et al. Tratado de pediatria. 16 ed., Rio de Janeiro, Interamericana, 2004. Cardoso LSB, Penido MGMG, Silva JMP. Glomerulonefrite difusa aguda pós-estreptocóccica (GNDA). Diagnóstico e Tratamento. Textos científicos Sociedade Mineira de Pediatria. www.smp.org.br. Publicado na Internet em 06/10/2006